Madeira no piso e no teto traz acolhimento à vivendo de campo
O conjunto harmonioso desta vivenda no interior paulista resulta de uma equilibrada mistura de infuências, balanceada pelo arquiteto Gui Mattos
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Bem postado entre os nomes que edificam a arquitetura contemporânea brasileira, marcada por volumes puros e concretos, o arquiteto paulista Gui Mattos ficou anos sem projetar uma casa com telhado aparente – até receber no escritório, em 2010, uma família interessada em erguer um lugar para passar os fins de semana longe da cidade grande. Estava dada a rara condição: o terreno de 2443 m², a cerca de 120 km de São Paulo, localiza-se num loteamento dentro de uma antiga fazenda convertida em empreendimento de lazer. Justamente para proteger essa atmosfera, o condomínio impõe diversas exigências aos interessados em se instalar por ali. Vetados as lajes planas e os terraços, tudo deve ostentar coberturas de duas águas e material orgânico. Se, no princípio, tal limitação fez a cabeça do arquiteto pender para uma linguagem obviamente brasileira, um fato novo inseriu coordenadas diferentes no seu GPS estilístico. “No meio do projeto, pensei em organizar a casa em dois blocos. Um seria dedicado à convivência, mais aberto e expansivo, e o outro, íntimo, reservado, ideal para descansar”, diz ele. Oportuna, a ideia convenceu os clientes, que levaram outra sugestão à mesa de reuniões: que tal incorporar alguma referência ao visual típico da Apúlia? A menção às moradias rurais centenárias dessa região da Itália, famosas pela cobertura cônica de pedras acinzentadas e esmaecidas, deu contornos definitivos à construção. O que se viu a seguir foi o amadurecimento de um conjunto que mesclava, de modo original, as restrições do condomínio e os desejos e pedidos do casal, sempre com a participação dos dois, que opinaram decisivamente sobre o que deveria constar do papel e ganhar materialidade. Um bom exemplo está na estrutura metálica. Eleita quando o proprietário encontrou um fornecedor de confiança, ela comparece em todo o refúgio e dá alguma leveza a seu visual. Também a pedra bruta, essencial para o toque contadino, entrou na pauta. Das cinco amostras testadas no canteiro, em cores e formas variadas, elegeu-se a mais retilínea. Com ela, Gui pôde forrar planos e quinas sem deixar arestas à mostra – um desenho geométrico e simples, no qual as telhas cerâmicas pouco aparecem. Estava vencido o desafio contemporâneo.
Paisagem e claridade a favor
A implantação, mirando a mata à frente (mais adiante, existe ainda um lago), casou com a melhor incidência de sol nos quartos, no pátio e na piscina.
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Área: 661 m²; Sondagem: Mecsolo Engenharia; Projeto de Fundações: Appogeo; Projeto de estrutura: Inner Engenharia; Projeto de Instalações: P. D’Aprile Consultoria; Projeto de Automação: Luis Arigucci; Projeto de ar-condicionado: Thermax; Construção: Plano Engenharia e Construções; Estrutura: Systemac Sistemas Construtivos; Paisagismo: Rodrigo Oliveira; Interiores: Camila e Mariana Lellis.