Campanha da IKEA cria casinhas para abelhas, pássaros e morcegos ingleses
Artitas, designers e arquitetos propõem nova morada para os bichos
Se houvesse alguma pesquisa que revelasse parâmetros para qualidade de vida no reino animal, as abelhas jamais estariam no topo. Além de viverem por período brevíssimo (uma abelha operária europeia dura de 122 a 150 dias apenas), elas costumam passar a vida trabalhando como verdadeiras workaholics para um governo absolutista. E não para por aí: viver dentro de uma colmeia deve ser um negócio sufocante. Imagine o zumbido insuportável que um monte de operárias devem produzir 24 horas por dia? O inferno, com certeza, deve ser barulhento e grudento – como uma colmeia de abelhas.
A verdade é que a vida delas poderia ser bem melhor se aceitassem ajuda. É aí que entra a IKEA, uma das maiores redes varejistas de móveis e acessórios do mundo, com sede na Suécia. É que a empresa propôs para alguns arquitetos, designers e artistas, que utilizassem os materiais reciclados de peças antigas da rede para criarem moradas para abelhas, pássaros e morcegos – não que nenhuma dessas espécies tivesse reivindicado novas habitações, vamos deixar claro.
Brincadeiras à parte, a iniciativa faz parte da campanha de marketing Wildhomes for Wildlife que chama a atenção para o compromisso com a sustentabilidade na inauguração da nova IKEA Greenwich (Inglaterra) e provoca os visitantes dizendo que até os vizinhos animais podem usufruir de uma casa bem projetada e com materiais e peças de reúso, por meio da loja da rede.
Para as trabalhadoras abelhinhas, os arquitetos Sash Scott and Tamsin Hanke criaram uma nova colmeia a partir dos bancos Industriell and Verberod. O projeto lembra um prédio flutuante e marca pelas linhas retas e formas quadradas – algo bem modernista para um inseto voador. Há outra casinha cheia de cores, feita a partir de estantes, chamada Honey, I’m home, que teve inspiração no estilo brasileiro, de acordo com a artista Hattie Newman. Já uma torre assinada por Adam Nathaniel Furman convida as abelhas a descansar – não que isso seja bem visto na comunidade.
Outro assunto que também não é muito bem visto entre os invertebrados é sair de férias. Mas o inseto que decidir tirar um tempo para si pode se hospedar na The Bug Bud, de Iain Talbot, feita com sobras de revestimento da própria loja em Greenwich.
Para os morcegos, também há uma opção bem vibrante, a Pipi bat house, do Supermundane, que criou também uma casa para passarinhos no mesmo estilo carnavalesco – claro que não é nada que chegue aos pés de uma casinha brasileira trendy de João de Barro, super em alta nos últimos tempos pelo uso de tons terrosos. Mas enfim…
Os morcegos mais clássicos e soturnos, por sua vez, ganharam do Studio Weave um apoio mais adequado ao estilo gótico desse tipo de mamífero – feito a partir de mesas de metal. Para os pássaros, algumas luminárias se transformaram em poleiros, assinados pelo Beep Studio. E, dessa vez, precisamos admitir: até que é bem bonito!