Um sobrado em terreno estreito e sem muros ou portões
Viver sem muros foi a escolha de Clara Reynaldo e Lourenço Gimenes. A porta da casa deles, em São Paulo, abre-se diretamente para a rua.
Por Reportagem Deborah Apsan (visual) e Rosele Martins (texto) | Design Júlia Blumenschein | Fotos Fran Parente | Ilustração Campoy Estúdio
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19 Jan 2017, 13h31 - Publicado em 18 Sep 2012, 21h23
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Deteriorado, o sobrado que havia no lote foi demolido para, em 14 meses, dar lugar à casa de 120 m² desenhada pelo casal
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O living se integra ao pátio interno. O piso leva resina de poliuretano. Painel de ladrilhos hidráulicos assinado por Fabio Flaks.
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O casal não quis muros na frente da casa e nem por isso se sentem menos seguros.
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A ausência de muros garante aos dois maior sensação de segurança. “Ficamos mais protegidos com a cidade olhando para nossa porta. Expostos,somos cuidados por vizinhos e passantes. Além disso, estudos demonstram que invasores preferem casas nas quais possam atuar sem ser vistos”, fala Lourenço. Ele e Clara apontam ainda outra vantagem na área livre em frente à moradia: a composição de uma calçada generosa, que contribui para uma cidade mais humana. A gentileza para com a metrópole permeou também a escolha do sistema construtivo, que emprega painéis internos de drywall, pilares e vigas metálicos e outros elementos típicos de obra seca, capaz de reduzir desperdícios e permitir a reciclagem da estrutura. “A casa pode ser quase inteiramente remontada em outro local”, diz Lourenço. Um local sem muros, obviamente.
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O lote estreito (4 x 30 m) deixava pouco espaço para áreas verdes – o jeito, além de criar um pátio interno foi transformar parte da cobertura num terraço com deck e plantas. Dali, tem-se de um lado a vista para o verde e de outro o skyline paulistano.
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Entenda a distribuição da casa
“A rua é nossa segurança, e não o isolamento”, argumenta o arquiteto Lourenço Gimenes. Por pensar assim, ele e a mulher, a também arquiteta Clara Reynaldo, aboliram muros entre a construção onde moram e o exterior. A ideia causou espanto em amigos e vizinhos, ainda mais considerando que foi um assalto a razão pela qual o casal mudou-se de seu apartamento.
Como os moradores tomaram essa decisão
“Perdemos a vontade de continuar no prédio”, diz Clara. O novo bairro, na zona sul de São Paulo, tem características semelhantes às do endereço antigo. “Nos atraiu a proximidade com restaurantes, farmácias, supermercados e outras facilidades. Gostamos de fazer tudo a pé”, diz Lourenço. Acostumados a manter essa relação direta com a cidade, eles nem cogitaram erguer uma divisória entre a casa e a calçada – apenas um painel de madeira com estrutura metálica separa a área interna da rua. E a peça não foi escolhida com foco maior na segurança, mas na privacidade, pois os moradores passam a maiorparte do tempo no térreo. “No Brasil não encaramos com naturalidade alguém passar lá fora e nos ver dentro de casa”, justifca o arquiteto.
Como viver sem muros?
A ausência de muros garante aos dois maior sensação de segurança. “Ficamos mais protegidos com a cidade olhando para nossa porta. Expostos, somos cuidados por vizinhos e passantes. Além disso, estudos demonstram que invasores preferem casas nas quais possam atuar sem ser vistos”, fala Lourenço. Ele e Clara apontam ainda outra vantagem na área livre em frente à moradia: a composição de uma calçada generosa, que contribui para uma cidade mais humana. A gentileza para com a metrópole permeou também a escolha do sistema construtivo, que emprega painéis internos de drywall, pilares e vigas metálicos e outros elementos típicos de obra seca, capaz de reduzir desperdícios e permitir a reciclagem da estrutura. “A casa pode ser quase inteiramente remontada em outro local”, diz Lourenço. Um local sem muros, obviamente.