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Tarsila do Amaral ganha exposição imersiva no MASP

"Tarsila Popular" reúne 120 obras da artista, incluindo o Abaporu – que retorna para São Paulo após 11 anos

Por Evelyn Nogueira
Atualizado em 17 fev 2020, 16h10 - Publicado em 4 abr 2019, 16h32

A artista Tarsila do Amaral é homenageada na exposição “Tarsila Popular“, em cartaz a partir desta sexta-feira, 5 de abril, no Museu de Arte de São Paulo. A mostra faz parte do eixo temático “Histórias das Mulheres, Histórias Feministas”, que guia o MASP em 2019.

“Operários”, de Tarsila do Amaral, pintado em 1933. (Divulgação/Casa.com.br)

Esta é a mais ampla exposição dedicada à Tarsila, reunindo 120 obras, entre pinturas e desenhos, que retratam diversos períodos da carreira da artista, atravessando as fases Antropofágica, Social e Pau-Brasil.

Com curadoria de Adriano Pedrosa e Fernando Oliva, a exposição investiga o conceito do popular trabalhado em suas obras, seja este associado aos debates sobre arte; sobre identidade nacional; ou sobre a invenção e construção de uma brasilidade. O espectador perceberá como o popular se manifesta através das “cores caipiras” – como o azul puríssimo, o rosa violáceo, o amarelo vivo e o verde cantante –, usadas por Tarsila em diversas obras, inspirada pelas casas e igrejas mineiras e fazendas cafeicultoras do interior de São Paulo.

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“A Cuca”, de Tarsila do Amaral. Pintado em 1924. (Divulação/Casa.com.br)

Grandes obras de Tarsila estarão expostas nos cavaletes do MASP, como “A cuca”(1924), “Operários” (1933), “Porto I”(1953) e inclusive o “Abaporu”, pintado em 1928, que retorna para São Paulo após 11 anos.

Abaporu

“Abaporu”, de Tarsila do Amaral. Pintado em 1928. (Divulgação/Casa.com.br)

Considerado um dos mais famosos e valiosos quadros da história da arte brasileira, o Abaporu foi um presente de Tarsila para o escritor Oswald de Andrade, seu marido. O quadro de 85 cm por 73 cm retrata um homem plantado na terra.

O nome surgiu a partir da junção das palavras “aba” e “poru”, que significa homem que come, em tupi.

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O homem que come se tornou um viajante do mundo: em 1928 foi exposto pela primeira vez em Paris e um ano mais tarde, estrelou duas mostras individuais de Tarsila, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Somente em 1950, o quadro ficou exposto no Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM. O Abaporu participou também de duas bienais: a VII de São Paulo, em 1963 e a XXXII de Veneza, em 1964.

“Abaporu” exposto no Malba. (Divulgação/Casa.com.br)

Em 1969 viajou o Brasil na mostra “Tarsila: 50 anos de Pintura”, que passou por diversas cidades. A comemoração dos 50 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 trouxe o Abaporu de volta para São Paulo. Em 1960, o quadro foi vendido para Pietro Maria Bardi, fundador do MASP e marido de Lina Bo Bardi. A obra foi revendida para outros dois colecionadores de arte, sendo o último Raul Forbes, que pagou o valor mais caro em uma pintura brasileira: US0 mil. Em 1995 a obra foi leiloada na Christie’s, em Nova York e quebrou outro recorde nacional: o argentino Eduardo Constantini pagou US,35 milhão. Constantini criou o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, o Malba, que até hoje é a morada do homem que come. Em 2008, o Abaporu voltou a São Paulo, para ser exibido em uma mostra na Pinacoteca. Amanhã o quadro retorna ao MASP e fica exposto até 28 de junho na casa que Tarsila idealizou para seu quadro.

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Serviço Tarsila Popular

Quando?

De 5 de Abril a 28 de junho de 2019

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Onde?

MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Av. Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo – SP

Quanto?

Entrada inteira: R$40

Meia-entrada: R$20

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