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Piso vinílico e linóleo: eles parecem muito com madeira

Os revestimentos vinílicos e os linóleos têm padronagens cada vez mais próxima da madeira. Mas custam bem mais barato. Então, vale a pena conhecê-los

Por Texto Cecilia Arbolave | Reportagem Visual Fernanda de Castro Lima | Fotos Divulgação
Atualizado em 14 dez 2016, 12h39 - Publicado em 22 jan 2013, 18h19

Preços pesquisados entre 30 de novembro de 2012 e 9 de janeiro de 2013, sujeitos a alterção.  

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Estamos falando dos revestimentos vinílicos e dos linóleos, campeões em rapidez de instalação, facilidade de limpeza e conforto termoacústico. Eles são ótima alternativa para quem gostaria de ter um material nobre – como a madeira e o mármore –, porém conta com orçamento mais justo. ”Mesmo não exibindo textura exatamente igual, as padronagens enganam o olhar”, avalia a designer de interiores Cecília Guerra, de São Paulo.

De que são feitos os revestimentos flexíveis?

o vinílico é produzido com resina de vinil (pvc), quase sempre reciclada. sua superfície é texturizada e estampada, de modo a imitar outros acabamentos. o linóleo, desenvolvido há 150 anos na inglaterra, é inteiramente feito de matérias-primas naturais e renováveis, como juta e óleo de linhaça, composição que o torna biodegradável.

Eles já vêm com tratamento?

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Sim. o revestimento vinílico sai de fábrica protegido por resina de poliuretano dos tipos pur ou pu – a segunda exige a aplicação de cera durante o processo de instalação do piso. Já o linóleo leva cera ou resina, dependendo da marca, e dispensa tratamentos posteriores.

Quais são suas qualidades? E os pontos fracos?

a principal vantagem está na instalação fácil, rápida e limpa. “a boa absorção acústica evita o toque-toque de outros revestimentos”, diz Fellipe pellegrini, responsável por projetos da revitech pisos, elencando mais um benefício. “no calor, não aquecem como os carpetes e, no inverno, são mais aconchegantes que a cerâmica”, completa ilan tiktin, diretor geral da episo. além disso, não empenam nem dilatam. a desvantagem é que, justamente por serem flexíveis, exigem uma base muito bem preparada: “Qualquer imperfeição, até um grão de areia, pode marcar no piso instalado”, alerta o engenheiro civil roberto Watanabe, de são paulo.

A colocação é feita sempre da mesma forma?

Não, tudo depende do formato do revestimento, já que, conforme o modelo, ele pode vir em placas, réguas ou mantas. “cada tipo pede uma colocação. em geral, as placas são assentadas do centro do ambiente para as extremidades. as réguas seguem o alinhamento de uma das paredes, e as mantas dependem da paginação planejada”, explica bianca tognollo, gerente de marketing da tarkett Fademac. tradicionalmente, todos são colados com adesivos específicos, fornecidos pelo fabricante – porém, entre as últimas novidades, sobressaem as réguas vinílicas com encaixe macho e fêmea (também conhecido como clique), que dispensa cola na instalação.

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O que deve ser considerado antes da instalação?

O contrapiso precisa estar firme, seco, nivelado, com baixa porosidade e liso (em termos técnicos, desempenado). Um instalador experiente é capaz de avaliar as condições da base e indicar uma eventual correção. Antes do revestimento, aplica-se uma massa niveladora feita de uma mistura de cimento e cola PVA, a qual prepara a superfície para receber o adesivo.

Esses pisos podem ir sobre outros?

Sim, e mais facilmente sobre cerâmicas e porcelanatos – basta passar primeiro a massa niveladora, a fim de que as imperfeições e juntas da superfície não apareçam no revestimento flexível. No caso de uma base de cimento queimado, muito lisa, a etapa inicial do serviço é provocar sulcos no chão (a chamada ancoragem), seguida da aplicação de massa niveladora e, depois, do novo piso. No entanto, se o original for de madeira ou de laminado, ambos têm de ser retirados, já que, sendo naturais, podem apodrecer e comprometer o acabamento. O vinílico ou o linóleo é, então, colado no contrapiso existente, que deve ter sido tratado para receber esses materiais. Atualmente, só existe um tipo de vinílico, o AcquaFloor, da Pertech, que pode ser assentado sobre qualquer superfície (até mesmo madeira, em boa parte dos casos), dispensando, inclusive, o preparo com massa niveladora.

O revestimento original fica preservado?

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É muito provável que não. “Não há como conservar intacto o acabamento da base nem como garantir que fique perfeito após a remoção da cola”, afirma Ilan Tiktin, da ePiso. “Se quiser voltar a exibir o piso original, melhor optar por réguas vinílicas com encaixe macho e fêmea.”

Dá para assentar o produto sem ajuda?

“Segundo uma regulamentação da [Associação Brasileira de Normas Técnicas] ABNT, as mantas de PVC ou de linóleo devem ser instaladas por mão de obra especializada”, afirma Bruno Sedky, gerente de marketing da Forbo Flooring, esclarecendo que as emendas entre as mantas exigem equipamento profissional. Já as placas e réguas podem ser colocadas pelo morador, mas lembre-se: apenas pessoas treinadas conseguem identificar os problemas da base, o que determina o resultado final.

Posso usá-los em cozinhas e banheiros?

Somente se escolher linhas de vinílicos e de adesivos específicos para essa finalidade – já fornecidas por grandes fabricantes, como Eucafloor, Formica, Pertech e Tarkett Fademac –, pois em ambientes molhados os revestimentos vinílicos comuns e os linóleos costumam descolar, manchar e apresentar bolhas por causa da água que se infiltra em ralos e cantos.

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Que tipo de rodapé devo colocar?

”É possível recortar o revestimento em tiras e aplicá-las no contorno do ambiente, como se faz com a cerâmica”, orienta Flavia Vibiano, gerente de marketing da Eucafloor-Eucatex. Outras opções são os modelos de madeira, MDF e poliestireno expandido. Se o piso tiver visual amadeirado, evite um segundo padrão de madeira, preferindo um rodapé branco.

Os pisos flexíveis dão certo em paredes?

Sim, mas vale o mesmo cuidado quanto à inexistência de imperfeições na base. “A superfície deve estar isenta de tinta, que pode gerar uma reação química e causar o descolamento do material”, aponta Bruno Sedky. “Melhor aderi-lo em um painel de madeira e fixá-lo na parede. Se cansar do efeito, é só retirá-lo e dar novo acabamento”, sugere Flavia Vibiano.

Os pisos flexíveis riscam?

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“Sim, caso a abrasão seja muito grande, como a produzida por móveis e eletrodomésticos quando arrastados sem que seus pés estejam protegidos por feltro”, aponta Bianca Tognollo, da Tarkett Fademac. “Se o piso riscar, uma possibilidade é trocar a régua ou a placa danificada”, explica Flavia. Por isso, compre o material calculando uma sobra, o que previne problemas com variações de cor e desenho. No caso das mantas, é mais complicado, pois haverá emendas.

Como é a manutenção?

A camada de poliuretano dos revestimentos vinílicos não permite a impregnação de manchas. No dia a dia, uma vassoura de pelo ou um rodo com pano levemente umedecido são suficientes para limpar ambos os materiais. Para a faxina mais profunda, use detergente neutro. Se quiser dar mais brilho ao chão, você pode aplicar cera.

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