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Meditação faz mágica em pacientes

Os retratos clicados pelo fotógrafo americano Peter Seidler destacaram-se nas redes sociais ao exibir a transformação promovida pela meditação

Por Texto: Raphaela de Campos Mello
Atualizado em 20 dez 2016, 21h48 - Publicado em 26 ago 2013, 20h23

Palavras, aqui, seriam insuficientes para expressar o que o fotógrafo americano Peter Seidler, que vive uma parte do ano nos Estados Unidos e a outra na Tailândia, conseguiu transmitir por meio da série de retratos intitulada Before and After, fragmento do projeto Contemplatives, exploração visual dos efeitos fisiológicos produzidos pelo treino mental. A gritante diferença estampada no semblante das pessoas antes e depois de participar de um retiro de um mês de meditação shamatha (atenção plena), conhecido pelo nome de dathun, está correndo as redes sociais desde o ano passado. O burburinho em torno das imagens suscitou nossa curiosidade a respeito da iniciativa e de seu idealizador. Descobrimos que Peter Seidler medita há mais de 25 anos e também atua como coach. “Procuro levar a meus clientes os insights que surgem durante minha prática meditativa, ajudando-os a reconhecer seu brilho intrínseco, sua criatividade inata e sua totalidade”, diz. Certa vez, ele conta, emergiu a pergunta: “Quais são as mudanças observáveis após um período de meditação intensa?” Nada como um retiro de fôlego para gerar respostas. Seidler, então, pegou carona no programa oferecido pelo Shambhala Meditation Center, no Colorado, Estados Unidos. A reclusão coletiva se apoiou num cronograma diário de oito horas de meditação, incluindo sessões com atividades em movimento e oryoki, vertente meditativa de origem japonesa direcionada para as refeições. Cada participante foi convidado a sentar diante da câmera no primeiro e no último dia do retiro. “Antes de clicar, pedi que refletissem sobre o que buscavam ali. No final, perguntei o que a jornada havia significado para eles”, revela. As evidências de que algo significativo ocorreu no íntimo de cada um são incontestáveis. Olhar titubeante, cansaço, apatia e tensão deram lugar a pares de olhos acesos, cútis radiante – na face, um misto de suavidade e vigor, um quê de esperança, contentamento, paz de espírito. O lado de dentro moldando o lado de fora. “Está claro que cada pessoa vivenciou uma importante transformação. Cabe aos espectadores tirar suas próprias conclusões”, desafia o fotógrafo, que deixou bastante gente com vontade de sentir os bálsamos da quietude na própria pele. Tudo de bom, porém, seria desfrutar de 30 dias de meditação ininterrupta. Mas, se a vida corrida nos impede de ser assim na maioria das vezes, uma pausa de 15 minutos para meditar, duas vezes ao dia, ajuda, e muito, a serenar a mente e a nutrir o corpo de saúde, beleza e luz.

 

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