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Cientistas identificam maior vitória-régia do mundo

Espécie da Bolívia passou 177 anos “escondida”.

Por CicloVivo
Atualizado em 15 dez 2022, 14h46 - Publicado em 17 jul 2022, 19h00
Cientistas medindo vitória regia
(Jardins Botânicos Reais de Kew/CicloVivo)

Por: Marcia Sousa

Na cultura afro-brasileira, é considerada uma folha sagrada. Na lenda do folclore, é uma índia que se afogou no rio após tentar beijar o reflexo da lua. A nenúfar, popularmente conhecida como vitória-régia, é uma planta aquática bastante conhecida na Amazônia, mas foi em Londres, na Inglaterra, que pesquisadores descobriram uma nova subespécie – considerada a maior do mundo.

Batizada de Victoria boliviana, suas folhas podem crescer até três metros de largura. É nativa da Bolívia e cresce em um dos maiores pântanos do mundo, os Llanos de Moxos, na província de Beni.

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Vitória Régia gigante
(Jardins Botânicos Reais de Kew/Foto: Carlos Magdalena/CicloVivo)

Produz muitas flores por ano, mas elas abrem uma por vez e por apenas duas noites, mudando de branco para rosa e cobertas de espinhos afiados.

Sendo tão grande, como a espécie só foi descoberta agora? Para entender essa história é preciso voltar no tempo.

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A descoberta

Cientistas analisando parte inferior de vitória régia
(Jardins Botânicos Reais de Kew/CicloVivo)

Em 1852, exemplares de vitória-régia gigantes foram levados da Bolívia à Inglaterra. Na época, foi cunhado o gênero Victoria em homenagem à rainha inglesa Vitória.

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As espécies eram cultivadas no herbário dos Jardins Botânicos Reais de Kew, em Londres e, por muito tempo, acreditou-se que havia somente duas subespécies gigantes: a Victoria amazonica e a Victoria cruziana.

Presente no local há 177 anos, a nova espécie era confundida com a Victoria amazonica.

Cientistas analisando folhas preservadas de vitória régia
(Jardins Botânicos Reais de Kew/CicloVivo)

Carlos Magdalena, horticultor especialista mundial em nenúfares, desconfiou, por anos, que havia uma terceira espécie. Em 2016, as instituições bolivianas Jardim Botânico Santa Cruz de La Sierra e Jardins La Rinconada, doaram uma coleção de sementes da nenúfar em questão para o famoso jardim botânico britânico.

Foram anos cultivando e vendo a espécie crescer. Ao longo do tempo, Magdalena percebeu que a – hoje sabida – Victoria boliviana tem uma distribuição diferente de espinhos e forma de sementes. Foram também identificadas muitas diferenças genéticas no DNA das espécies.

Junto a uma equipe de especialistas em Ciência, Horticultura e Arte Botânica provou cientificamente a descoberta da nova espécie.

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Vitória Régia com flor branca
(Lucy Smith/CicloVivo)

Não obstante em passar por tanto tempo despercebida, sendo a primeira descoberta de um novo nenúfar gigante em mais de um século, a Victoria boliviana é a maior conhecida no mundo com suas folhas que chegam a três metros de largura em estado selvagem.

E o recorde atual para a maior espécie está nos Jardins La Rinconada, na Bolívia, onde as folhas cresceram até 3,2 metros.

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Um artigo descrevendo a nova descoberta botânica foi publicado na revista Frontiers in Plant Science.

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