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6 dicas para aumentar a quantidade de árvores nas cidades

Além embelezar a paisagem, elas ajudam a melhorar a qualidade de vida nos grandes centros urbanos

Por Marianna Gualter
Atualizado em 17 fev 2020, 16h11 - Publicado em 11 mar 2019, 16h45

É inegável que o colorido das árvores deixa qualquer rua mais bonita, mas a atuação delas vai muito além disso. Importantes para criar ambientes mais saudáveis e melhorar a qualidade de vida da população, elas trabalham de maneiras diversas: ajudam no aumento da qualidade do ar e do solo, diminuem a temperatura do ambiente, ajudam na captação de água da chuva, protegem os pedestres do sol, podem ser barreiras contra vento e ruídos, e são o lar de seres vivos, como insetos e aves.

“A árvore é considerada uma máquina de qualidade de vida, uma ferramenta de saúde pública, que permite a vida saudável em ambientes artificiais, como a cidade”, explica o botânico e paisagista Ricardo Cardim.

Plantar uma árvore na calçada pode ser o primeiro passo para contribuir na criação de uma cidade melhor. Por isso, conversamos com Cardim e reunimos dicas para ajudar você nesta tarefa. Confira:

1. Não existe árvore perfeita, mas há a que melhor se adapta a sua necessidade

Toda as árvores apresentam benefícios e problemas, por isso, é importante pesquisar e escolher a que traga mais benefícios nas condições disponíveis. O ideal é sempre plantar espécies nativas da região, assim elas não enfrentam dificuldades para se adaptar ao clima, insetos e outras vegetações. Sempre considerando o espaço disponível, outro ponto é priorizar as maiores espécies possíveis e com boa densidade de copa: quanto maior a árvore, mais serviços ambientais ela oferece, como sombra, proteção contra ruídos, diminuição da temperatura e aumento da qualidade do ar.

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Rua Gonçalo de Carvalho em Porto Alegre (RS). (Reprodução/Casa.com.br)

2. É importante considerar as condições do local antes de plantar

Antes de plantar uma muda, é necessário ler o manual de arborização da sua cidade. Nele, estão as regras do município e indicação de melhores espécies. O manual de São Paulo, por exemplo, coloca que não é recomendado plantar árvores em calçadas com menos de 1,9 m, além disso, indica que é necessário ter atenção a alguns detalhes, como rede elétrica, recuo dos imóveis e o uso da via. Uma espécie muito alta pode entrar em atrito com os fios da rede elétrica e criar problemas para toda a vizinhança, já uma árvore ao lado de um corredor de ônibus pode gerar um acidente grave.

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3. Tamanho, folhas, frutos e raízes são alguns dos critérios importantes na hora de escolher a muda

Além de priorizar espécies nativas e pensar no local onde será plantada, na hora de escolher a muda é importante definir quais objetivos devem ser alcançados com a árvore. O foco será gerar sombra? Bloquear ruídos da rua? Gerar pouco trabalho de manutenção? É importante pesquisar e descobrir espécies que podem suprir essas necessidades.

As árvores mais altas e com copas densas são as que produzem maiores sombras, ao contrário das espécies anãs ou com copas rasas. Porém, em ruas com pouca iluminação pública elas podem se tornar um problema, deixando o ambiente ainda mais escuro.

As folhas são um dos critérios decisivos. As peludas ou aveludadas podem ajudar a bloquear ruídos da rua. Se há uma calha próxima, é importante optar por espécies com folhas médias, já que as pequenas e grandes podem entupir a estrutura. Por último, algumas árvores perdem as folhas no inverno, o que gera um trabalho maior de varrição.

Os frutos também devem ser considerados. Em vias muito movimentadas, a queda deles pode atrapalhar o fluxo. Além disso, dependendo do tamanho, eles podem causar danos a pedestres e automóveis mesmo em ruas calmas.

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Por fim, as raízes merecem atenção especial. Algumas espécies mais agressivas, como o Fícus, tem raízes muito longas, que obstruem a calçada e podem estragar encanamentos.

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(Reprodução/Catraca Livre/Casa.com.br)

4. É possível comprar ou pegar mudas disponíveis para doação

Cardim defende que para conseguir mudas em perfeito estado, o ideal é comprá-las em viveiros, como a Fábrica de Árvores, no interior de São Paulo. Isso acontece porque as disponíveis para doação podem ser muito pequena ou não ter tanta qualidade.

Em algumas cidades, a prefeitura disponibiliza viveiros municipais onde os moradores podem retirar mudas. Em São Paulo, por exemplo, cada morador tem direito a até cinco mudas. Basta ir em um dos três viveiros municipais com um automóvel aberto – pois as mudas possuem mais de 2 m de altura –, e levar os documentos requeridos. Para consultar os endereços ativos e o procedimento completo, basta acessar o site da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.

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Mudas do Viveiro Fábrica de Árvores. (Árvores de São Paulo/Casa.com.br)

5. Irrigação e poda correta são essenciais para conservar a árvore saudável

Logo que a muda é plantada, o principal cuidado é regar a árvore. É necessário sempre hidratar a planta, principalmente na época de seca. Se possível, colocar palha ou folhas secas na base para a terra não secar muito rápido.

Com o passar do tempo, a poda se torna necessária. Em muitas cidades, é preciso pedir autorização à prefeitura para realizar o procedimento, e, em outras, o serviço é feito exclusivamente por órgãos municipais. Na hora da poda, o tamanho dos galhos cortados deve ser levado em conta: o ideal é nunca contar galhos que tenham mais de 5 cm de diâmetro – caso isso aconteça, áreas de tecidos vivos da planta podem ser expostas e ficam suscetíveis à invasão e colonização de agressores, como os cupins. É importante que o serviço seja feito sempre por um profissional, uma poda equivocada pode deixar a árvore doente.

6. As melhores árvores para plantar na calçada

Na galeria abaixo, conheça 10 opções de árvores nativas do Brasil para plantar na calçada:

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