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Glitter: como o queridinho do carnaval se tornou um vilão para os oceanos

As micropartículas de plástico do material não são filtradas, por conta de seu tamanho, e acabam no estômago da fauna marinha

Por Evelyn Nogueira
Atualizado em 31 Maio 2019, 15h11 - Publicado em 6 fev 2019, 12h44
(Reprodução/Casa.com.br)

O carnaval, um dos feriados mais esperados pelo brasileiro, é sinônimo de festa nas ruas. Fantasias, adereços, maquiagens coloridas e, claro, o glitter, ganham a atenção especial dos foliões. Contudo, o último foi taxado como um possível vilão para os oceanos e para a biologia marinha. Entenda o por quê.

Glitter

(Reprodução/Casa.com.br)

Usada pela primeira vez no século XIV, a palavra “glitter” surgiu a partir do nórdico antigo “glitra”, que significa brilhar. Entretanto, pinturas brilhantes já eram feitas no período Paleolítico através da mica branca, um tipo de pedra brilhante. Os Maias também usavam mica nos seus templos em ocasiões especiais. Mas, o glitter que conhecemos, foi feito somente no século XX.

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Em 1934, o maquinista Henry Ruschmann elaborou uma maneira de triturar plástico em grande quantidade, criando assim o glitter e a purpurina. O sucesso foi tanto que no mesmo ano, a empresa Meadowbrooks Inventions foi criada e, até hoje, é considerada a maior produtora, exportadora e distribuidora de purpurina do mundo. O material se popularizou nos anos 1960, através da moda e beleza.

Produção

O glitter, então, nada mais é do que pedaços de plástico copolímeros, folhas de alumínio, dióxidos de titânio, óxidos de ferro e oxicloretos de bismuto pintados de cores metálicas e neon para que reflitam a luz. Nenhum destes materiais pode ser reciclado, e como carrega uma grande quantidade de químicos em sua composição, demora muito tempo para se decompor. O material é considerado um microplástico devido ao seu tamanho, que pode variar entre um e cinco milímetros.

É justamente por conta de seu tamanho que o glitter é considerado um inimigo para a biologia marinha. Os animais podem ingerir esse material por confundirem com os plânctons. As consequências desta ingestão são inúmeras: o crescimento do animal pode ser afetado, a alimentação como um todo é afetada pois o bicho tem a sensação de saciedade, sem estar saciado, e por fim, altera toda a cadeia de alimentação.

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(Reprodução/Casa.com.br)

Segundo um estudo de pesquisadores do Imperial College London, em Londres, entre 15 e 51 trilhões de partículas de microplástico acabam nos oceanos anualmente.

A solução

Com o perigo anunciado para a fauna marinha, empresas, organizações e produtores autônomos começaram a desenvolver o glitter biodegradável, que se desintegra e não afeta os animais, permitindo a folia consciente.

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