Refúgio com estilo de fazenda aposta em materiais simples
Livres de qualquer ostentação, os proprietários imaginaram acolher família e amigos nesta casa ampla e térrea, em plena serra fluminense
Por Simone Raitzik
Atualizado em 9 set 2021, 12h55 - Publicado em 19 Maio 2017, 14h56
O piso foi moldado na obra, com 1/3 de cimento estrutural branco na mistura, solução que confere uma nuance clara às placas. Para uma
coloração off-white e um efeito mais rústico,
o lambri de cedrinho não recebeu massa antes da pintura com tinta acrílica no tom branco-neve.
(Divulgação/Andre Nazareth)
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A configuração do terreno de 17 mil metros quadrados, praticamente plano, cercado por mata nativa e comum riacho sinuoso acompanhando seus limites, é considerada uma raridade na região montanhosa de Araras, na serra fluminense.
Tingida de branco e com cobertura de telhas cerâmicas, a edificação – singela – revela os quartos com portas duplas protegidas por toldos. (Divulgação/Andre Nazareth)
Com tanto espaço aberto e uma moldura verde assegurando total privacidade em relação aos vizinhos, a designer de interiores Lucilla Pessoa de Queiroz (com a arquiteta Luciana Rubim na concepção inicial) imaginou uma casa sem altos e baixos, com direito à varanda generosa e portas largas e transparentes, ideais para levar muita luz a um interior aconchegante.
Com 4,15 m de largura, a varanda funciona como uma sala de estar arejada, cercada pelo jardim e sustentada por pilares (32 x 42 cm) revestidos de lâminas de cumaru. O tom da madeira sobressai em meio ao piso e ao teto, mais claros. (Divulgação/Andre Nazareth)
Os proprietários, um paranaense e uma pernambucana, adoram receber de forma simples e relaxada os muitos amigos e a família, e faziam questão de que as raízes brasileiras que tanto prezam saíssem refletidas na estética da fachada e na escolha de materiais.
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“Optamos por um jogo tradicional de águas, com telhas coloniais do tipo canal, piso cimentado feito na obra, paredes brancas… Também decidimos forrar os pilares externos com cumaru, para um toque quente e rústico”, conta Lucilla. “O estilo é típico de uma casa de fazenda, mas com detalhes bacanas e confortos da vida moderna”, resume.
Repare como a viga de concreto, pincelada de branco, pouco aparece. Não configura um obstáculo visual nem mesmo à continuidade do forro, que se prolonga pelo beiral. (Divulgação)
Ela cuidou também de toda a decoração e fez nascer ali uma estante de peroba-do-campo maciça, lotada de livros e objetos, junto à parede da lareira. Pensando em fortalecer a integração com a área externa, todos os quartos ganharam portas para o gramado e alguns ficam voltados ao pavilhão de lazer – onde linhas retas e um certo ar contemporâneo asseguram discreto contraste.
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No estar, a parede da lareira foi recoberta com nata de cimento. A ligação com a varanda privilegia vãos largos e transparências por meio das esquadrias de peroba-mica (Carpintaria e Marcenaria GS), com painéis de correr. (Divulgação/Andre Nazareth)
Endereço de churrasqueira, forno de pizza, academia, sauna e piscina, o anexo convoca à circulação e ao desfrute da bela vista. “Há um caminho natural pelo terreno, pontuado com placas de granito. Tudo se comunica, resguardada a intimidade de todos, permitindo que as galinhas cisquem à vontade, por todos os lados”, arremata Lucilla.
1/8 O pavilhão de lazer fica um pouco abaixo do bloco principal, voltado para a vegetação nativa. (Divulgação/Andre Nazareth)
2/8 Ali, o piso é de granito giallo serrado, que tem cor de areia de praia. Na piscina (5 x 10 m), o azul vem das pastilhas (5 x 5 cm, Azul Maranhão, da NGK). (Divulgação/Andre Nazareth)
3/8 Um beiral generoso (1 m), cerca toda a fachada, resguardando as aberturas de sol e chuva. Apenas sobre a porta de entrada, algo difere: o pergolado de alumínio verde com vidro, feito sob medida para enroscar a trepadeira flor-de-são-miguel. (Divulgação/Andre Nazareth)
4/8 Uma porta de 4 m (confecção da Advaldo Marcenaria) separa sala de jantar e cozinha. É do tipo camarão (sanfonada) e se recolhe inteira numa lateral, deixando o vão livre. (Divulgação/Andre Nazareth)
5/8 O exemplar de pau-mulato, com seu tronco escultural, foi plantado numa caixa de concreto (1,50 x 1,50 m) encaixada no piso. Assim, não houve problemas com umidade. O rasgo no telhado permite que ele cresça à vontade e a claridade entre sem barreiras. (Divulgação/Andre Nazareth)
6/8 As suítes seguem uma paleta neutra, do cinza ao marrom. As janelas têm esquadrias de madeira que correm paralelas à parede, com duas folhas de vidro e veneziana (Carpintaria e Marcenaria GS). No piso, tábuas de peroba-do-campo maciça, de demolição. (Divulgação/Andre Nazareth)
7/8 No fundo do lavabo, a porta pivotante (1,55 m de largura) enquadra um jardim interno. A bancada foi moldada com granito siena serrado e escovado (na cuba, a inclinação de 2% conduz a água até o ralo). Execução da Marmoraria Itaipava. (Divulgação/Andre Nazareth)