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Cerâmica: duas histórias para se inspirar e fazer suas próprias peças

Professora e aluna, estas duas mulheres largaram o mundo corporativo por uma vida mais tranquila que inclui o trabalho com a argila

Por Mariana Bruno
Atualizado em 17 fev 2020, 16h09 - Publicado em 17 abr 2019, 10h00

Para a administradora Tati Lourenço, a cerâmica surgiu como uma fuga de um período profissional difícil. “Sempre fui apaixonada por cores, comida boa e uma mesa bem posta. Um dia estava vendo o programa Panelinha, do GNT, e conheci a Olaria Paulista. Fiquei encantada com o trabalho da ceramista Lucia Eid e foi então que comecei a fazer aulas”, conta.

O envolvimento foi tanto que ela montou um ateliê em seu apartamento em, São Paulo. Mas foi só depois de poucos meses, quando ela e o marido se mudaram para Ribeirão Preto, que ela conseguiu transformar o hobby em profissão, produzindo peças em casa e dando aulas. Hoje, Tati comanda o Cor e Cerâmica, um endereço cheio de cores e plantas onde recebe seus clientes e alunos.

O que é preciso para começar a produzir suas próprias peças?

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“Pode parecer muito assustador no início, mas qualquer pessoa é capaz de criar peças depois de aprender os métodos de modelagem. A argila é democrática. Ela se permite ser modelada de diversas formas e a modelagem manual tem possibilidades infinitas”, diz.

O processo é um pouco demorado e inclui o torno, onde as peças são modeladas em movimento (“requer muito treino para dominar a argila”); secagem (dez dias); acabamento; primeira queima (dura em média 9h e chega a uma temperatura de 900 graus); esmalte, e segunda queima (de 1240 graus). “Costumo dizer que trabalha bem a nossa ansiedade. Com o tempo melhora, mas a vontade de abrir um forno e ver cada peça finalizada vai sempre acelerar o coração de todo ceramista”, confessa.

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Mas, no final, tudo vale a pena. “A cerâmica nos ensina que tudo tem seu tempo para acontecer, desperta nossa criatividade e nos dá liberdade para transformar a matéria prima no que nossa imaginação criou”, Tati conta.

O apelo das artes manuais, que segue bem o estilo atual do slow living, foi o que chamou a atenção de Carolina Moré, publicitária que fundou o site Follow The Colours e, depois de criar acessórios com outros materiais, hoje é ceramista ávida. “Sempre gostei de artes manuais e sou muito ligada com qualquer coisa que mexa com criatividade. Tinha bastante vontade de fazer cerâmica, mas achava que era impossível para mim, por ser um processo difícil e por eu ser um pouco estabanada e sem muita paciência”, explica.

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Porém, tudo isso mudou quando Carolina encontrou o Cor e Cerâmica no Instagram e começou a fazer aulas. “Gosto de criar peças mais lúdicas e acessórios, de experimentar novos esmaltes (cores e efeitos). Curto bastante geometria e sempre tento criar peças contemporâneas – as pequenas (colares, ímãs, broches) são minhas preferidas!”, diz.

O resultado de tudo isso é o FTC Adorn, marca dos produtos feitos por ela que segue a linha – e o nome – do site que criou. Para ela, o trabalho com a cerâmica é muito terapêutico e é um processo em constante mudança – Carolina lê muito, experimenta coisas novas e sempre busca referências diferentes.

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“Ainda sou aprendiz, mas o principal da cerâmica acho que incorporei: precisamos ter paciência, entender que a argila tem vida própria e a ver beleza nas imperfeições”, conta.

Se você se inspirou pela história de Tati e Carol, a dica das duas é tomar coragem, encontrar um ateliê que você goste e se identifique, e aprender muito. “Ganhar intimidade com a argila é o melhor jeito de criar peças incríveis”, Tati indica.

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