Arquiteta cria uma escola para meninas na Índia no meio do deserto!
Como parte de um projeto para equipar e apoiar comunidades em todo o mundo, o espaço possui diversos elementos multifuncionais
Procurando por símbolos que representassem a feminilidade, o estúdio Diana Kellogg Architects, de Nova York, EUA, optou por um design oval para uma escola para meninas. Para acrescentar ainda mais originalidade ao trabalho, o espaço é feito de arenito esculpido à mão, de origem local, e está situado no deserto de Thar, norte da Índia.
A Escola de Meninas Rajkumari Ratnavati tem como objetivo educar mais de 400 meninas com idades entre 5 e 16 anos. Por ter um propósito importante para a sociedade e, principalmente, para comunidades indianas, a empresa buscou criar uma estrutura semelhante a um forte.
Próximo a dunas de areia, o prédio se mistura e cresce a partir da paisagem natural, parecido com a cidade de Jaisalmer, no oeste do Rajastão.
“Como uma arquiteta que projeta para mulheres, eu observei os símbolos femininos através das culturas e, especificamente, os de força. No final das contas, cheguei a esta forma oval que é representativa da feminilidade e ressoou em mim como a formulação do infinito”, explicou Diana Kellogg – via Dezeen.
Com 836 m², todo o perímetro da escola consiste de uma grande parede externa, uma interna – que circunda as salas de aula -, bem como um pátio oval – chegando a três elementos circulares que compõem o espaço.
Fornecendo bastante sombra para as alunas poderem aproveitar o pátio aberto, que pontua o centro da escola, sessões das paredes de pedra foram perfuradas, resfriando o ambiente e protegendo-o do sol.
“Eu diminuí a largura para que pudéssemos ter um dossel cobrindo o espaço aberto nos meses quentes. Um aspecto de elipse parecia a maneira mais natural de fazer isso. As figuras redondas eram familiares aos artesãos, já que a estrutura do forte era uma série de formas circulares”, completa Diana.
Portas de madeiras direcionam o ambiente ao ar livre até um centro de informática e 10 salas de aula conectadas por uma série de corredores sinuosos. Janelas de clerestório criam um efeito de luz ao longo do dia e permitem uma ventilação natural para as classes.
Além de todos estes elementos que colaboram para um ambiente aconchegante, uma rampa entre as paredes perfuradas cria um caminho que leva até uma passarela no telhado. O parapeito que circunda o exterior é uma reinterpretação das telas Jali, usadas para fornecer privacidade.
Para um contraste brilhante contra a parede amarela, um mosaico em ladrilhos azuis se estende ao longo do piso da passagem elevada. O estúdio também incorporou sistemas de captação de água – coletando e reciclando a chuva em toda a escola.
Como uma área de sombra e playground para as crianças, uma construção de aço no telhado foi montada para receber painéis solares para captar energia para as luzes e ventiladores.
“Eu queria fazer um edifício sobre espaço, luz e comunidade e não sobre design – uma configuração que ressoasse com a alma e reforçasse as energias naturais para nutrir e curar as mulheres e meninas”, completa a especialista.
Kellogg pretende construir outros dois prédios próximos à escola. Estes irão abrigar espaços para espetáculos e exposições, museu, biblioteca e uma cooperativa de mulheres que ensinará técnicas de bordado e tecelagem.
*Via Dezeen