Jardim sem flores da CASACOR SP aposta em espécies com folhagens marcantes

O Jardim da Alameda, projeto de Catê Poli e João Jadão para a CASACOR São Paulo 2025, tem os volumes das folhas como protagonistas.

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2 jun 2025, 13h00
Jardim sem flores da CASACOR SP aposta em espécies com folhagens marcantes. Projeto de Catê Poli e João Jadão.
 (Renato Navarro/Divulgação)
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Entre dois prédios históricos do Museu Geológico do Parque Água Branca, onde as estruturas carregam memórias e o tempo desenha suas marcas, nasce um espaço que busca trazer mais valor ao simples ato de viver o presente. É o Jardim da Alameda, projeto de paisagismo assinado por Catê Poli e João Jadão para a CASACOR São Paulo 2025.

Jardim sem flores da CASACOR SP aposta em espécies com folhagens marcantes. Projeto de Catê Poli e João Jadão.
(Renato Navarro/Divulgação)

Instalado com a leveza que se completa com a cena do parque onde estão inúmeras espécies de plantas e árvores centenárias da Mata Atlântica, o Jardim da Alameda é desmontável, transportável e adaptável. Plantas, floreiras, vasos, luminárias e mobiliário serão 100% reaproveitados após o fim da mostra. “Seguimos as premissas de respeitar a estrutura do local e fomos muito felizes em termos próximos ao nosso projeto a cena tropical do acervo natural que já existe por lá”, ressalta João Jadão.

Jardim sem flores da CASACOR SP aposta em espécies com folhagens marcantes. Projeto de Catê Poli e João Jadão.
(Renato Navarro/Divulgação)

Na imersão que os profissionais realizaram a partir do tema da edição desse ano – Semear Sonhos –, ambos se aprofundaram no sonho de preservação, restauro e valorização dos espaços históricos com intervenções paisagísticas para uso da população. Um desejo de termos espaços públicos melhores e uma cidade mais verde para todos.

Jardim sem flores da CASACOR SP aposta em espécies com folhagens marcantes. Projeto de Catê Poli e João Jadão.
(Renato Navarro/Divulgação)
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“Pensamos em um jardim relativamente simples, com caráter de praça, sem muitos adornos, com poucos elementos, mas todos com sua força e imponência. Pode existir beleza na simplicidade e no respeito ao patrimônio histórico”, concluem juntos.

Plantas

A estrela desse pequeno oásis urbano é o Cambucá, árvore brasileira nativa que produz seu fruto de sabor exótico e de sabor adocicado, com quatro exemplares de grande porte que se juntam a exemplares de Jabuticaba Sabará, a mais tradicional das jabuticabeiras, aclamada por seu doce ‘ouro negro’.

Jardim sem flores da CASACOR SP aposta em espécies com folhagens marcantes. Projeto de Catê Poli e João Jadão.
(Renato Navarro/Divulgação)

Ao redor delas, uma constelação de folhagens, em vasos de diferentes diâmetros e alturas, sustenta a harmonia do conjunto idealizada pela dupla: Filodendro Ondulado, Ciclanto, Maranta Charuto, Areca Triandra, Dracena Arbórea, Helicônia Bihai, Palmeira Fênix, Guaimbê e Liriope verde. Cada tipo, com sua forma e textura, traduz a intenção de preencher os vazios sem sufocar o espaço, entregando um volume exuberante. “Privilegiamos uma distribuição que ressaltou as formas onduladas, as folhas largas e as nuances do verde em equilíbrio”, verbaliza Catê.

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Jardim sem flores da CASACOR SP aposta em espécies com folhagens marcantes. Projeto de Catê Poli e João Jadão.
(Renato Navarro/Divulgação)

O pensamento conduzido por Catê e João para a definição das espécies é alinhado com o meio ambiente e a ecologia: priorizar o uso de plantas nativas. Entretanto, o jardim acolheu algumas plantas exóticas não invasoras que chegaram para complementar o grupo de arbustos e folhagens tropicais. “Nosso objetivo foi alcançar a essência de um jardim, trazer convivência, diversidade e equilíbrio”, analisa João.

Com verde intenso e sem flores

Jardim sem flores da CASACOR SP aposta em espécies com folhagens marcantes. Projeto de Catê Poli e João Jadão.
(Renato Navarro/Divulgação)

Com cerca de 30 vasos (Organne) e 30 floreiras de aço galvanizado com pintura eletrostática (Firgal) reciclados e organizados com rigor intuitivo, os paisagistas projetaram um espaço onde o verde é absoluto. Nada de flores, perfumes ou cores gritantes. O protagonismo é do tom sobre tom e da luz que recorta as folhas ao entardecer.

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As espécies foram selecionadas por volume, tonalidade e características físicas que se alinham à suave ventilação e baixa incidência do sol – em especial, no período do outono e inverno, quando chega o acontecer na CASACOR São Paulo. “As espécies vegetais respeitam essas características, mas demandam espaço por serem plantas tropicais volumosas”, revela Catê.

Ambiente de estar

Jardim sem flores da CASACOR SP aposta em espécies com folhagens marcantes. Projeto de Catê Poli e João Jadão.
(Renato Navarro/Divulgação)

A vida pede movimento e períodos de pausa e, para tanto, a composição do Jardim da Alameda se evidencia como esse suspiro necessário entre compromissos e rotinas. Não à toa, se posiciona entre os dois edifícios da mostra e entre um café e um restaurante, abarcando o desejo de quem chega e o prazer de quem fica.

Para permitir a permanência do estar e o relaxamento de cada visitante, o ambiente reúne poltronas e chaises (Hio Decor), verdadeiras esculturas orgânicas, feitas de espuma maciça e tecidos outdoor de última geração, que se moldam ao corpo de quem chega ao jardim a fim de relaxar, ouvir o cantar dos pássaros ou, simplesmente, apreciar o céu.

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Jardim sem flores da CASACOR SP aposta em espécies com folhagens marcantes. Projeto de Catê Poli e João Jadão.
(Renato Navarro/Divulgação)

À noite, o jardim, que tem projeto luminotécnico de Carlos Fortes, se reinventa para ter seu uso completo. A iluminação discreta e delicada conta com luminárias lineares de piso para as fachadas (Interlight), luminárias com foco direcionado fixadas nos troncos das árvores, e alguns espetos nos vasos de arbustos e folhagens. Estratégica, a luz indireta realça texturas e convida ao recolhimento no lugar que respira com a cidade, mas em outro ritmo.

 

 

 

 

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