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Por trás da fachada tombada: obra atualiza apartamento paulistano

Reforma integrou os ambientes do imóvel de 196 m², localizado no emblemático Edifício Bretagne

Por Cristiane Teixeira
Atualizado em 9 set 2021, 11h29 - Publicado em 13 mar 2018, 10h00
Arquitetos e clientes preferiram deixar aparente a viga sob a laje (à esq., na foto). Como dispensaram forro de gesso, não puderam abrir novos pontos de luz, por isso parte da iluminação artificial provém da luminária de chão e do abajur na estante.  (Divulgação/Ilana Bessler)
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“Eu percebi na moradora um desejo de recuperar o clima alegre da época em que o Bretagne foi construído.” Assim, o arquiteto Domingos Pascali explica como ele e seu sócio, Sarkis Semerdjian, começaram a esboçar a reforma do imóvel de 196 metros quadrados.

Apartamento VA – Pascali Semerdjian
Originais do Bretagne, os janelões se destacam pela inclinação. São de madeira pintada e correm para abrir e fechar. A parte inferior dos caixilhos permite ver a jardineira externa. (Divulgação/Ilana Bessler)

Não houve mudanças radicais na planta, mas uma redistribuição da área e a troca de todos os acabamentos. Foi uma quebradeira gigante que, por um lado, alinhou paredes a vigascolunas, e, por outro, adequou os ambientes ao modo de vida atual e às necessidades da família.

“Um dia, o marido comentou: ‘Eu não quero que a minha casa seja um expoente da arquitetura – quero que seja uma casa’. Por isso, tínhamos que fazer um projeto bom, sem ficar inventando coisas“, conta Sarkis.

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Com 7,60 m de comprimento, a estante de chapa metálica fina atravessa a sala. Execução da Dix Metal. (Divulgação/Ilana Bessler)

O casal almejava, por exemplo, desfrutar de salas de jantar e de estar integradas, o que levou à eliminação da divisória presente no living. Também imaginava uma suíte com escritório para a esposa, aproveitando um dormitório extra.

Apartamento VA – Pascali Semerdjian
Na transição entre as áreas, perto do teto, foram instalados prateleira e brise. A primeira exibe brinquedos e o segundo deixa entrar nos dormitórios uma agradável luz filtrada, além de mantê-los sempre arejados. (Divulgação/Ilana Bessler)

Como os quartos das crianças eram compridos, cada um deles cedeu uma parte à criação de um cômodo anexo, planejado para a duplinha brincar junta, outra demanda importante.

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Um par de ambientes compridos se transformou em dois quartos com uma brinquedoteca anexa, integrada por portas de correr (Marvelar). Cada um dos filhos tem o próprio canto para relaxar, se vestir e estudar, mas ver TV e brincar são atividades que compartilham na saleta de 13 m². (Divulgação/Ilana Bessler)

Muito do que os sócios decidiam na prancheta precisava ser revisto na obra. “A gente derrubava as paredes e apareciam vigas inesperadas. Refizemos a proposta várias vezes”, lembra.

A estrutura saliente no teto ora serviu para camuflar equipamentos ora para ocultar fiação e lâmpadas. Essa decisão dispensou a árdua tarefa de tentar rasgar a laje para novos pontos de luz.

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No quarto principal, um nicho acima da cabeceira de couro expõe quadros. Quando a parede foi deslocada, uma viga apareceu sob o teto e a coluna redonda surgiu inteira no quarto do casal. A viga foi encapada de madeira e transformada em luminária enquanto um módulo de marcenaria abraçou a coluna. (Divulgação/Ilana Bessler)

Para o acesso principal do apartamento, os arquitetos optaram por fazer um túnel de placas de gesso com acabamento de efeito aço corten. “Ele conecta as alas íntima e social e faz parte de uma grande estante de chapa metálica que percorre a sala e reforça a horizontalidade do espaço”, diz Domingos.

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