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Mais segurança em casa

Portão automático, alarmes, câmeras etc. Sentir-se tranquilo no próprio lar não tem preço. Com mudanças simples no dia a dia e a ajuda da tecnologia, é possível dificultar o trabalho dos bandidos e se precaver da violência.

Por Texto Roberto da Costa Ilustrações Stefan Pastorek
Atualizado em 20 dez 2016, 21h40 - Publicado em 16 nov 2011, 12h21
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Segurança é assunto sério e não necessariamente custa caro. Porém, atenção: assumir posturas mais prudentes não significa se deixar levar pelo medo ou pela paranoia. “Você deve fazer tudo o que deseja, mas da forma mais cautelosa possível”, afirma o delegado e pesquisador do tema Jorge Lordello, de São Paulo. “Se quiser sair à noite e voltar no meio da madrugada, faça-o. Quer viajar? Vá! Só é preciso agir com bom-senso.” Para o especialista, quem se sente a salvo tem mais conforto, um benefício incalculável.

Bê-á-bá dos equipamentos

Como são muitas as opções, o ideal é ter a orientação de uma empresa especializada. Ela pode montar um projeto específico para seu caso, dependendo de onde mora, do tamanho de sua casa ou apartamento, do número de entradas…

  • Alarme Vigia uma área determinada, avisando se for invadida. Deve ser fixado em portas e janelas de casas e apartamentos, mas é inútil nos acessos dos condomínios, que têm circulação constante. Existem vários tipos, daqueles que apenas fazem barulho (de R$ 100 a R$ 300) até os monitorados, que acionam a firma de segurança quando disparam (esses custam na faixa dos R$ 700, pois precisam ter comunicação com a empresa). No interior de São Paulo, a Guardian cobra R$ 79 ao mês pelo monitoramento. Já na capital, a Haganá pede R$ 209.

 

  • Bateria de emergência Impede que os dispositivos de segurança e as luzes de emergência parem de funcionar por falta de energia. Variedade e quantidade de itens afetam os preços, assim como o tempo de autonomia do conjunto. A paulistana Beta Controles e Sistemas estima em R$ 2 mil um no-break que alimente 16 câmeras de pequeno porte durante quatro horas.

 

  • Botão de Pânico O aparelho silencioso é para ser usado em emergências: ele alerta a central de vigilância sem chamar a atenção dos invasores. A Haganá cobra R$ 451 ao mês por 24 horas diárias de acompanhamento em São Paulo (inclui o botão).

 

  • Câmera de Segurança Tem duas funções: dar “olhos” a quem está de vigia e gravar a ação de bandidos. Atenção: há modelos que só filmam, sem gravar. Quando gravam, verifique por quanto tempo retêm as imagens e a qualidade delas – nitidez, cores, sensibilidade à luz e resolução fazem diferença. Os aparelhos devem ficar nas chamadas áreas vulneráveis: entradas, fundos, muros de divisa, garagens, corredores e elevadores. Se forem escuras, aposte em câmeras com sensor infravermelho, eficientes mesmo à noite. É possível observar as imagens na própria TV e até contratar um serviço que permita ver o que acontece dentro de sua casa pela internet, usando um celular ou computador. Na Vector Security, de São Paulo, um sistema com quatro câmeras custa cerca de R$ 2 mil, e a sua monitoração, R$ 400.

 

  • Cerca com sensores Sobre cada ponta do muro vai um sensor infravermelho ativo – se alguém tentar invadir o espaço entre eles, a cerca invisível dispara um alerta ou aciona a empresa de segurança. Caso os dispositivos estejam voltados para uma área aberta e sejam muito sensíveis, folhas, galhos e bichos podem fazer soar o alarme. A Produtek, de São Paulo, vende o par de sensores para 60 metros por R$ 550.

 

  • Cerca elétrica Ela não mata ninguém, nem pássaros nem gatos, segundo os especialistas. A cerca de fios de aço inox só provoca um choque que atordoa quem tenta cruzá-la. Evite acidentes colocando-a em muros acima de 2 m de altura. Deve ser integrada a um alarme ou a um serviço de monitoração. O pacote básico de 20 metros de cerca elétrica, controle remoto e instalação sai por R$ 650 na Produtek.

