Casa em estilo clássico europeu tem piso mármore e árvore na área gourmet
O Studio LAK, que assina a reforma, preservou a árvore existente no gourmet, chamada sol-da-Bolívia, com uma abertura no teto.
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16 dez 2024, 19h00
Uma casa de estilo clássico erguida nos anos 30, em Botafogo, com três andares distribuídos em cerca de 1.000m2 quadrados, foi confiada às arquitetas Carolina Lerner, Gabriella Mello Alves e Sabina Kalaoun, do Studio LAK, por clientes de longa data – um casal com um filho pequeno e à espera de uma menina.
Para a reforma do novo lar, os moradores desejavam um projeto que preservasse a arquitetura clássica da casa, respeitando a história do lugar, mas que trouxesse elementos contemporâneos e atuais.
“Nossas principais referências e inspirações foram europeias porque é um cenário bem comum para eles: arquitetura clássica, na maioria das vezes com questões de patrimônio histórico e leis rígidas em relação à reforma, mas com um projeto super atual e descolado, além de uma harmonia muito grande entre os estilos”, conta Sabina. Para o trio de arquitetas, neste projeto a memória é valorizada, mas também ressignificada e atualizada para o perfil dos novos moradores.
Deste modo, alguns elementos originais foram mantidos, como o piso de mármore travertino e o piso desenhado da sala de jantar, em mármore polido com detalhes em cabouchon. “Apesar de termos retirado as boiseries existentes da casa, utilizamos esse recurso das molduras nas paredes, com uma leitura diferente: diametralmente dispostas, simétricas, duplas e mais retas, em um mix do clássico com o contemporâneo”, explica Gabriella.
Na área íntima, o piso em peroba do campo foi restaurado, enquanto para a nova marcenaria foi adotado o freijó. Já para o lavabo, por ser um ambiente com maior liberdade criativa, o trio escolheu um mármore azul esverdeado, usado no piso, rodapé e bancada suspensa.
O layout da casa também passou por alterações, como os acessos entre cozinha e a sala, no térreo, e a conversão de dois quartos em uma ampla sala íntima no primeiro pavimento, conectada à brinquedoteca.
“No último pavimento tivemos a maior transformação: antes eram somente duas suítes e sala íntima. Conseguimos criar mais uma suíte para concentrar os quartos da família no mesmo andar”, descreve Carolina.
Já a área gourmet, no jardim, foi projetada do zero: “Esse anexo foi pensado como uma inserção arquitetônica mesclada ao contexto da casa, com uma cobertura arredondada e pilares duplos em acabamento corten. Para preservar a árvore ali existente, chamada sol-da-Bolívia, foi prevista uma abertura no teto, abraçando a base da copa da árvore”, revela Sabina.
No mobiliário, as arquitetas optaram por uma seleção com peças importantes do design brasileiro, como a poltrona Mole, do Sérgio Rodrigues, além de uma estética mais leve, com destaque para as cadeiras Luisa, do Estudiobola, e as luminárias pendentes Brass, de Paola Navone, na sala de jantar.
“Como o piso de mármore foi restaurado, demos preferência a um mobiliário com bastante madeira para trazer mais aconchego – exemplo da estante no living que se estende por toda uma parede e emoldura as portas de acesso ao jardim -, além de tecidos mais acolhedores, como couro e camurça”, completa Carolina. As obras de arte são a cereja do bolo, tornando a composição ainda mais contemporânea e criando um contraste com a base clássica, com quadros de Vik Muniz, Antonio Bokel, Flávia Junqueira, Kobra, Cássio Vasconcellos, Daniel Olej e Thainan Castro.
Para as profissionais, o ponto chave do projeto foi aliar a arquitetura clássica existente e as vontades e desejos dos clientes, sem deixar de imprimir o estilo do escritório. Segundo Gabriella, trata-se de “uma releitura brasileira do estilo europeu clássico: priorizamos linhas elegantes, paleta neutra e alta qualidade dos acabamentos. Foi um desafio grande fazer uma releitura estética dessa casa, sem abrir mão do caráter atemporal que gostamos imprimir em nossos projetos”, finaliza.
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