Especialistas discutem como tornar cidades mais humanas
Pessoas de 30 países reunidas em São Paulo discutem o future das cidades no New Cities Summit. Conheça declarações do primeiro painel “O que é a cidade humana?”
Hoje, pouco mais da metade da população mundial vive nas cidades. Em 2050, essa taxa será de mais de 70%. Isso quer dizer que as cidades do mundo todo receberão 2,7 bilhões de pessoas nos próximos quarenta anos. Os números do futuro não assustam tanto quanto os do presente: em 2012, a ONU calculou que 863 milhões de pessoas de pessoas moram em favelas – um terço da população urbana na Terra.
Como tornar em lugares mais humanos essas cidades que crescem tão rápido? Essa é a pergunta que pessoas de 30 países reunidas em São Paulo tentaram responder no New Cities Summit, um encontro com especialistas do mundo todo sobre o futuro das cidades. Na abertura do evento, cinco especialistas expuseram sua visão sobre o papel das cidades para um futuro melhor no painel “O que é a cidade humana?”.
“A urbanização é, fundamentalmente, um problema social”, diz o indiano Ashwin Mahesh, pesquisador do Instituto Nacional de Estudos Avançados da Índia e editor da revista India Togheter. “Quem deveria resolver os problemas sociais? Cada pessoa da sociedade. Isso tem que ser feito na universidade e escola. Se você quer que mais pessoas resolvam seus problemas, elas precisam saber como.”
“Há uma geopolítica urbana emergente”, diz a socióloga holandesa Saskia Sassen, professor da Universidade de Colúmbia. “A geopolítica de hoje não é apenas de país para país; acontece de cidade para cidade. Um exemplo foi a Rio + 20, quando os prefeitos das maiores cidades do mundo falaram sobre situações práticas de como proteger o meio ambiente. Quando os líderes mundiais chegaram, falaram sobre sobre créditos de carbono”.
“Se temos que reprojetar as cidades, devemos usar tecnologias de maneira inteligente”, diz o também holandês Wim Elfrink, executive chefe de globalização da Cisco. “O governo pode fazer muito por meio da administração inteligente. Precisamos acelerar o processo [de urbanização]”. Mais tarde, Elfrink lembrou a necessidade de incluir os jovens nas decisões: “Penso que devemos convidar mais jovens para nossas reuniões. Eles pensam diferente. Eles crescem compartilhando”.
“Os desafios crescem como crescem as cidades. Penso que o verdadeiro desafio é como permitir que os indivíduos explorem seu potencial”,diz Reinaldo Garcia, presidente e executivo-chefe da General Electric América Latina. “A tecnologia pode ser uma resposta, é uma parte central da solução. Mas não é essencial. A pergunta é como usar a tecnologia”.