Apartamento respira arte no Pará
Projetado por profissionais do CasaPRO, apartamento mescla funcionalidade com o gosto artístico dos proprietários. Confira o projeto do Pará da série Arquitetos do Brasil
Atendendo às necessidades e aos pedidos dos clientes, os profissionais Náthalia Font, Hélio Santos e Camilla Araújo, da Contempus Arquitetos, projetaram um apartamento de 82m², em Belém (PA), com conceitos de funcionalidade e autenticidade. Fugindo da ideia genérica de apartamento comum, os profissionais apresentaram uma proposta que marca a personalidade dos donos: como a família possui um apreço pela arte, como pintura, música e cinema, esse gosto está explícito em toda decoração do lar. Houve também uma preocupação com a cozinha e a funcionalidade de todos os ambientes. “O cliente gostaria, acima de tudo, de proporcionar a sua família um lar com atmosfera aconchegante e acolhedora. Um pedido em particular demandou uma dedicação especial: a cozinha, que deveria atender às necessidades de uma amante da gastronomia e comportar os diversos utensílios que a cliente já possuía”, relata Nathália. Em relação aos aspectos locais do Pará, os profissionais ressaltam a presença da culinária e do ar-condicionado nos lares paraenses. “A gastronomia é o fator local que mais se destaca em nossa região. Os peixes, tacacá, vatapá, açaí, castanha-do-pará, tapioquinha, as frutas, pato no tucupi entre outros. Ainda existe um valor especial dado à cozinha e às salas de estar devido à receptividade do paraense. Nós também não temos as quatro estações, dizemos que temos o período de calor e o período de calor com chuva. A cidade é bem ventilada, mas é sempre bom ter um ar-condicionado para os dias de muito calor”, explica Nathália. Saiba mais sobre esse projeto cheio de personalidade na entrevista abaixo com os profissionais paraenses de Arquitetos do Brasil.
1. Quais são suas inspirações? Em quem você se baseia para realizar os seus projetos? (Estilo ou Pessoa)
Nossas inspirações, em geral, vêm dos mais variados projetos contemporâneos. Como somos três, temos também nossos gostos particulares. Mas tudo pode nos inspirar, seja um quadro, uma fotografia, uma estampa de roupa, elementos da natureza etc. Ainda não temos uma preferência específica, já que somos muito flexíveis.
2. Qual é o fator local (referente à sua região) que interfere, ou seja, icônico na arquitetura/cultura de sua localidade?
A gastronomia é o fator local que mais se destaca da nossa região. Os peixes, tacacá, vatapá, açaí, castanha-do-pará, tapioquinha, as frutas, pato no tucupi dentre outros. Falando em pato no tucupi, temos o Círio de Nazaré que, para nós, é o Natal paraense e foi registrado como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial pelo IPHAN. Por causa disso, ainda existe um valor especial dado à cozinha e as salas de estar devido à receptividade do paraense.
3. O que não pode faltar na casa de um paraense?
Ar-condicionado! Nós não temos as quatro estações, dizemos que temos o período de calor e o período de calor com chuva. A cidade é bem ventilada, mas é sempre bom ter um para os dias de muito calor.
4. Como você costuma se atualizar? Através de revistas, cursos, viagens etc.? E quais são?
Temos assinaturas de algumas revistas como Casa Claudia e Arquitetura & Construção, mas sempre que matérias de outras revistas nos interessam nós compramos, além de “newsletters” de vários sites de arquitetura que estamos inscritos. Todos os dias verificamos nossos e-mails e nos atualizamos com as novidades de mercado e com os projetos em destaque no momento.
5. O que compensa, ou não, em questão de materiais, importar?
Como moramos em uma região um pouco distante dos grandes polos de fabricação de materiais, a oferta ainda é um pouco limitada. O mercado de materiais já cresceu bastante em Belém, porém quando queremos utilizar algum elemento que se diferencie, temos que fazer encomendas que chegam em, no mínimo, 45 dias. Se o cliente estiver disposto a esperar, vale a pena. Os preços normalmente são os mesmos, mas o que nos faz optar por encomendas via internet, seja fora do país ou do estado, são revestimentos que nos interessam e elementos decorativos que não encontramos na cidade e que acrescentariam valor ao nosso projeto.
