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8 acertos deste refúgio no campo

Projetada para obter alto nível de sustentabilidade, esta moradia na serra fluminense mostra como é possível construir de forma racional e eficiente, em sintonia com a natureza

Por Por Simone Raitzik | Projeto Sergio Conde Caldas | Fotos André Nazareth
Atualizado em 19 jan 2017, 14h15 - Publicado em 10 jan 2015, 20h49

Cada vez que subia a serra para passar o fim de semana no sítio dos pais, na localidade rural de Pedro do Rio, RJ, o jovem Sergio Conde Caldas, filho de engenheiro e empreendedor nato, dava um pulo nas terras vizinhas desocupadas, propriedade da família há mais de 20 anos. “Ali seria um loteamento, o que nunca saiu do papel. Ficava sempre matutando como aproveitar aquela área de forma coerente com a época em que vivemos”, conta ele. Companheiro de faculdade dos renomados arquitetos Thiago Bernardes e Miguel Pinto Guimarães, Sergio resolveu, em 2011, começar a plantar a semente de um condomínio sustentável, o Movimento Terras. Propôs aos amigos que fizessem moradias com essa pegada, e eles toparam o desafio.

Na fase inicial, lançaram-se quatro unidades. A primeira a ficar pronta (e a ser vendida) foi justamente a obra construída por Sergio, erguida com base numa enorme pesquisa para seguir à risca o objetivo e o conceito que norteiam o empreendimento. “Não foi fácil encontrar produtos e fornecedores adequados e com custo competitivo. Muitos eu tive de capacitar, caso da oficina de tijolos de barro em Magé, no interior do estado. Mas descobrir parceiros e incentivá-los a se qualifcar acabou sendo muito gratificante. É quase uma empreitada social”, revela o arquiteto.

Desde os alicerces, cada etapa da construção envolveu muita reflexão e estudo para ser racional, economicamente viável e ecologicamente correta. Além dos oito itens que destacamos ao longo da galeria acima, há captação de chuva, depois aproveitada para regar as plantas, e fossa séptica, capaz de tratar 90% da água (que, então, volta limpa ao meio ambiente). “Até o aço das esquadrias é fruto de reúso e não enferruja. E especifquei telhas de concreto porque as cerâmicas passam por queima, que emite dióxido de carbono na atmosfera”, diz ele. Todas essas premissas garantiram a certificação internacional Building Research Establishment Environmental Assessment Method (Breeam) ao condomínio, que também recebeu troféu do prêmio Planeta Casa (concedido pela revista CASA CLAUDIA, da Editora Abril, em 2012) e, no mesmo ano, foi finalista do Holcim Awards (grande premiação internacional na área da construção sustentável). “Que bom ver o reconhecimento de tanto trabalho e dedicação. Afinal, esta é a arquitetura em que acredito – de olho no futuro. Não é fácil nem simples, mas se provou viável”, avalia.

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Módulos integrados. Dois blocos bem definidos desenham a planta: de um lado, fica o ambiente do estar, integrado à cozinha, e, do outro, as quatro suítes, acessadas por meio de um único corredor e voltadas para a área externa.

Área: 370 m²; Construção: Linear Engenharia; Gerenciamento: Concal; Iluminação: Tendência Iluminação; Paisagismo: Arteiro; Consultoria em Certificação Ambiental: Viviane Cunha Associados

 

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