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Saiba escolher cerâmicas para pisos e paredes de espaços internos e externos

Imagens em alta definição, texturas realistas, espessuras mínimas... A tecnologia amplia as opções de cerâmicas

Por Reportagem Visual Edson Medeiros e Fernanda de Castro Lima (assistente) Texto Danilo Costa e Lara Muniz Fotos Luis Gomes
Atualizado em 21 dez 2016, 00h03 - Publicado em 23 out 2011, 20h43
Um título para uma foto sem titulo

As aguardadas novas tecnologias viraram realidade. Nas principais empresas, máquinas importadas dão origem a placas com estampas de alta definição, que imitam perfeitamente o visual de materiais como madeira e pedra. “Jatos de tinta reproduzem com fidelidade qualquer superfície, inclusive relevos”, explica Antonio Carlos Kieling, superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anfacer). Os números excluem dúvidas sobre a consolidação desse sistema: no início de 2010, existia só uma máquina digital no Brasil. Hoje, elas funcionam em várias fábricas, como Ceusa, Via Rosa, Portinari, Portobello, Eliane, Biancogres e Incepa. Nos próximos meses, estima-se que haverá 20 delas no país. A princípio, o preço das peças produzidas dessa forma supera o das comuns. “Elas custam de 10 a 20% mais”, calcula Marcele Brunel, designer de produtos da Ceusa. “Com o tempo, no entanto, eles se equiparam, pois o investimento nessa tecnologia vai se pagar”, completa. Mas, se a tendência aponta para grandes formatos, as impressoras digitais ainda não acompanham essas proporções. “Hoje, o limite é de 1,35 x 0,67 m”, fala Sérgio Ruzza, coordenador de design e portfólio de produtos da Eliane. Outra aposta são os porcelanatos de baixa espessura (entre 3 e 6 mm), que conquistam quem está reformando. “Você consegue assentar sobre o material existente, o que reduz quebra-quebra e entulho”, avalia o arquiteto Giovani Bonetti, de Florianópolis. Trata-se de uma opção sustentável também na produção, com menor consumo de matéria-prima, água e eletricidade no processo. “E eles são tão resistentes quanto as outras versões”, compara Marcele. Na instalação, porém, valem alguns cuidados. “Ao aplicar a argamassa no verso da placa e no contrapiso, os dentes da desempenadeira têm de estar na mesma direção”, orienta Marcelo Nazari, da Step Revestimentos, de São Paulo. “Após a colocação, nunca bata o martelo de borracha sobre a placa, que pode trincar”, complementa.

A escolha ideal para ambientes internos

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Com tantas inovações no cardápio, por onde começar a seleção dos revestimentos? “Respeite a indicação do fabricante sobre o que deve ser colocado apenas em paredes. No mais, cerâmicas e porcelanatos são bem-vindos em qualquer ambiente residencial, já que se trata de espaços não sujeitos a alto tráfego”, explica Laís Coluche, coordenadora de relações internacionais da Anfacer. A paginação de alas sociais, cozinhas, banheiros e áreas externas pode seguir o desejo dos moradores, desde que observadas as recomendações dos fabricantes. Convém, para isso, ficar por dentro dos termos técnicos apresentados nas embalagens. O coeficiente de atrito (CA), por exemplo, indica o quanto uma superfície é antiderrapante. Vai de 0 a 1 e, quanto maior, mais distante está o risco de escorregões. Na prática, opte por pisos com coeficiente de atrito acima de 0,8 para escadas, rampas e locais em contato com água. No restante da casa, produtos com índice acima de 0,4 têm bom desempenho. Evitar porcelanatos técnicos (não esmaltados) em cozinhas também é providencial. “A ausência do esmalte facilita a impregnação de sujeira”, observa Laís. Ao escolher um produto esmaltado, leve em conta o PEI, que mede a solidez da camada protetora e está diretamente ligado à resistência ao tráfego. O valor mínimo, 0, indica peças exclusivas para paredes, ao passo que o máximo, 5, suporta altíssimo trânsito de pessoas. Peças não esmaltadas têm esse quesito avaliado pela abrasão profunda, ensaio mais rígido que o dos outros produtos. Outra dica: revestimentos não esmaltados opacos são ótimas opções para salas, já que escondem riscos facilmente. Estes, aliás, merecem atenção. A classificação que indica o quanto uma peça suporta arranhões é a Dureza Mohs. Trata-se de um raciocínio simples: na natureza, o material mais duro é o diamante, com índice 10 de Dureza Mohs. A areia tem dureza 7 (o gesso, 2, e o aço, 6). Para não ser riscado por esses materiais, o piso precisa ter dureza maior que seus respectivos índices

Boas opções para ficar ao tempo

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Quintais, garagens e terraços descobertos despertam mais dúvidas sobre o que usar no piso. “Graxa e óleo de carro não reagem com o esmalte de cerâmicas e porcelanatos. O rejunte é que sofre com essas sujeiras”, observa Marcelo Dias Caridade, gerente de certificação do Centro Cerâmico Brasileiro (CCB), de Santa Gertrudes, SP. Se for necessário limpar o rejunte, atenção: “Produtos químicos à base de flúor, como os limpadores de pedra, representam perigo para a cerâmica”, alerta Marcelo. Em espaços externos, os porcelanatos técnicos não são a melhor alternativa. “Eles resistem bem ao peso de carros, mas podem encardir sem a camada de esmalte”, explica Laís, da Anfacer. Observe também a resistência mecânica dos revestimentos. “O valor mínimo exigido pela ABNT para pisos é de 500 newtons . Em garagens, recomendo acima de 800 newtons”, detalha Marcelo Dias. Nas áreas descobertas, sujeitas a intempéries, o coeficiente de atrito volta a ser importante para evitar tombos. Quanto às manchas esbranquiçadas causadas pelo sol, comuns em madeiras, não há o que temer. “Revestimentos cerâmicos não padecem disso”, assegura Laís.

Mudanças nas normas técnicas

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A equipe da Comissão de Estudos de Placas Cerâmicas do Comitê Brasileiro da Construção Civil está trabalhando na unificação das normas brasileiras com o padrão internacional, previsto para ser concluído nos próximos seis meses. “A rigidez das exigências muda pouco”, fala a engenheira Ana Paula Menegazzo, coordenadora da comissão. “As Normas Brasileiras serão um espelho daquelas definidas pela International Organization for Standardization – ISO, que normatiza cerâmicas e porcelanatos em âmbito mundial”, completa. Vale lembrar que o Brasil foi o primeiro país a criar uma norma para o porcelanato, que será referência para criação da equivalente estrangeira.

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