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9 ideias para usar inox em fachadas, paredes, escadas…

Os nove projetos a seguir mostram como a arquitetura o transformou o inox num dos recursos mais versáteis para a construção.

Por Por Célia Hanashiro, Danilo Costa, Deborah Apsan e Lucila Vigneron Villaça | Fotos: Luis Gomes
Atualizado em 20 dez 2016, 22h31 - Publicado em 21 mar 2011, 01h08

Esqueça o que você já ouviu falar sobre o preço e a dificuldade de manuseio do aço inox. “O gasto inicial supera o dos aços galvanizado e carbono. Mas, considerando a alta durabilidade e a baixa manutenção, o custo final será menor”, avalia Arturo Chao Maceiras, diretor executivo do Núcleo Inox, de São Paulo. Composto de liga de ferro, carbono e cromo, o material conta com uma camada invisível que o protege da corrosão. Desde que chegou ao Brasil, nos anos 60, avanços ocorreram tanto na disponibilidade de cores e acabamentos (polido, escovado) quanto nas formas de trabalhá-lo. “Uma tecnologia recente, o corte a laser, propicia maior precisão nos recortes e nos acabamentos das chapas”, exemplifica Claudio Magalhães, pesquisador da área de design da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO). As novidades instigam os arquitetos – e, embora o consumo anual no país ainda seja baixo, estima-se um crescimento de 12% ao ano. “A divulgação das possibilidades do inox estimula o aumento na oferta de marcas e mão de obra treinada”, diz o engenheiro Jorge Durão, da empresa paulista Innova.

 

O que faz a empresa Innova?

Jorge Durão Henriques, engenheiro civil da Innova Arquitetura Decoração e Construção, de São Paulo.

O nosso campo de atuação é amplo: oferecemos consultoria para arquitetos e às vezes até para os empreiteiros. Comercializamos o projeto executivo para quem pretende trabalhar com o inox na obra e até vendemos o material em forma de tecido, de revestimento, de rodapé.

Quais os mitos desse tipo de aço?

Precisamos quebrar o paradigma de que ele é um material difícil de trabalhar e caro.

É importante lembrar que ele pode até custar mais caro que o aço carbono, mas não enferruja, não precisa de nenhuma pintura. Os arquitetos têm poucas informações sobre o inox e acabam não especificando nas obras. Se ele fosse mais utilizado, poderíamos dobrar o consumo no Brasil, que é tão baixo. Estamos atrás do Chile, por exemplo. Também é comum que arquitetos e leigos associem esse material a frieza. É preciso olhá-lo diferente, pois o inox pode ser misturado com tijolos, cerâmicas e dar um resultado maravilhoso. O contraste fica agradável.

Porque o inox é pouco usado em casas?

Acredito que a tendência para 2011 é muito boa. Temos que pensar que o Brasil está crescendo e a construção está em alta. Só precisamos mostrar os benefícios do inox, além de divulgá-lo melhor e oferecer informações para que todos conheçam suas especificações técnicas. Hoje, ele é muito usado em bancada, guarda-corpo, corrimão, mas podemos utilizá-lo também em lustres, arandelas, rodapés, portas e guarnições de portas. Precisamos deixar a criatividade fluir. Tudo isso ajudará a ampliar a rede que processa os produtos. Há poucas indústrias e muita dificuldade para encontrar o material. Também não temos muita mão de obra especializada. A mesma serralheria que trabalha com alumínio e ferro poderia trabalhar com inox, no entanto, eles não dispõem de técnica e de trabalhadores treinados.

Ao longo do tempo, o inox passou por mudanças. Quais foram elas?

Claudio Magalhães, designer industrial e professor do Departamento de Artes e Design da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

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Nos últimos anos, surgiu a tecnologia do corte a laser, que permite fazer peças especiais com acabamentos primorosos. Antes, tínhamos que serrar as chapas e nunca conseguíamos acabamentos tão bons. Também começaram a aparecer superfícies coloridas, que possibilitam aplicações infinitas.

Quando devo usar o inox?

Ele tem menor impacto ambiental, pois é facilmente reciclado, e possui alta durabilidade. É possível encontrar muitas cores e tipos de acabamentos. Essas vantagens são excelentes.

Como instalar pastilhas de inox?

Rogério Marques, diretor da empresa Mozaik, de Belo Horizonte. 

As placas vêm protegidas por um plástico e no nosso caso, elas trazem linhas azuis que indicam o sentido do acabamento escovado. Atenção: o plástico deve ser retirado apenas na hora de dar o acabamento do rejunte, o polimento dele. Primeiro, assente os revestimentos, aplique o rejunte com espátula de EVA (tipo de plástico que não arranha as peças) e só depois retire o plástico. Por fim, deve-se fazer o polimento do rejunte (remover o excesso da massa) com uma esponja macia.

Que tipos de rejuntes são indicados?

Temos um produto acrílico, desenvolvido por nós, que não contém areia (capaz de arranhar o inox). Também é possível usar rejuntes de epóxi, fabricados por diversas empresas. Nunca adotar produtos usados para rejuntar pastilhas de vidro, pois eles costumam danificam o inox. Em geral, a carga mineral deles é areia.

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Quem devo contratar para a instalação?

O mesmo instalador de pastilhas de vidro pode trabalhar com o revestimento de inox. Um profissional costuma assentar de 10 a 14 m² por dia, conforme a sua habilidade.

A instalação custa cerca de R$ 45 o m² (sem o material), em Belo Horizonte. Em São Paulo, esse preço deve ser o dobro.

Como fazer a manutenção?

Na limpeza, evite o uso de esponjas de aço. Utilizar apenas pano, água e sabão neutro.

Porque usar o aço inox?

Claudio Rampazzo, arquiteto de São Paulo. Sou apaixonado por esse material, por ele ser higiênico, nobre, não manchar e ser fácil de trabalhar em todos os aspectos – dobras, cortes. Usei como revestimento da fachada de uma fábrica em Guarulhos, na Grande São Paulo, e adorei. É um local sujeito a poluição, a intempéries, e o inox é imbatível porque aguenta tudo isso perfeitamente. No Brasil, a grande barreira é o custo, na verdade, é uma máscara. O metro quadrado de produtos como mármores, pedras sintéticas e granitos é superior ao custo do aço inox, mas ninguém faz essa conta. Outro problema é o fato de todo mundo vinculá-lo aos utilitários, como talheres e bancadas. Não se dá o valor devido ao inox. Até entendo que hoje, no Brasil, há grande dificuldade de encontrar esse metal beneficiado. No entanto, está sendo feito um bom trabalho de divulgação do inox. Acho que ele vai ganhar cada vez mais espaço, principalmente em áreas como a fachada.

O inox tem a fama de ser um material frio. Como resolver isso?

Ele tem que ser usado de forma coerente. Não vou adotá-lo no meio da sala, por exemplo. Posso criar algo decorativo, como o tampo de uma mesa de centro. Você também pode misturá-lo com outros materiais, rústicos ou não. Acho que precisamos quebrar essa resistência. Ele pode deixar os espaços lindos e conta com uma gama imensa de cores e acabamentos.

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* Preços aproximados pesquisados em janeiro de 2011.

* Bolsa Sarah Chofakian/Escarpins Christian Louboutin  Chaleira Le Creuset (Raul’s)/Banco Barcelona (Estar Móveis)  Banquinhos Kartell (Itálica Casa) 

 

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