Versão exclusiva do jogo “Cara a Cara” homenageia 28 mulheres feministas
Criada através de uma campanha coletiva, a versão visa incentivar garotas a serem o que elas quiserem
Quem nunca jogou o famigerado “Cara a Cara” que atire a primeira pedra. Marcante para a infância de muitas pessoas, o jogo de tabuleiro consistia em duas unidades – uma azul e uma vermelha –, repletas de caricaturas, e tinha como objetivo acertar quem era a pessoa presente em cada uma das cartas misteriosas.
Incomodada com o jogo original, no qual apenas seis figuras dentre as 24 existentes eram mulheres, a artista polonesa Zuzia Kozerska-Girard criou uma versão alternativa pautada pelo feminismo: apelidada de Who’s She? (em português, “quem é ela?”), seus tabuleiros são de madeira – em oposição aos originais de plástico – e todas as 28 figuras são de mulheres.
Segundo Zuzia, a parte mais difícil foi selecionar apenas 28 exemplos de figuras femininas para homenagear. Entre as escolhidas, estão nomes mais atuais, como Malala Yousafzai, e nomes clássicos, como da pintora mexicana Frida Khalo e da aviadora Amelia Earhart. E, para tornar a ideia ainda mais legal, a produção conta com ilustrações da artista polonesa Daria Golab.
A iniciativa está em andamento graças a uma campanha online no Kickstarter. Criada em 2018 com o objetivo de alcançar 15 mil euros, a campanha já arrecadou mais de 500 mil euros – you go, girl!
De acordo com Zuzia, o jogo é uma homenagem a mulheres fortes e admiráveis da história que merecem ser lembradas e celebradas por suas trajetórias.
Coerente com esta proposta, uma das mudanças do jogo é também relacionada ao tipo de pergunta que os jogadores devem fazer para descobrir a personagem misteriosa de seu oponente: em vez da aparência física, as perguntas são relacionadas as suas conquistas – já ganhou um Nobel, era espiã, fez alguma descoberta?
“No jogo colocamos apenas mulheres, para mostrar às garotas que elas podem fazer qualquer coisa, mesmo que alguém diga ‘isso é coisa de homem’”, diz o site da campanha.
Mas não é por causa disso que você, homem, vai deixar de jogar, não é? É importante se abrir ao feminismo e aprender cada vez mais sobre mulheres inspiradoras, sejam elas Valentina Tereshkova e Mary Anning ou aquelas com quem convivemos todos os dias: na escola, na faculdade e dentro de casa.