Arte têxtil e jardim vertical em banheiro são destaques em loft na CASACOR SP
O Loft Alvorá, projetado pelo escritório PN + | Paula Neder para CASACOR São Paulo 2025, tem uma bela seleção de obras de arte e design.

Inspirado pela primeira luz do dia — a alvorada —, o Loft Alvorá projetado pelo escritório PN + | Paula Neder na CASACOR São Paulo 2025 se veste com uma paleta vibrante e acolhedora.
O projeto – composto de cozinha, salas de estar e jantar, quarto, closet e banheiro integrados – celebra, em cada detalhe, uma simplicidade sofisticada, unindo linhas puras a materiais naturais como madeira, pedra e diversas tramas artesanais.

O resultado é um lar que respira natureza, arte, conforto e sustentabilidade — valores que norteiam todo o projeto. “Damos abrigo aos sonhos e à poesia dos recomeços por meio de uma atmosfera delicada, envolvente e inspiradora”, explica Paula.

Mantendo a base da arquitetura original, o loft combina, com harmonia, cores intensas aplicadas em pontos estratégicos para trazer a sensação de calma e equilíbrio. Essa serenidade é intensificada pela conexão direta com a natureza, filtrada pelas cinco grandes janelas com cortinas translúcidas que emolduram o verde exuberante do Parque da Água Branca. “A luz natural invade os 72 m² do loft, com pé-direito de 4,5 metros, criando, ao longo do dia, um jogo poético de sombras e reflexos”, revela a arquiteta.

O paisagismo é assinado por Bia Abreu, responsável pela vegetação nos vasos distribuídos pelo ambiente e o jardim vertical na parede ao fundo do banheiro, que adiciona textura, frescor e vida ao espaço íntimo.
Arte têxtil

Pensado para uma mulher contemporânea, que transita entre o universo da moda e a pesquisa em arte têxtil, o Loft Alvorá traduz sua personalidade em cada escolha. “De Minas a Paris, nossa cliente imaginária garimpou peças únicas, feitas à mão, com forte valor simbólico e estético, que dão identidade ao espaço”, diz Paula.

São exemplos dessa arte têxtil: os organdis de seda tingidos com a técnica japonesa shibori por Ysabel de Maisonneuve (que mantém ateliê em Paris e colabora com grifes renomadas); a arte “Brajá” do Alex Rocca, inspirado em estudos sobre culturas africanas (que adiciona camadas simbólicas e históricas à decoração); e a obra “Fragmento do tempo conquistado”, criação da artista Pat Lobo composta por retalhos de linho, feltro e algodão, com apliques em cerâmica (uma coleção poética que costura tempo, sonho e matéria).
Já a designer e artista Ana Vaz, de Minas Gerais, desenvolveu exclusivamente para o espaço o painel “Feminino” — uma trama têxtil de grandes dimensões que atua como divisória suspensa entre a cozinha e o closet.
Artes plásticas

A curadoria de arte também se expande por diferentes linguagens e materialidades, a exemplo da escultura suspensa “Voo das andorinhas primárias”, de Virgílio Badhe/Projeto Opõe, feita de pedaços de papel e arame; as fotografias de Leo Marino, com registros minimalistas de Lisboa, em tons delicados; as porcelanas líquidas do Estúdio Heloisa Galvão, com formas orgânicas e acabamento etéreo; as cerâmicas experimentais com formas inusitadas, do Studio Api, de Lívia Amaral; a peça de Zilah Garcia, feita inteiramente com materiais reciclados; o quadro “Pedra Riscada”, da artista Laura Villarosa, com fios, cerâmica e tinta acrílica que formam uma paisagem de tramas; e a obra da artista Bel Barcellos, denominada “Uma. Outra”, que traz o universo feminino com a força e a leveza peculiares a ele.
Mobiliário

O mobiliário revela a sofisticação da moradora e sua paixão pelo design brasileiro. Entre as peças, destacam-se a poltrona Bowl, de Lina Bo Bardi; o sofá So Far, do Fernando Prado; a mesa de jantar de marcenaria, com tampo em painel de azulejos assinado pelo Coletivo MUDA; a mesa de centro Sofia, de Mônica Geronimi; a cadeira Abapuru e o revisteiro MR, da Gisela Simas; as mesas laterais Temaki e o banco Xaxado, da Mula Preta; as cadeiras de jantar Daav, do Sergio Rodrigues; e a cama Zoé com cabeceira de palha customizada com bordado exclusivo, feito pelas bordadeiras do Movimento Transbordar.
Marcenaria

A marcenaria também é protagonista no espaço: a Ornare desenvolveu os armários da cozinha (num tom rosado especial), do closet e do banheiro, além do extenso móvel da sala, com escrivaninha e lareira acopladas. “Todas essas soluções foram projetadas com linhas que criam transições fluidas entre cada ambiente”, ressalta a arquiteta.
Iluminação
A iluminação do projeto foi cuidadosamente pensada para valorizar texturas, materiais e obras, com destaque para luminárias assinadas por designers brasileiros. A automação de luz e som garante conforto e a criação de atmosferas. Vale destacar a luminária pendente LBB01 sobre a mesa de jantar, da Lina Bo Bardi, a luminária Alter junto à cabeceira, da Tetro Arquitetos, os abajures Rama, do RicMelo, e o abajur Vagalume Chagal, feito com resídios de plástico de descartes pelos Pirilampos do Planeta.