 

  • Iluminação É essencial para inibir os mal-intencionados, então deixe as entradas sempre claras. Se você teme a conta de energia, adote sensores de presença – fotocélulas que se iluminam quando alguém passa, agindo como um alarme visual. Também são úteis nos fundos de um prédio ou em áreas de pouca circulação, segundo Victor Camilo da Cruz, da Vector Security.

 

  • Portão duplo São dois portões separados por um pequeno espaço: para abrir o segundo, você precisa ter fechado o primeiro. Serve para a entrada de pedestres e também para a garagem. Telefone da Portaria Permite chamar rapidamente os serviços de emergência, como polícia e bombeiros.

Atitudes para uma vida mais segura

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Orientações gerais

  • É válido ter fechaduras que resistam a invasores. As mais em conta são as do tipo tetra, que custam a partir de R$ 30. Mas você também pode investir em um modelo com senha eletrônica, por volta de R$ 500. Ou em uma fechadura biométrica: ela lê a impressão digital e, por isso, é ainda mais eficiente – quem quiser entrar na casa terá de arrombar a porta obrigatoriamente. O problema está no preço, R$ 1 mil em média.
  • Ao se mudar, troque as fechaduras.
  • Oriente filhos e empregados a não abrirem a porta para ninguém que não seja esperado. – Não comente sobre seus bens e aquisições diante de estranhos.
  • Sempre que sair, mesmo que seja para buscar a pizza, tranque portas e janelas.
  • Deixe objetos de valor, como joias, em um cofre. E esqueça o colchão na hora de guardar dinheiro – o lugar dele é no banco!
  • Segundo Victor Camilo da Cruz, consultor da Vector Security, o período mais crítico para entrar ou sair de casa é o da madrugada, entre 2 h e 4 h, por causa da pouca movimentação nas ruas.
  • Se tiver uma rotina com horários muito repetitivos, procure fazer pequenas variações diárias. Assim evitará que criminosos estudem suas atividades e se aproveitem dos momentos em que estiver fora.
  • Se houver alguém com atitude suspeita na rua, dê uma volta no quarteirão antes de entrar. Caso a ameaça persista, chame a polícia.
  • Combine com os vizinhos um sinal para situações de apuro.
  • Quando houver câmeras, alarmes e guaritas blindadas, uma dica da Polícia Militar de São Paulo é se assegurar de que os funcionários que operam esses equipamentos sejam de extrema confiança.

Para quem mora em condomínio de apartamentos 

  • Entregadores não devem entrar no edifício. Apesar do desconforto, é mais seguro que cada morador desça e retire seu pedido no portão, seja uma pizza ou um remédio.
  • Sugira que os funcionários não saiam à rua com o uniforme do prédio, pois podem ser rendidos e obrigados a facilitar o acesso de ladrões.
  • Em situações de reforma, o morador deve informar aos funcionários do prédio os nomes dos trabalhadores que terão acesso a seu apartamento.
  • Entregue ao porteiro uma lista com os nomes dos convidados quando der uma festa. Ele ainda pode pedir aos visitantes que mostrem o RG ao chegar.
  • Procure não deixar a chave na portaria do prédio. Em hipótese alguma faça isso quando viajar.
  • O ideal é que somente as imobiliárias forneçam informações sobre vendas e locações dos apartamentos, já que bandidos podem fingir interesse no negócio a fim de obter dados. Caso essa ainda não seja uma prática em seu condomínio, recomende-a ao síndico.

Para quem mora em casa 

  • Na garagem, prefira um portão eletrônico com controle remoto: assim você entra e sai mais rapidamente.
  • Fique atento às imediações, já que árvores e plantas podem servir de esconderijo para criminosos.
  • Tome cuidado com elementos ao redor da construção que possam funcionar como escada para varandas e janelas. Alguns exemplos são lixeiras, cercas e árvores.
  • Para Amilton Saraiva, especialista em segurança da GS Terceirização, empresa de São Paulo, portões e grades são importantíssimos, mas é fundamental que eles permitam a seus vizinhos visualizar sua casa: “Do contrário, cria-se uma proteção para o ladrão quando ele já está lá dentro”.
  • O maior pânico de quem vive em casa é deixá-la sem ninguém. Ao sair à noite, luzes acesas e um rádio ou uma TV emitindo som podem dar a impressão de que há gente dentro. O efeito é inverso se você viajar: iluminação constante e equipamentos ligados o tempo todo avisam que o imóvel está vazio.

