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Pacto entre irmãos: apartamento de 62 m² reformado

Gêmeos de personalidades complementares conseguiram equilibrar seus desejos na reforma do primeiro lar, de 62 m²

Por Por Deborah Apsan (visual) e Luisa Cella (texto) | Projeto Aldi Flosi | Fotos Cacá Bratke
Atualizado em 19 jan 2017, 13h31 - Publicado em 21 jun 2014, 18h37

Se voltássemos três anos no tempo e viéssemos parar dentro deste apartamento, seria necessário explorar vários recursos da imaginação para tentar mentalizá-lo da forma como o vemos hoje. Sua condição, na época, era muito precária. No entanto, isso não desanimou os irmãos Aldi (à esq. no retrato) e Anderson Flosi, que compraram o imóvel num prédio da década de 70, em São Paulo, e o submeteram a oito meses de repaginação. Autor do projeto, Aldi revela que, na segunda visita ao espaço todo detonado, já sabia como incrementá-lo. “Fechava os olhos e o enxergava praticamente assim, renovado”, revela o criterioso designer de interiores, que coordenou a obra atento aos desejos do gêmeo. “Eu me lembro dos primeiros pedidos dele: área para uma cama decente e mais um banheiro”, conta, rememorando a fase em que dividiam o aluguel de uma quitinete de 35 m2. Para quem sabia compartilhar um teto tão compacto, distribuir as tarefas da obra foi fchinha. As diferentes personalidades até ajudaram no processo, como você verá a seguir.

Quando o assunto é casa, Anderson é racional. Já o lado afetivo de Aldi fala mais alto. Junte as ideias de ambos, e o resultado só poderia mesmo ser um lar repleto de soluções funcionais, belas e econômicas. Em toda a reforma – que derrubou paredes, providenciou novas redes hidráulica e elétrica, promoveu a troca do piso e propôs usos inéditos para ambientes –, a dupla calcula ter desembolsado cerca de R$ 85 mil.

A mexida na planta, essencial para acomodar os dois com privacidade e conforto, refete uma mudança recente no comportamento do brasileiro: ao compartilhar imóveis cada vez menores, as famílias estão percebendo que não há mais sentido em manter as dependências de serviço. Neste projeto, a área deu origem a uma boa lavanderia e ao novo banheiro, integrado a um dos quartos. Com isso, cada morador ganhou um chuveiro para chamar de seu. “Em nossos endereços anteriores, o Anderson sempre acabou prejudicado. Por isso, e por meu irmão passar mais tempo em casa, ele fcou com a suíte”, conta Aldi.

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Ao sintetizar o estilo do projeto, o designer fala da intenção de descobrir a beleza da arquitetura em seu estado bruto. “Conforme quebrávamos o apartamento, revelaram-se elementos bonitos, o que foi ótimo, porque não gosto muito de acabamentos. Prefro investir na decoração.” Se as vigas e colunas aparentes conferem ao conjunto um aspecto brutalista, sutilezas como a junta de dilatação de latão mostram o cuidado do profssional com os detalhes. “Isso foi um luxo, porque saiu quase mais caro que todo o granilite. Optei por não dispor as juntas no meio, mas acompanhando o perímetro do piso.” Eleita como revestimento de todos os cômodos, a vintage mistura de concreto com pedrinhas substituiu os antigos tacos, danifcados por infiltrações, e cobriu até as paredes dos boxes. “Além de ser bem mais em conta que madeira, o material faz parte da identidade do prédio, porque reveste seus corredores comuns.” Esse é um dos vários recursos que destacamos ao longo da reportagem. Aproveite!

 

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