O lixo existe? Artistas provam que não
Por meio de ações e instalações divertidas, um coletivo de arquitetos espanhóis, com escritório também no Brasil, debate a questão dos resíduos
Em 2001, estudantes de arquitetura da Universidade Politécnica de Madri resolveram dedicar atenção aos descartes decorrentes do consumo nas grandes cidades. E se batizaram de Basurama (basura significa “lixo”, em espanhol). “Com o tempo, passamos também a considerar como resíduo edifícios e paisagens modificados pelo homem, mas sem uso. Qualquer coisarelegada – do pneu velho ao cemitério de aviões – é matéria- prima para nós”, define Miguel Rodríguez, um dos integrantes. O que eles fazem? Projetos de design e arte, publicações e intervenções urbanas lúdicas, todos focados na transformação social e das ruas. A história com o Brasil começou em 2007, época em que o grupo foi convidado a colaborar na recuperação de uma praça no bairro paulistano da Mooca. Algum tempo depois, em 2011, com a crise econômica espanhola em seu auge, Miguel decidiu morar em São Paulo. “Achamos uma boa oportunidade para trabalhar em rede. Agora somos oito pessoas pelo mundo. Por aqui, há muitos espaços públicos inutilizados que poderiam ser alterados com ideias simples e a participação coletiva. Quanto mais usamos as ruas, mais segurança criamos”, complementa.