Casa na Cantareira: comprada em obras virou um projeto muito original
A visão da estrutura de madeira ainda em construção não assustou a empresária paulistana que procurava um imóvel para comprar.
Encantada com a distribuição fluida dos ambientes e sua imersão na mata abundante da vizinha serra da Cantareira, ela topou essa aposta certeira, arrematou o conjunto inacabado e o transformou numa casa colorida e original. Abaixo, está a história desse encontro entre moradora e obra. Mas navegue também pela galeria de fotos da casa pronta. Depois, conheça ainda uma casa erguida na Serra do Jambeiro com muito vidro e vista magnífica.
Evocar a máxima do estar no lugar certo na hora certa e recorrer a um clichê. Mas não há melhor jeito de falar sobre o encontro da proprietária com esta casa, situada em uma área de preservação ambiental próxima a São Paulo. Na primeira visita ao local, o destino era a moradia ao lado, sugerida pelo corretor de imóveis contratado para ajudá-la a encontrar um refugio distante do concreto e do transito da capital. O interesse, no entanto, não aconteceu. “Disse a ele que preferia um projeto como o do terreno vizinho. Ali havia uma estrutura de madeira parcialmente fechada com alvenaria. Mesmo inacabada, ela revelava um perfil mais contemporâneo, afinado com o meu estilo”, lembra a empresaria. Uma semana depois, um telefonema a avisou: a construção da qual gostara, cuja obra fora interrompida quase dez anos antes, estava à venda. “Fechei a compra sem hesitar. Sabia que poderia deixá-la como eu queria”, conta.
Contente com o layout da proposta original, a nova proprietária não viu sentido em encarregar outro arquiteto da finalização da obra: ao ser informada de que Eduardo Areias (1967-2009) era o autor do projeto, pediu a ele a adequação da planta ao seu modo de vida e a conclusão do trabalho. “Ela queria uma sala de banho, espaços para conviver com amigos e aberturas mais generosas, pois planejava relaxar do dia a dia no escritório curtindo esse cenário”, afirma o arquiteto paulista Juliano Barros, sócio de Eduardo quando este retomou a encomenda e parceiro na segunda fase da construção. Ainda em perfeito estado mesmo depois de dez anos exposta às intempéries, a estrutura de jatobá foi então completamente preenchida, ora com painéis de alvenaria, ora com vidros. São estes últimos os responsáveis por aproximar a moradora do entorno que tanto a atraía. “Sempre quis viver no meio do mato. Esta casa me renova diariamente”, diz ela, realizada com a aposta feita.