Acabe com as dúvidas sobre segurança

É recomendável contratar um guarda de bairro?

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O delegado e pesquisador criminal Jorge Lordello, de São Paulo, não vê utilidade nesse tipo de vigilante. “Na maioria das vezes, eles agem ilegalmente.”

O que faço se invadirem minha casa?

A Polícia Militar aconselha a não reagir – 90% dos que reagem acabam feridos, segundo Jorge Lordello. Tentar desarmar o criminoso, fugir ou qualquer ato brusco pode levar à violência. O certo é anunciar seus movimentos, evitar negociar com o bandido e só depois que ele tiver saído chamar a polícia.

Quanto se gasta para deixar um prédio seguro?

Não há fórmula fechada, de acordo com o consultor de condomínios Rodrigo Karpat, de São Paulo. “O custo depende do perfil do condomínio e dos moradores. O importante é trabalhar com uma empresa de confiança para não ter muitas despesas com manutenção, já que os equipamentos precisam de cuidados constantes”, afirma. A Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese) recomenda fazer três orçamentos e definir em função da garantia dos equipamentos, da manutenção e do suporte técnico. E lembre-se: se for necessário fazer melhorias na infraestrutura do condomínio para instalar os dispositivos, isso significa que pode haver rateio entre os moradores.

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O que é melhor para um condomínio: contratar porteiros ou uma empresa de segurança?

Segundo Victor Camilo da Cruz, da Vector Security, o índice de problemas cai quando há uma empresa de segurança. Se um funcionário faltar, por exemplo, é mais fácil conseguir outro para cobri-lo. Jorge Lordello concorda e lembra outras vantagens: “A empresa oferece serviço de supervisão, pronta-resposta e treinamento da equipe”.

De que tipo de treinamento os porteiros precisam?

Eles têm que saber mexer nos equipamentos e tem que conhecer as condutas corretas para cada situação de risco.

Se um morador for assaltado, a culpa é do condomínio?

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Só se tiver alertado, em uma reunião de condôminos, para a necessidade de melhoria na segurança. Ou, também, se houver omissão comprovada dos funcionários, como o zelador, o porteiro ou o faxineiro. Do contrário, o condomínio não pode ser responsabilizado.

Vai viajar? Tome alguns cuidados com segurança

Residência vazia é vulnerável. Especialistas recomendam atenção redobrada quando a família sai de férias ou passa o fim do ano fora. Veja como minimizar os riscos.

  • Suspenda jornais e revistas – o acúmulo de publicações é um sinal claro de que os moradores estão fora.
  • Se houver jardim à vista, contrate um jardineiro para cuidar dele e evitar o aspecto de abandono.
  • Desligue a campainha.
  • Dê uma cópia de sua chave para alguém íntimo e deixe o telefone dessa pessoa com os vizinhos, para alguma emergência.
  • Se morar em condomínio, informe o síndico sobre quem está autorizado a entrar em seu apartamento.
  • Evite comentar sobre sua viagem com estranhos.
  • Enquanto estiver fora, é bom que as pessoas mais próximas a você saibam como encontrá- lo.
  • Caso seu vizinho seja de total confiança, peça para que ele acenda as luzes de sua casa de vez em quando.
  • Deixar ou não o carro na garagem é um ponto controverso. Victor, da Vector Security, ressalta que vaga desocupada dá a impressão de que o endereço está vazio. Mas deixar o veículo parado por vários dias também não ajuda… Segundo o especialista, porém, quando ocorrem roubos em endereços de quem está viajando, em geral é porque os bandidos tiveram essa informação. Portanto, nem pense em sair por aí divulgando sua programação!

 

 

 

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