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Veja como implementar o estilo industrial em sua casa

Para quem almeja deixar a residência com ares descolados, modernos e sem gastar muito, a aposta no industrial é uma excelente opção

Por Redação
Atualizado em 22 jul 2024, 16h57 - Publicado em 5 Maio 2021, 08h00

Nos idos da década de 60, em Nova York, artistas e escritores começaram a ocupar antigos galpões, onde antes eram fábricas, para transformá-los em ambientes para trabalhar e morar ao mesmo tempo.

Assim surgiram os famosos estúdios e lofts com pilares, vigas, instalações elétricas e hidráulicas aparentes e a decoração rústica e descolada que hoje caracteriza o estilo industrial e é uma das maiores tendências da decoração mundial. Aqui no Brasil, junto com a essência arrojada, o décor vem firmando seus adeptos agregado a dois quesitos: praticidade e economia.

Cores naturais: veja quais são os tons mais populares com projetos e dicas. Projeto de Korman Arquitetos. Na foto, sala industrial, parede de tijolinhos, sofá cinza.
Projeto de Korman Arquitetos. (JP Image/Divulgação)

Em linhas gerais, quem opta por esse caminho decorativo aprecia a integração dos ambientes e um toque mais ‘imperfeito’, evidenciado pelo efeito único de elementos estruturais do concreto presentes nas lajes e pilares aparentes, o tijolinho visível, bem como as tubulações de elétrica.

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“O estilo industrial está super em alta desde a última década e veio para ficar! Não à toa, muitos empreendimentos imobiliários possuem conceitos característicos dos galpões que deram origem ao estilo. Hoje em dia, já assimilamos muito essa ideia de integrar os ambientes – tornando-os multifuncionais –, de ter a planta do imóvel mais livre, assim como apostar em janelas maiores. Por si, esses pontos já fazem parte deste tipo de decoração”, comenta a arquiteta Júlia Guadix, à frente do escritório Liv’n Arquitetura.

Um décor para todos os ambientes

Memórias e histórias de viagem permeiam apê de 170 m². Projeto de Camila Niskier e Noa Arquitetos. Na foto, cozinha industrial, bicicleta.
Projeto de Camila Niskier e Noa Arquitetos. (André Nazareth/Divulgação)

Além de residências, o tom industrial pode retratar a concepção de projetos comerciais e corporativos. E nas casas, não há ressalvas: todos os ambientes podem incorporar o décor. “No projeto, buscamos manter os ambientes mais amplos e integrados e trazer materiais mais rústicos com concreto, tijolo, aço e madeira para trazer a linguagem industrial”, explica a arquiteta.

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Ainda segundo ela, em apartamentos, o industrial é muito presente em salas de estar integradas com as cozinhas, assim como nos demais cômodos da ala social que podem estar conectados.

Mobiliário

Apê industrial de 75 m² tem cozinha verde menta com bancada de cimento. Projeto de Rawi Arquitetura + Design. Na foto, piso de ladrilho, banqueta preta.
Projeto de Rawi Arquitetura + Design. (Juliana Deeke/Divulgação)

Na escolha dos móveis, as peças multifuncionais e modulares são deliberações que harmonizam bem por conta da versatilidade. “Móveis como sofás modulares, camas rebatíveis, carrinhos e mesas laterais permitem uma flexibilidade de uso que tem tudo a ver com a integração do espaço trazida por esse estilo. E elementos em metal, concreto, vidro e madeira reforçam a linguagem industrial no mobiliário”, ressalta Julia.

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Materiais e cores

Apê de 192 m² mescla estilos industrial e brutalista com pitadas de cor. Projeto de Zimbro Arquitetura. Na foto, sala de estar com sofá ilha azul a pilares aparentes.
Projeto de Zimbro Arquitetura. (Fotos: Estúdio São Paulo / Produção: Studio Jefferson Stünner/Divulgação)

Existem diversos materiais e revestimentos que podem ser utilizados para dar um tom industrial. Os mais comuns são o concreto ou os porcelanatos que simulam o efeito, bricks que emulam diferentes acabamentos do tijolinho aparente, o subway tile e pisos de madeira ou cimento queimado, entre outros componentes.

Partindo da premissa de que o projeto começa a partir da base neutra do cinza do concreto, é possível criar ambientes mais aconchegantes apostando nos tons terrosos dos tijolinhos e madeiras. Em relação às cores, tons sóbrios e escuros deixam os elementos mais elegantes e masculinos e cores mais vibrantes conferem descontração e ousadia. “É preciso escutar os clientes e conhecer sua personalidade para definir o caminho que vai representá-lo melhor na decoração.”

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Loft de 70 m² ganha décor industrial inspirado em Nova York. Projeto de Rafael Mirza. Na foto, sala de estar integrada com cozinha, mesa de refeições e parede de cimento queimado.
Projeto de Rafael Mirza. (Denilson Machado/Casa.com.br)

Para tirar um pouco o frio do industrial, a arquiteta aponta sua predileção por destacar a madeira na concepção da marcenaria dos móveis. Para tanto, o portfólio de MDF amadeirado auxilia no intuito de propiciar aconchego e atenuar a ação provocada pelo acinzentado do concreto.

Os azulejos em formatos menores também são queridinhos – bons exemplos são os modelos de 10 x 10 cm ou 20 x 20 cm –, que suscitam um ‘quê’ de retrô. “Nos projetos que executo, não abro mão da madeira e também da presença da natureza com uma seleção de plantinhas. Nesse décor, decisões que tragam vida e bem-estar são fundamentais. Uma toalha fofinha, o toque do rose gold em pendentes e objetos decorativos… um mundo de escolhas!”, complementa.

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Por onde começar?

Casa de 200 m² ganha estilo industrial moderno, iluminação aparente e monocromia. Projeto de Dani Espírito Santo. Na foto, sala de estar, jantar, cozinha e escada integradas.
Projeto de Dani Espírito Santo. (Produção: Produ & Decor / Fotos: Favaro Jr/Casa.com.br)

Para quem pretende decorar com o estilo industrial, o primeiro passo é analisar o espaço que se tem e tomar partido de elementos estruturais aparentes da residência. Se o local não tem materiais interessantes para deixar aparente, pode-se aplicar texturas de cimento queimado ou tijolinhos bricks, que criam uma boa base para o espaço.

No capítulo iluminação, a instalação de pendentes com elementos metálicos e lâmpadas com filamento reforçam o clima industrial. A arquiteta sempre recomenda a iluminação branco quente (temperatura de cor entre 2700K e 3000K), para deixar os ambientes mais agradáveis e acolhedores.

“Eu gosto muito de deixar os materiais aparentes e manipular a cor em detalhes, porque deixa a decoração bem versátil. Sempre falo para os meus clientes que esse estilo é super atemporal, pois há séculos o tijolo, concreto e vidro não saem de moda”, finaliza.

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