Coleção de Arte: nós ensinamos você a começar a sua
Acredite: existem artistas com trabalhos acessíveis, e galerias e clubes de colecionadores são o caminho mais curto para descobri-los.
O primeiro passo para comprar uma obra de arte é descobrir do que você gosta. E isso envolve criar um repertório pessoal. O advogado Marcelo Veiga, de São Paulo, conta que demorou mais de um ano para definir o que colocar nas paredes de seu novo apartamento: “Não tinha idéia do que me agradava nem noção de valor. Comecei a freqüentar galerias, leilões e vernissages. Assim, apurei meu conhecimento e ganhei confiança.” O caminho é este mesmo: pesquisar e aprender. “Nas galerias, não se limite a visitar o que está exposto. Peça também para ver o acervo”, ensina a galerista Nara Roesler. No vídeo abaixo, a repórter visual Mayra Navarro mostra que visitar galerias não é um bicho de sete cabeças. Depois, de assistir, leia, logo abaixo, como reconhecer uma boa gravura , saiba se vale a pena entrar para uma associação de arte, e descubra como valorizar a obra de arte na decoração. Navegue ainda pela casa de uma família apaixonada por arte contemporânea ou descubra um roteiro de galerias em São Paulo com obras de até R$ 1 mil
Gravura, arte mais em conta
Existem obras de arte que são para pouquíssimos. Outras para não tão poucos assim – as gravuras são o melhor exemplo. Se você gosta das telas de um artista, procure saber se existem trabalhos dele em outros suportes. As gravuras geralmente custam menos porque não se trata de trabalhos únicos – elas são reproduzidas numa quantidade limitada, sob a supervisão do artista. Todas as cópias, porém, são consideradas originais e devem vir assinadas pelo autor e numeradas. “Há dois números: um indica a tiragem da edição, e o outro, a série a que pertence o trabalho”, explica Patrícia Motta Dacca, da Glatt Atelier de Arte. Abaixo, compare os preços de uma tela e uma gravura de Tomie Ohtake.
Clube de colecionadores
Associações de compradores são uma opção segura para adquirir obras de qualidade a preços camaradas. Em São Paulo, o Museu de Arte Moderna (MAM) mantém os Clubes de Colecionadores de Gravura e de Fotografia. Ambos funcionam assim: os sócios recebem, ao longo de um ano, cinco trabalhos feitos por artistas selecionados pela curadoria do museu. As obras são produzidas em tiragem de 100 exemplares e um deles passa a integrar o acervo. Para participar do clube é preciso pagar anuidade – R$ 3,2 mil no cluve de gravuras e R$ 2,6 mil no clube de foto (preço pesquisado em março de 2009).
Valorize a obra de arte na decoração
“Gosto de agrupar obras de estilo e base diferentes. O importante é haver espaço entre elas, assim uma não interfere na outra”. Cuidado, portanto, com o exagero. “Paredes vazias proporcionam descanso visual”, diz a marchand Rejane Tacchi. Sobre sofás e aparadores, não pendure nada muito alto. O ideal é o centro do trabalho coincidir com a linha dos olhos de quem está em pé. Quanto à iluminação, não há necessidade de criar pontos de luz específicos para as obras. “A iluminação geral resolve a questão”, afirma a consultora Isabella Prata. Mesmo assim, é preciso saber que tipo de lâmpada pode ficar voltada para os quadros. O designer Guinter Parschalk indica as halógenas com filtro de vidro temperado jateado para obras coloridas. “Elas reproduzem bem as cores e o filtro protege das radiações.” Já para trabalhos em preto-e-branco, o designer recomenda as fluorescentes. A reportagem Como pendurar quadros na parede também vai ajudar você na tarefa de deixar as obras bem expostas.