Flores comestíveis! Deixe os pratos lindos e gostosos

Aprenda a fazer capuchinha com ricota, pesto com flor de manjericão e bolo de chocolate com água de rosas e descubra que outras flores você pode comer

Por Texto Clara Vanali | Design Roberta Jordá | Fotos Luis Gomes
Atualizado em 29 nov 2022, 01h03 - Publicado em 20 dez 2012, 19h50
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*Matéria publicada em Bons Fluidos #166 – Janeiro de 2013

Muito usadas na Europa e na Ásia, as flores comestíveis agora seduzem o Brasil.

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Quando o Sol acaba de nascer, a família de Deborah Gaiotto já inicia os trabalhos com os mais de 20 tipos de flores comestíveis na Fazenda Maria, propriedade que fica próxima à cidade de Tatuí, a 130 km da capital paulista. Ela e sua irmã, Barbarah Gaiotto, são responsáveis pelo fornecimento mensal de 3 mil flores comestíveis que vão para restaurantes,supermercados e a mesa de pessoas de todo o Brasil.

Como as flores são cultivadas

Colhidas com bastante cuidado, elas são lavadas e embaladas em caixas plásticas que, na geladeira, ficam fresquinhas por 7 dias, prontas para o consumo. A partir daí, é só usar a criatividade para agregá- las em pestos, molhos, geleias, doces, massas e bebidas. A maneira mais comum de utilizá-las, no entanto, é em saladas ou misturadas com açúcar e derramadas sobre bolos e biscoitos. “As pessoas procuram as flores porque trazem beleza, sabor e aroma. Adicioná-las à receita é uma manifestação de apreço e carinho com o alimento”, diz Deborah. Vale saber que nem todas as espécies têm o mesmo sabor. Algumas são levemente amargas ou adocicadas, outras nem sequer gosto têm e cumprem apenas a função de deixar o prato mais bonito. Se a flor for a de jambu, então, preparese para um festival de gostos. Em poucos segundos na boca, ela aguça os sentidos e cria uma boa sensação de dormência e formigamento para, em seguida, salgar o paladar. Já a capuchinha é a mais requisitada pelo colorido e pelo sabor que lembra o agrião. Saborosa se recheada com queijo ou ricota, ela é rica em luteína – que ajuda a prevenir doenças como catarata e degeneração macular – e pode ser ingerida com as folhas. O picante fica por conta da calêndula, que, se usada em grande quantidade, substitui o açafrão.

Desde quando e porque comemos flores

Utilizadas desde a Idade Média na preparação dos pratos, as flores comestíveis não apresentam contraindicação para os seres humanos, mas é importante ficar atento. No livro Entre o Jardim e a Horta, o botânico Gil Felippe destaca que nunca se deve colher flores na beira de estradas ou em plantações desconhecidas, uma vez que elas podem ter sido contaminadas por substâncias químicas ou animais. E mais: muitas delas são tóxicas. Por isso, o ideal é comprá-las em lugares especializados. Não recomenda- se a ingestão do miolo, e uma dica é provar as pétalas antes de arriscar-se: “Se o gosto for bom, leve para a cozinha; se for ruim, esqueça!”, aconselha Gil. Fáceis de encontrar em supermercados da Europa e Ásia, essas flores entraram com mais força no Brasil há cinco anos. “Fizemos uma pesquisa e percebemos uma carência de espécies diferenciadas. A partir daí, aumentamos a produção”, diz Deborah. E a procura com o verão deve crescer ainda mais. Refrescantes, 95% da massa das pétalas das flores é água, além de trazerem vitaminas A, B e C. É possível também cultivá-las em casa. Uma sugestão, se você quiser escolher alguma para a horta, é o amorperfeito – ele é resistente, gosta de sol e traz um toque delicado e tropical em saladas de frutas. Seja qual for o prato, portanto, se vier acompanhado de flores, você certamente sentirá o sabor desse capricho da natureza

Capuchinha com patê de ricota

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Ingredientes:

– 12 folhas e flores de capuchinha

– 200 g de ricota

– 1/2 lata de creme de leite light

– 50 g de queijo ralado

– Pimenta-do-reino branca

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– Pimenta-calabresa

– Noz-moscada

– Sal e azeite

Modo de preparo:

Amasse a ricota com um garfo, acrescente o creme de leite light e tempere com 1 pitada de noz-moscada, pimentas, sal e azeite a gosto. Se quiser, acrescente salsinha e cebolinha picadas. Assim que estiver pronto, recheie as flores e folhas de capuchinha com o patê e sirva como entrada

Pesto de manjericão com a flor

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Ingredientes:

– 2 dentes de alho

– 1 colher de chá de sal

– 3 colheres de chá de pinole ou nozes, sem casca

– 1 xícara de chá de folhas e flores de manjericão fresco

– 100 g de queijo pecorino ou parmesão ralado

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– 1 xícara de chá de azeite

– Pimenta-do-reino

Modo de preparo:

Descasque e pique os dentes de alho e coloque-os em uma tigela. Adicione o sal e misture bem. Acrescente os pinoles ou as nozes trituradas e reserve. Lave as folhas e flores de manjericão, seque e pique em pedaços bem pequenos. Acrescente o queijo, o azeite, o alho com as nozes trituradas e misture muito bem até obter uma pasta homogênea. Tempere com um pouco de pimenta e enfeite com a flor de manjericão por cima. Sirva com pão.

Bolo de chocolate com água de rosas

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Ingredientes:

– 1 xícara chá de água fervente

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– Pétalas de 6 a 7 rosas

– 4 ovos

– 4 colheres de sopa de chocolate ao leite em pó

– 2 colheres de sopa de manteiga

– 3 xícaras de chá de farinha de trigo

– 2 xícaras de chá de açúcar

– 2 colheres de chá de fermento

Calda:

– 2 colheres de sopa de manteiga

– 7 colheres de sopa de chocolate ao leite em pó

– 2 latas de creme de leite

– 3 colheres de sopa de açúcar

Modo de preparo:

Para a água de rosas, coloque numa panela pétalas de 6 rosas e adicione a água fervente. Feche e reserve. Após 30 minutos, coe e bata com todos os ingredientes do bolo, adicionando o fermento por último. Misture com uma espátula delicadamente. Coloque a massa em uma fôrma untada e polvilhada e asse por 40 minutos. Para a calda, aqueça a manteiga, misture o chocolate e acrescente o creme de leite. Desligue o fogo e acrescente o açúcar. Quando estiver pronto, decore o bolo com chocolate granulado e o restante das pétalas.

*Matéria publicada em Bons Fluidos #166 – Janeiro de 2013

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