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Peças afetivas com memória, design e madeira escura compõem apê de 116 m²

Phil Nunes, à frente escritório NOP Arquitetura, reorganizou a planta do apartamento de forma a deixá-la integrada e cheia de espaços de convívio

Por Redação
13 jan 2024, 13h00

Este apartamento de 116 m² dos anos 1960 é o lar do arquiteto Phil Nunes, à frente escritório NOP Arquitetura. Antes da reforma, o imóvel era extremamente compartimentado, com uma sala pequena, três quartos de tamanho razoável e muita área desperdiçada em circulações. Além disso, a vista, embora livre, ficava comprometida por esquadrias repartidas que não valorizavam o pé-direito alto do imóvel, com 3,20m.

Peças afetivas com memória, design e madeira escura compõem apê de 116 m². Projeto de NOP Arquitetura. Na foto, sala de estar integrada com jantar, tapete bege, mesa de madeira.
(Renata Freitas/Casa.com.br)

Com a reforma, nada ficou como era antes. Como o arquiteto queria um lar em conceito aberto, o projeto integrou a sala, o quarto vizinho a ela, o hall de entrada, a cozinha, a área de serviço e o banheiro de serviço para cria uma grande área de convívio.

Peças afetivas com memória, design e madeira escura compõem apê de 116 m². Projeto de NOP Arquitetura. Na foto, lavabo com cuba esculpida, revestimento verde, papel de parede.
(Renata Freitas/Casa.com.br)

O generoso espaço do antigo banheiro social permitiu transformar um dormitório em suíte principal e ainda criar um lavabo, enquanto uma parte do antigo corredor íntimo virou o banheiro da atual suíte de hóspede. “O espaço da antiga cozinha hoje abriga a sala de jantar, a área de serviço virou cozinha, o banheiro de serviço foi transformado em cantinho da sapateira, o quarto de serviço agora é uma lavanderia e o tanque de alvenaria foi substituído por uma churrasqueira na cozinha”, conta Phil.

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Peças afetivas com memória, design e madeira escura compõem apê de 116 m². Projeto de NOP Arquitetura. Na foto, cozinha com azulejos verdes, pratos na parede e prateleira com planta.
(Renata Freitas/Casa.com.br)

O arquiteto conta que bebeu em duas fontes principais para definir o conceito de seu projeto – a arquitetura de interiores do período moderno brasileiro, com suas madeiras nacionais em tons mais escuros, e em suas próprias memórias afetivas. “A ideia de ter um apartamento que me acolhesse estava diretamente relacionada aos espaços da minha infância, seja pelo tom da madeira, pela recuperação do piso original em taco ou aproveitamento de peças familiares. Não idealizei meu novo lar pensando em tendências. Queria algo que, acima de tudo, refletisse o meu momento, incluindo garimpos em antiquários e leilões, e também me fizesse lembrar da casa dos meus avós”, diz Phil.

Peças afetivas com memória, design e madeira escura compõem apê de 116 m². Projeto de NOP Arquitetura. Na foto, sala de estar com sofá curvo pequeno, parede revestida de madeira escura.
(Renata Freitas/Casa.com.br)

Na decoração da área social, alguns itens que Phil herdou de família e peças que ele próprio garimpou ao longo dos anos foram o ponto de partida para definir a composição, com destaque para o banco Ripado em jacarandá (criação de Sergio Rodrigues original dos anos 50, que pertenceu aos seus avós), a escultura do artista Carybé, o telefone do início do século XX, a sopeira de louça e alguns livros antigos que estavam na biblioteca do sítio da família. Expostos na parede atrás do sofá, os pratos decorativos da italiana Fornasetti, por exemplo, fazem o arquiteto lembrar de suas viagens à Milão, onde as peças foram compradas separadamente, por ocasião do Salão Internacional do Móvel.

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Peças afetivas com memória, design e madeira escura compõem apê de 116 m². Projeto de NOP Arquitetura. Na foto, sala de estar branca, sofá branco, quadros e pratos na parede.
(Renata Freitas/Casa.com.br)

Já entre as obras de arte, com exceção do quadro Forever Young, que é novo (em destaque acima do sofá), todas foram adquiridas pelo arquiteto ao longo de anos, sendo as mais recentes com temática homoerótica, dos artistas Rafael Dambros e Francisco Hurtz, em destaque em seu próprio quarto, na parede atrás da cabeceira da cama.

Peças afetivas com memória, design e madeira escura compõem apê de 116 m². Projeto de NOP Arquitetura. Na foto, sala de jantar, mesa de madeira, cadeiras de madeira.
(Renata Freitas/Casa.com.br)

Na sala de jantar, o quadro de estilo mais clássico, do artista Romanelli (arrematado em leilão), divide espaço com a foto de barco do fotógrafo contemporâneo Kiolo. Já na parede verde da cozinha, a imagem da vitória-régia apoiada na prateleira superior foi registrada pela fotógrafa Re Freitas. Por fim, no quarto de hóspede, há quadros dos artistas Virgílio Dias e Aécio Sarti.

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Peças afetivas com memória, design e madeira escura compõem apê de 116 m². Projeto de NOP Arquitetura. Na foto, sala com tv, parede revestida com madeira escura.
(Renata Freitas/Casa.com.br)

O fio condutor para definir a paleta de cores da área social com cozinha integrada foi a madeira pau-ferro, presente no acabamento interno da porta de entrada, no painel-estante-louceiro que cobre toda a parede da tv, no pilar transformado em estante próximo à janela e em alguns armários e prateleiras da cozinha.

Peças afetivas com memória, design e madeira escura compõem apê de 116 m². Projeto de NOP Arquitetura. Na foto, cozinha com azulejos verdes, pratos na parede e prateleira com planta.
(Renata Freitas/Casa.com.br)

“Para quebrar a seriedade deste material, de tom mais escuro, optei por uma base mais neutra e clara no restante, além do verde inusitado na cozinha, que invade o frontão da bancada e colore a porta de serviço do apartamento”, revela Phil. Os tons de verde também aparecem em algumas almofadas e no tampo de uma mesa central, e ganharam a companhia de elementos de coloração terrosa, entre esculturas, vasos e tapete.

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Peças afetivas com memória, design e madeira escura compõem apê de 116 m². Projeto de NOP Arquitetura. Na foto,
(Renata Freitas/Casa.com.br)

No quesito “materiais e texturas”, tecidos em linho natural, com diferentes tramas, aparecem no estofamento do sofá (modelo Rocco, assinado por Luan del Savio, da Way Design), da chaise (modelo Cozy, do Studio Mapa) e nas cortinas, enquanto o couro natural está presente no assento das cadeiras pretas da sala de jantar, na fruteira, no banco do cantinho de sapato e na poltrona Kilin, assinada por Sergio Rodrigues.

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