6. O que te frustra e te estimula em sua profissão?
O que nos frustra bastante é a baixa valorização que as pessoas tendem a dar aos projetos arquitetônicos. Muitas pessoas não conseguem entender que nós, arquitetos, vendemos ideias e soluções nos projetos, e dessa forma, também acabam por não ver sentido em pagar por algo que não seja concreto e palpável, como uma bolsa, um par de sapatos ou um carro. O nosso maior estímulo acontece quando finalizamos um projeto e concretizamos algo que existiu primeiramente no plano das ideias. A satisfação do cliente com o nosso trabalho é nossa maior recompensa. Além disso, a possibilidade de sempre poder trabalhar com algo totalmente novo e com novas ideias é bastante motivadora.
7. O que todo mundo pensa quando você diz que é arquiteto, mas não é verdade?
Muitos pensam que a vida do arquiteto é cercada por uma atmosfera criativa constante de ambientes sofisticados e festas de inauguração de lojas de decoração, assim como pensam que nossos serviços são elitizados e direcionados unicamente a uma pequena parcela da população. Nós arquitetos, na verdade, estamos constantemente lidando com dificuldades, como em qualquer outra profissão, no intuito de garantir que todas as vontades e sonhos de nossos clientes se realizem. Arquitetos são gestores de serviços e pessoas, e temos que administrar diversas variáveis para atingir o melhor resultado. Em uma obra, por exemplo, precisamos lidar com as expectativas do cliente, o cumprimento dos prazos por parte dos trabalhadores, a correta entrega de materiais dos fornecedores e solucionar eventuais imprevistos, apenas para citar algumas das nossas tarefas. O trabalho é árduo, mas existindo amor pela profissão, também é recompensador. Em relação à visão que muitas pessoas têm de a arquitetura ser um serviço elitizado, afirmamos o contrário. O arquiteto deve atuar de acordo com a realidade do cliente e buscar formas de proporcionar a melhor solução de projeto dentro de suas possibilidades. Já trabalhamos com clientes de diversas condições financeiras e garantimos que todos receberam serviços de igual qualidade, cada um com a solução que melhor se encaixava em sua vida.
8. Qual foi o último filme/livro que assistiu/leu?
Hélio: Nova York Delirante
Nathália: Planejamento e controle de obras, Aldo Dórea Mattos.
Camilla: O Grande Hotel Budapeste
9. Você é a favor da reserva técnica?
Sim. Discordamos, porém, de muitos profissionais estarem utilizando esse recurso como única forma de pagamento por seus serviços, o que torna a concorrência entre arquitetos extremamente desleal. Acreditamos que a reserva técnica deva ser usada com sabedoria e moderação, sempre buscando a melhor opção para o cliente. Repudiamos quando o profissional acaba por constranger o cliente, obrigando-o a realizar compras em determinada loja em virtude do recebimento da RT. Os fornecedores devem ser escolhidos em parceria com o cliente, que não deve se sentir obrigado a efetuar nada contra sua vontade.
Perguntas e respostas:
1. Oscar Niemeyer ou Lúcio Costa? Niemeyer.
2. Pudim de leite ou mousse de chocolate? Mousse de chocolate.
3. E o vento levou ou Dançando na Chuva? Dançando na chuva.
4. Chico Buarque ou Elis Regina? Chico Buarque.
5. Sushi ou pizza? Os dois.
6. Atari ou Playstation? Playstation.
7. Clarice Lispector ou Caio F. Abreu? Clarice.
8. Gato ou cachorro? Cachorro.
9. Android ou iOS? iOS.
10. Paris ou Milão? Paris.
Camilla Araújo, Hélio Santos e Nathália Font se formaram juntos em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Pará em 2011 e iniciaram a parceria em 2012, com a Contempus Arquitetos. Atualmente Camilla está se dedicando exclusivamente aos projetos, Hélio está concluindo o Mestrado em Arquitetura e Nathália está finalizando a faculdade de Engenharia Civil.
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