24 dicas para aquecer seu cão, gato, ave ou réptil no inverno
De roupinhas a aquecedores e vacinas: conheça os cuidados indicados por veterinários para proteger seu animal de estimação durante o frio
O inverno do Brasil demora a chegar e passa rápido. Mas, enquanto não vêm aquelas duas semanas de julho quando a temperatura baixa arrepia, a friaca faz seus estragos nos pets. Se estiverem desprotegidos, eles podem pegar gripes, viroses ou ficar extremamente desconfortáveis.
Mas como cuidar deles? Animais de estimação não sabem falar que estão com frio, nem sempre gostam de roupas e têm a pele coberta de pelos, penas ou escamas. Não dá para tratá-los igual a gente! Por isso, consultamos dois veterinários, que nos deram dicas de como proteger cães, gatos, aves e répteis do frio e ar seco do inverno.
Cães
Informações de Darlan Pinheiro, veterinário da Clínica e Pet Shop Life Care, em São Paulo ( (11) 3805-7741/7730; R. Topázio 968, Vila Mariana).
Nem todo cão precisa de roupinhas. Vista seu cachorro apenas na hora de sair de casa, caso tenha pelo curto e more dentro de casa. Animais acostumados com o exterior não precisam de roupas. Com os cães peludos, o cuidado é ainda menor: basta fazer tosas com menos frequência, deixando o pelo mais alto.
Coloque a imunização em dia – especialmente a vacina contra a tosse dos canis, que ajuda a proteger os animais também da gripe. Não vale esquecer as outras vacinas necessárias ao cachorro, como a anti-rábica, a múltipla e a contra a giárdia.
Choques de temperatura são perigosos! Por isso agasalhe seu cachorro na hora de sair do banho quente para o exterior, mais frio. Se o animal for grande demais, deixe-o por algum tempo no ambiente aquecido, para que se adapte gradualmente à temperatura.
Cães idosos sofrem mais com o frio e tendem a desenvolver artrose com as mudanças de temperatura do início de inverno. Pergunte ao veterinário se algum medicamento ou suplemento alimentar pode ajudar o seu animal.
Recém-nascidos não podem tomar friagem. “Mas depois de um mês, um mês e meio, o filhote já começa a se adaptar com a variação de temperatura”, conta Darlan. Após esse período, proteja do frio da mesma maneira que se faz com um adulto. Mas não o exponha a mudanças bruscas de temperatura.
Observe os sinais de doenças. O comportamento do animal não muda muito no inverno. Por isso procure um veterinário, caso o cão esteja amuado, tossindo ou espirrando e com secreções no nariz durante um ou dois dias. Esses são sintomas de infecção bacteriana. Não dê remédios de seres humanos, que podem machucar seu animal.
Tosses secas não necessariamente indicam doença, mas incômodo com o ar frio e seco. Para trazer bem-estar ao animal, umedeça o nariz com inalações de soro fisiológico ou deixe uma bacia cheia de água ou pano úmido no ambiente.
Gatos
Informações de Darlan Pinheiro, veterinário da Clínica e Pet Shop Life Care, em São Paulo ( (11) 3805-7741/7730; R. Topázio 968, Vila Mariana).
Nunca coloque roupas nos bichanos! “Gato detesta roupa”, diz Darlan. “Alguns animais ficam amuados e param de comer até que se tire a roupa”.
Tenha em casa ninhos quentes para o gato: vale um edredom, iglu, daqueles vendidos em loja de animais ou até a colcha do sofá. Isso porque esses animais sofrem mais com o frio do que os cachorros. Se você tiver uma dupla de miaus, melhor ainda: os animais vão dormir juntos para se aquecer.
Bichanos idosos e filhotes com menos de 60 dias são mais suscetíveis ao frio, já que têm menos gordura no corpo. O veterinário pode indicar uma dieta especial para ajudá-los a atravessar o inverno.
Aumente a frequência de escovações no frio: escove os pelos ao menos três vezes por semana. Na estação fria, os animais tendem a se lamber mais, acabam engolindo muita pelagem e formam mais bolas de pelo no estômago. Caso engulam pelo demais, os gatos podem ter até constipação intestinal.
Pássaros
Informações do veterinário Justiniano Proença Filho, de São Paulo ( (11) 96434-9970; jpfvet@gmail.com).
Proteja a gaiola com um lençol ou manta, dependendo de quão frio o tempo estiver. Não tenha medo de cobrir a gaiola toda, se a temperatura descer muito: “A ave vai se sentir melhor protegida”, diz Filho.
Coloque a gaiola longe das correntes de ar, em um local reservado e fácil de limpar. O conselho também vale para o verão: as plumas do pássaro funcionam como um casaco de lã, mantendo as aves aquecidas, mas vulneráveis aos ventos.
Evite os aquecedores que deixam o ar mais seco. Prefira lâmpadas aquecedoras, especialmente as de cerâmica, que geram calor, mas não iluminação. Coloque-as fora da gaiola, mas focadas para a casa do pássaro. Assim, o animal poderá escolher entre zonas mais quentes e outras mais frescas no seu espaço.
Coloque toalhas molhadas ou copos d’água do lado de fora da gaiola. Dessa forma, você dribla as quedas de umidade; Prefira usar água filtrada ou de origem confiável.
Quando o pássaro está sofrendo com o frio, fica com penas eriçadas em um canto da gaiola, quieto demais. Talvez seja a hora de aquecê-lo. Mas não precisa de desespero. Normalmente, os pássaros ficam mais calmos no inverno e também podem mudar as penas.
Enriqueça a alimentação das aves com um suplemento à base de proteína, encontrado em lojas de animais. Antes de dar qualquer suplementação, passe no veterinário.
Répteis
Informações do veterinário Justiniano Proença Filho, de São Paulo ( (11) 96434-9970; jpfvet@gmail.com).
Os animais movimentam-se e comem menos durante o frio. O corpo tende a preservar as reservas de energia. Alguns animais – principalmente jabutis e tartarugas – entram em hibernação.
Répteis sofrem muito com as variações de temperatura e umidade no aquário onde moram, já que são animais de sangue frio. A regra vale especialmente para cobras e lagartos. Por isso, donos desses animais já costumam ter aquecedores em casa.
Verifique se o aquecedor mantém o terrário ou aquário na temperatura e umidade ideais para a espécie de animal que você cria. Além disso, proteja os animais das correntes de ar.
Complemente com aparelhos encontrados em lojas de animais, caso o aquecedor do terrário, lago ou aquário não dê conta do recado. Além de aquecedores simples, como lâmpadas e placas aquecidas, é possível comprar peças que se fundem ao ambiente, como cabos que podem ser enrolados em troncos e aquecedores que simulam pedras. Pesquise bem: produtos de baixa qualidade chegam a queimar os animais.
Confira se o lago das tartarugas está quente o suficiente. “Para as tartarugas permitidas, a temperatura ideal é de 28 °C a 32 °C”, diz Justiniano. Lojas de animais vendem aquecedores para lagos.
Répteis que vivem no jardim precisam de uma toca com aquecedor. “Coloque uma lâmpada ou placa aquecida”, sugere Justiniano. Posicione os aquecedores de forma a criar zonas mais quentes e mais frescas no terrário. Assim o animal pode controlar melhor a temperatura do próprio corpo.
Faça com que seu réptil seja exposto à luz com raios ultravioleta A (UVA) e B (UVB). Se estiver frio demais para deixa-lo no exterior, providencie lâmpadas com esse tipo de iluminação. Os raios UVA e UVB são necessários para que os animais produzam vitamina D, fundamental para a saúde dos ossos.