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Você está sendo filmado: invista em segurança para proteger a casa

Os índices de violência crescem. Mas os recursos para blindar os condomínios também. Exija mais do que uma guarita no seu prédio.

Por Por Bruno Versolato Ilustração: Bruno Algarve
Atualizado em 21 dez 2016, 01h02 - Publicado em 19 nov 2011, 15h12
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Vaga do pânico é um nome bem estranho. Mas ela funciona de um jeito muito simples e eficiente. Trata-se de uma vaga de garagem especial conhecida apenas pelos moradores e funcionários do prédio. Se alguém for tomado como refém de um assalto e o ladrão exigir que ele entre no condomínio, basta estacionar no local pré-marcado. Seguranças vão agir imediatamente e tudo será filmado. “Dessa forma, a gente consegue isolar o restante do condomínio e ter maior controle da situação”, diz André Sá, responsável pela área de Marketing e Venda da Odebrecht, que usou o recurso em um empreendimento.

Soluções assim eram incomuns em prédios daqui. Porém, como explica o delegado Cleandro Pimenta, diretor do Departamento de Crimes contra o Patrimônio, “houve um aumento de roubo de carros, assalto em saídas bancárias e sequestros relâmpagos”. Com o reforço no combate ao crime no Sudeste, Salvador entrou na mira dos bandidos. Segundo referências do cientista político José Maria Nóbrega, da Universidade Federal de Campina Grande (PB), o índice de homicídios na Bahia aumentou 76% entre 2000 e 2010 (dados do DataSus).

 

Melhor prevenir

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“A sensação de insegurança aumentou e isso se refletiu no mercado imobiliário”, diz Antônio Augusto Souza, diretor técnico da Garcez Engenharia. Antônio afirma que há dez anos as construtoras e incorporadoras não se preocupavam com um projeto de segurança orientado por especialistas. “Hoje, isso é tão essencial quanto uma área de lazer com piscina, quadra e academia. Se o empreendimento não oferece itens como guarita blindada ou câmera, o cliente não quer nem olhar o apartamento”, afirma Cláudio Cunha, sócio da Brito & Amoedo. “Mudamos até a maneira de erguer os muros, para dificultar a entrada de bandidos”, completa Antônio.

O plano de segurança é feito durante a especificação da obra. Um especialista avalia o projeto arquitetônico do edifício em busca de pontos vulneráveis. De acordo com André Sá, da Odebrecht, o projeto e a instalação de equipamentos de segurança custam menos de 1% da obra. Os itens que mais chamam a atenção do comprador estão nos imóveis de faixa de renda média alta e alta. São sensores de infravermelho, câmeras de alta resolução e sistemas de biometria que só abrem portas e elevadores com leitura das digitais, por exemplo. Uma fechadura com reconhecimento digital custa em torno de R$ 1 500. Existem ainda os sistemas de eclusas que “trancam” o carro do morador entre dois portões até que a identificação seja feita por um porteiro em cabine blindada ou por um conjunto de equipamentos especiais que reconhecem a face do morador, a placa e as características do veículo.

No condomínio, a manutenção de todo o sistema de segurança não pesa mais do que a de uma grande piscina, por exemplo. “Piscina gasta energia, equipamento, mão de obra”, explica Souza, da Garcez. Ele diz que com o monitoramento remoto (feito por sensores e câmeras) os seguranças são deslocados para pontos estratégicos conforme a necessidade. “Não é preciso dezenas de funcionários. Uma pequena equipe treinada dá conta do serviço.”

Com as novidades tecnológicas, moradores de prédios mais antigos também passam a buscar maior proteção. De acordo com Cunha, da Brito & Amoedo, quem vive em prédio mais velho está disposto a pagar taxas de manutenção mais elevadas para instalar câmeras, sensores e contratar profissional especializado. É o investimento em tranquilidade.

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