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Curadoria e setores diversificados são a aposta da 16ª SP-Arte

Neste ano, o festival vai reforçar os seus setores e apresentar novas curadorias, como Maria do Carmo M. P. de Pontes

Por Yara Guerra
Atualizado em 17 fev 2020, 15h37 - Publicado em 22 jan 2020, 16h05
Portas Vilaseca – Obras tridimensionais de Deborah Engel. (Jéssica Mangaba/Divulgação)

De 1º a 5 de abril, a cidade de São Paulo recebe a 16ª edição da SP-Arte no Pavilhão da Bienal do Parque Ibirapuera. Neste ano, o festival internacional conta com mais de 2 mil artistas, apresentados pelos mais renomados expositores de arte e de design do Brasil e do mundo.

Buscando contribuir com a formação e aproximação de novos públicos, a mostra oferece visitas guiadas gratuitas pelo Pavilhão, conversas com especialistas e lançamentos editoriais, além dos já tradicionais Circuito Ateliês Abertos e Gallery Night, que abrem uma extensa programação pela cidade durante a semana do evento.

Como novidade para esta edição, haverá: curadorias inéditas, como a de Maria do Carmo M. P. de Pontes, e a estreia de expositores internacionais, como Carpenters Workshop Gallery (Reino Unido) e Garth Greenan Gallery (Estados Unidos).

(Divulgação/Casa.com.br)

“Durante seus 16 anos de existência, a SP-Arte sempre prezou por oferecer uma experiência enriquecedora e genuína, que se confirma ano a ano com o crescimento do público ávido pelo mundo da arte”, diz Fernanda Feitosa, fundadora e diretora do festival.

“Agora, em um momento em que captar a atenção de um visitante é cada vez mais desafiador, assumimos a tarefa de trabalhar cuidadosamente nossos setores curados, oferecer programações de qualidade e tornar a navegabilidade pela feira mais fluída”, completa.

Confira o que esperar de cada setor:

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Instalação “Native States” (2017), da peruana Ximena Garrido-Lecca. (Ximena Garrido-Lecca/Divulgação)

Solo

Um dos destaques da edição passada, o setor Solo é assinado novamente pela curadora chilena Alexia Tala, aprofundando sua pesquisa focada na América Latina e apresentando um projeto inédito, chamado “Camadas de tempo”.

Em meio às crises na região, Solo busca refletir sobre como acontecimentos da metade do século 20 afetaram a estabilidade e autonomia do Sul Global, sobretudo do continente latino-americano, e como formas modernas de dominação impactaram as trajetórias nacionais na região. A partir da apresentação de artistas contemporâneos, que exploram as diversas fraturas temporais e geográficas, a curadora busca ainda desmistificar a historiografia da arte tradicional, impactando assim a construção de nossa história e identidade.

Entre os 11 artistas já confirmados, oriundos de mais de oito países, destacam-se a peruana Ximena Garrido-Lecca e o equatoriano Adrián Balseca. Além deles, vêm também o paraguaio Joaquín Sánchez com obras de temática dos conflitos latino-americanos e comunidades indígenas e os brasileiros Daniel Jablonski, Zé Carlos Garcia e Paul Setúbal.

“Indian Ink on paper”, de Ernesto Briel. (Divulgação/Casa.com.br)

Masters

Sob a curadoria de Maria do Carmo M. P. de Pontes, o setor Masters reúne obras de artistas que tiveram sua trajetória interrompida devido a uma morte precoce, relacionando-as a produções de artistas que envelheceram, e, portanto, tiveram mais domínio na construção de suas narrativas.

Ao reunir nomes cujas semelhanças entre si são tecidas por suas trajetórias pessoais, Pontes busca estabelecer um encontro de estéticas, que não passa por noções de tema, técnica ou geração.

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Foram escolhidos para o setor o cubano Ernesto Briel e a brasileira Amelia Toledo.

“Quatro Poderes” (2018), de Luciano Zanette, no OpenSpace da SP-Arte. (Divulgação/Casa.com.br)

OpenSpace e Performance

Como uma diversificação das formas expositivas do Festival, os setores OpenSpace e Performance extrapolam os limites dos tradicionais estandes e se apropriam do espaço de maneira mais fluída.

“Com o intuito de maximizar o potencial do ambiente em que a SP-Arte é sediada, decidimos inaugurar o setor OpenSpace e levar obras de arte para fora do Pavilhão, expondo-as no Parque Ibirapuera”, conta Fernanda Feitosa.

O setor Performance, por sua vez, recebe a curadoria de Marcos Gallon. Através do Prêmio Aquisição SP-Arte e da colaboração com a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o festival incentiva a coleção de performances, elegendo uma da mostra para ser integrada ao acervo do museu.

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“Haze Armchair”, de Carpenters Workshop Gallery. (Divulgação/Casa.com.br)

Design

Em seu quinto ano, o Design ganha mais potência e é constituído por cinco setores. Entre Antiquários, Galerias de Design Moderno e Design Contemporâneo, Designers Independentes e Arquitetos, a SP-Arte abarca uma linha do tempo da história do Design, do século 18 até a contemporaneidade. Somam-se aos destaques brasileiros, a participação da britânica Carpenters Workshop Gallery, que aterriza pela primeira vez no Brasil. 

Arquitetos

O setor Arquitetos se renova com a estreia de Patrícia Anastassiadis e Fernanda Marques. Entre as novas apostas dos Designers Independentes, estão Mel Kawahara, Lattoog e MoBu Atelier, para além dos veteranos Ana Neute, Noemi Saga Atelier, F.Studio e Alva Design. 

Os contemporâneos, Ovo e Jacqueline Terpins Design retornam ao evento, assim como Herman Miller, que apresenta luminárias de George Nelson. Marcela Bartolomeo participa pela primeira do setor em uma parceria inédita. Já os expositores de design moderno Passado Composto Século XX, Herança Cultural e Apartamento 61 apresentam suas peças mais raras nesta edição, enquanto a ETEL traz reedições de nomes seminais do mobiliário brasileiro como Zanine Caldas e Jorge Zalszupin.

(Divulgação/Casa.com.br)

Para além do Pavilhão da Bienal, as atividades do Festival tomam conta da cidade por meio de programações como Gallery Night e Circuito Ateliês Abertos.

O Circuito Ateliês Abertos ocorre no fim de semana anterior à feira, promovendo um contato mais próximo entre os artistas e o público. Enquanto isso, o Gallery Night é um circuito realizado por dezenas de galerias na cidade de São Paulo, que promovem aberturas de importantes exposições, visitas guiadas com curadores e conversas com artistas.

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16ª edição da SP-Arte

Quando: de 1 a 5 de abril – quarta-feira, das 17h às 21h; quinta-feira a sábado, das 13h às 21h; aos domingos, de 11h às 19h.

Onde: Pavilhão da Bienal no Parque Ibirapuera (portão 3) – São Paulo, Brasil.

Quanto: R$50 (geral)
 e R$25 (estudante). Para estudantes, portadores de deficiência e idosos com mais de sessenta anos é necessária a apresentação de documento. Crianças até dez anos não pagam entrada. A bilheteria encerra suas atividades 30 minutos antes do término do evento.

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