Como a modernidade e a tecnologia mudaram a experiência do luxo
Produzir mais com menos: atualmente o luxo está totalmente integrado à tecnologia e à sustentabilidade
Muito mais do que um pecado capital, o luxo é um estilo de vida. E, como qualquer outro, ele passou por mudanças desde os primórdios até hoje, que remodelaram o conceito. Antes, o que era associado ao exagero, ao status e à riqueza, hoje é associado com experiências, minimalismo, tecnologia, sustentabilidade e, literalmente, ao que você quiser que o luxo esteja ligado.
É com esse gancho que a Kohler, representante de louças e metais para banheiros e cozinhas, discute no Fórum Kohler 2019. A experiência do luxo é o tema da palestra, ministrada por representantes da marca, que buscam entender como o design residencial se relaciona com o luxo, através da tecnologia, das cores, dos padrões, dos materiais e, claro, da sustentabilidade.
Lançado em 2014, por Giovanni Cutolo, o livro “Luxo & Design” aborda a temática da palavra. Na obra, o autor faz uma provocação ao leitor, questionando o significado do luxo através dos valores e projetos. Os processos de criação e a percepção de arte fazem parte dos argumentos do livro, que explora o luxo sob uma nova perspectiva.
Se luxo nada mais é do que um estilo de vida, então podemos defini-lo de acordo com nossas próprias vivências. E é exatamente isso que torna o mercado do luxo tão abrangente: hoje o luxo é definido por ninguém menos e ninguém mais do que nós mesmos.
Erin Lilly, especialista em design de estúdio decorativo da Kohler, explica: “o mercado do luxo passou por mudanças e agora é uma experiência. A prova disso é que o Airbnb proporciona experiências ao invés de estadias para os usuários. É totalmente luxuosa a experiência de ficar na casa de alguém e ter uma troca que não seria possível em um hotel, por exemplo”.
Se o mercado do luxo mudou, isso significa que as empresas também precisam mudar e acompanhar o novo ritmo do mercado. Erin continua “na Kohler temos um time destinado a pensar em soluções inteligentes que não geram resíduos. Eles olham para o que seria descartado e falam ‘ok, precisamos criar algo útil, bonito e sustentável com isso’. Nosso objetivo é produzir mais, com menos recursos. É o que os clientes exigem. E precisamos estar preparados”.
Mas, se o luxo é ditado por nós, ele não está mais atrelado àquela peça caríssima de um designer renomado, ou a um quadro de centenas de bilhões de reais. O luxo pode vir de uma peça produzida por uma artesã local, da obra de um artista de rua ou, até mesmo, de algo que produzimos por conta própria.
Marisol Franco, diretora de design e projetos do Marriott Internacional, reforça a mensagem: “antigamente só quem tinha dinheiro poderia bancar o luxo. Hoje o luxo é estar conectado à natureza, apreciar uma boa bebida ou comida, desfrutar uma estadia em algum lugar. O luxo é o que fazemos dele”.
Erin completa que hoje em dia, no meio da correria, a desaceleração é luxuosa. “Precisamos celebrar o slow living, o slow design e o slow fashion. O luxo está em todos os detalhes. Está no nosso dia a dia, e às vezes, só precisamos prestar atenção para reconhecer e apreciar”.
A decoração atrelada com o luxo está nos detalhes. Pode ser minimalista ou maximalista, pode estar na praia ou no campo. Pode, até mesmo, estar nas páginas de um bom livro. Basta entender o que é o luxo para você e aproveitá-lo.