Material sustentável poderá substituir PVC e madeiras nobres

Mistura de polímero e madeiras amazônicas, como balsa, caroba e embaúba, gera um material que pode ser usado em decks, paredes, portões, mourões e até pontes e passarelas

Por Por Lilian Primi
Atualizado em 19 jan 2017, 13h33 - Publicado em 17 abr 2012, 19h59
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Um novo uso para a chamada madeira de ciclo rápido propõe uma solução para abastecer a indústria da construção brasileira e gerar menosimpacto nas florestas. Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e do instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa)desenvolveram um material feito da mistura de polímeros com madeiras amazônicas – como a balsa, a caroba e a embaúba – para dar origema decks, paredes, mourões, portões, muros, pontes e passarelas. Esses elementos foram largamente testados nos laboratórios da universidadepaulista, que comprovou: o material pode substituir madeiras nobres e o PVC. Mais leve que os dois e igualmente durável, não exige manutençãode nenhum tipo.

A surucucumirá  é um exemplo que leva apenas dois anos para entrar na idade de corte e pode ser cultivada ao lado de árvores como o mogno, o cumaru e o angelim, ocupando as porções do terreno onde elas não crescem mais. Alessandra de Almeida Lucas, pesquisadora do Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar, conta que, por poderem ser cultivadas em espaços descampados, essas espécies ainda ajudam a recuperar terrenos degradados – os buracos de devastação que engolem a floresta amazônica num ritmo de 5 mil km² por ano, segundo dados do Governo Federal. A ideia é encontrar parceiros para que comunidades extrativistas produzam o material.

Pesquisa faz parte do Projeto Fênix

 

Esse novo material faz parte do Projeto Fênix. Ação conjunta de várias universidades brasileiras, tem como foco estudos que observam o aproveitamento sustentável de materiais obtidos de ecossistemas da floresta amazônica e iniciativas que contribuam para a preservaçãoe a regeneração dos recursos naturais da região. As pesquisas podem ser acompanhadas por meio do blog Fênix Amazônico. O estudo feito pelo inpa em parceria com a UFSCar está disponível na íntegra no site www.scielo.br.

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