Muxarabis e cobogós: veja projetos com esses tipos de divisórias vazadas
As divisórias vazadas são elementos que demarcam os espaços sem separá-los completamente, preservando a iluminação e ventilação naturais
Os ambientes integrados nas áreas sociais chegaram para ficar na arquitetura de interiores. Por isso, os elementos vazados, como cobogós e muxarabis, também estão em alta! Eles são uma forma de “dividir sem separar”, e ajudam a delimitar espaços sem comprometer a fluidez estética ou a passagem de luz e ventilação naturais.
“Acredito que a presença de ambos foi fortalecida tanto por conta estética, como pela funcionalidade que entregam na leitura moderna dos projetos”, analisa o arquiteto Pietro Terlizzi, responsável por seu escritório homônimo. Com seus diferentes designs, entram em cena como soluções inteligentes para compor divisórias, portas, janelas e, até mesmo, mobiliários.
Muxarabis
Surgido no século XIV dentro da arquitetura árabe em países do Oriente Médio e Ásia, o Muxarabi chegou ao Brasil em idos de 1500. Primordialmente de madeira, sua forma é resultado dos desenhos geométricos obtidos por ripas de madeira sobrepostas e esse aspecto mais ornamentado e orgânico entrega um visual impotente, sofisticado e aconchegante.
Muxarabi living e varanda
Nesse apartamento projetado pelo arquiteto Pietro Terlizzi, a visão completa da sala de jantar na varanda é discretamente preservada pelo muxarabi de madeira.
Muxarabi como painel de tv
Neste apartamento assinado pelo arquiteto Pietro Terlizzi, parte da integração dos ambientes aconteceu através do rack. Com a TV apoiada no móvel, o que seria um painel simples ganhou o contorno de três folhas com o treliçado do muxarabi e que podem ser movimentados conforme o gosto do morador. A presença do elemento entregou a discrição necessária para o interior da suíte master.
Muxarabi entre sala e cozinha
O Estúdio Maré utilizou a treliça de madeira entra a sala de estar e a cozinha deste apartamento de 160 ². O muxarabi contrasta e ao mesmo tempo complementa a viga de concreto, mais brutalista.
Muxarabi no quarto
As arquitetas Hannah Cabral e Monique Pampolha criaram a Suíte Oriel para a CASACOR Rio de Janeiro 2023. O principal elemento do ambiente é o grande painel em muxarabi que circunda todo o espaço, criando um ambiente que protege quem está no interior, ao mesmo tempo em que permite a valorização do verde, no exterior.
Muxarabi entre sala e lavanderia
Neste projeto, a característica de preservar a ventilação foi fundamental na escolha do muxarabi. O arquiteto Roby Macedo utilizou a treliça de madeira para separar a sala da lavanderia, que fica oculta por uma porta de correr branca, mas que, quando em uso, recebe o fluxo de ar adequado das janelas.
Muxarabi em fachadas
Neste prédio em Brasília, assinado Valeria Gontijo + Arquitetos, Crosara Arquitetura e Ana Paula Roseo Paisagismo, para a Lotus, o muxarabi surge como uma maneira de trazer dinamismo às fachadas, já que eles são móveis, e também proporcionar conforto térmico.
Os moradores podem deslizar os painéis para filtrar a luz solar no ambiente que estão utilizando. Porém, apesar da aparência, esses muxarabis são metálicos, pensando na leveza e resistência às intempéries.
Cobogós
Quase centenários e de origem brasileira, seguem mais jovens do que nunca: os Cobogós refletem a brasilidade de três profissionais que desenvolveram a peça e que ganhou as construções em formas cerâmicas, concreto, porcelana e vidro, entre outros materiais. Resistentes, de fácil manutenção e viés contemporâneo, os elementos contribuem para a ventilação e iluminação, como podem ser considerados também em áreas externas. “Grandes nomes imortais como Lucio Costa e Oscar Niemeyer incorporaram essa referência em prédios emblemáticos para a arquitetura brasileira”, destaca Pietro.
Meia parede de cobogó em cozinha
Nesse apto, as áreas comuns da planta original foram totalmente modificadas e seus ambientes reconfigurados dentro de um layout que proveu um melhor aproveitamento e amplitude dos espaços.
Nessa renovação empreendida pelo arquiteto Pietro Terlizzi, a integração de sala e varanda foi fundamental para esse remanejamento, com destaque para a meia parede em cobogó que segmenta a sala de estar e a cozinha: de um lado ela compõe com o sofá, enquanto do outro completa a marcenaria planejada
Cobogós laranjas
A arquiteta Lívia Ornellas criou uma cozinha contemporênea, com marcenaria neutra, que mescla melamina amadeirada e bege terroso, pontuada por elementos em tons alaranjados, como a faixa do piso e o backsplash revestidos com o mesmo ladrilho hidráulico (da Ladrilar) e a divisória de cobogós cerâmicos, em estilo retrô.
Cobogós de cimento
O escritório Grupo Arquitetos e Urbanistas utilizou cobogós de cimento em dois locais do projeto: atrás do sofá, os quais delimitam o estar sem interferir e também no hall de entrada.
Cobogós na fachada
Não exatamente cobogós, mas neste projeto do escritório Bloco Arquitetos os tijolos brancos foram utilizados como uma segunda fachada para o controle da insolação direta e o assentamento vazado entre os tijolos permite a ventilação natural cruzada e se remete aos amados cobogós.