Você faz faxina para limpar, mas e se estiver sujando mais?
A contaminação cruzada traz riscos à saúde. Entenda o que é esse fenômeno e quais medidas ajudam a garantir uma limpeza segura:

Na rotina da limpeza, muitos acreditam estar protegendo os clientes de doenças. Mas a verdade é que, sem os cuidados corretos, o que parece uma atitude higiênica pode se tornar um risco. A contaminação cruzada acontece quando microrganismos são transportados de um local para outro por meio de panos, utensílios, rodos, baldes e até das mãos – uma prática comum que pode espalhar vírus, bactérias e fungos em vez de eliminá-los.
O alerta ganha ainda mais força com os resultados de uma pesquisa feita em Campinas (SP), conduzida por alunas do curso de Biomedicina do Centro Universitário UniMetrocamp Wyden. Durante três meses, o estudo analisou sete itens de uso cotidiano em pias de cozinha, em nove residências escolhidas aleatoriamente.

Os números assustam: a lixeira, por exemplo, apresentava 1,744 milhão de bactérias e 1.180 fungos. Já a esponja de lavar louça, normalmente associada à limpeza, tinha 1,322 milhão de bactérias e 440 fungos. Panos de prato, rodos, ralos e tábuas de carne também apareceram no ranking da contaminação – todos com quantidades significativas de agentes nocivos à saúde.
“Muitos profissionais desconhecem, por exemplo, que utilizar o mesmo pano em diferentes superfícies pode espalhar microrganismos”, alerta Annayara Vanessa dos Santos, engenheira química da Copapel, empresa referência em soluções de higiene profissional. “Nosso objetivo é transformar essa realidade, mostrando que limpeza profissional é, antes de tudo, cuidado com a saúde.”
De acordo com Annayara, a contaminação cruzada ainda é um tema pouco debatido fora do ambiente hospitalar, mas seu impacto é direto em locais como escolas, restaurantes e escritórios. Evitar o problema exige atenção a detalhes simples, como a separação de utensílios por área de uso, a escolha de produtos apropriados para cada tipo de superfície e a higienização correta dos materiais.

Também é essencial seguir uma ordem lógica durante a limpeza — sempre do ambiente mais limpo para o mais sujo, reduzindo a chance de espalhar microrganismos.
Além dos métodos tradicionais, a utilização de equipamentos profissionais é fundamental para garantir eficiência e segurança no processo de limpeza. Ferramentas ergonômicas reduzem o esforço físico do profissional, enquanto sistemas de cores para panos e utensílios evitam a contaminação cruzada entre ambientes.
Químicos específicos para cada tipo de superfície e necessidade ambiental potencializam a higienização, e equipamentos modernos, como dosadores automáticos, minimizam o desperdício de produtos. Essas soluções não só otimizam tempo e recursos, mas também reforçam a proteção contra riscos invisíveis.