Muxarabi enfeita fachada e preserva sala de banho
A madeira treliçada permite a circulação do ar ao mesmo tempo que garante a privacidade do cômodo

Quem vê de fora não consegue adivinhar que por trás dos volumes de madeira treliçada existe uma banheira de imersão. A composição também dá a referência do pé-direito do pavimento superior desta casa construída no interior de São Paulo – além de agir como cortina rígida num ambiente onde toda privacidade é bem-vinda.
“Os painéis complementam o desenho da residência e criam uma pausa na textura da pedra para dar passagem à luz e ao ar”, explica o arquiteto Leonardo Chen, integrante do escritório de arquitetura Gui Mattos, responsável pelo projeto. Dispostas em perfeito alinhamento, duas janelas piso-teto feitas de vidro ficam do lado de dentro e vedam a abertura por completo se necessário. Quando o frio bate, as folhas se fecham; em dias de calor e solidão (sem vizinhos por perto), o conjunto pode ser escancarado.
O trecho inferior das janelas de vidro é fixo – apenas a parte superior pode ser aberta. Dessa forma, a segurança do espaço também é assegurada. (Foto: Eduardo Pozella)
Útil, o muxarabi é um belo adendo à fachada (Foto: Eduardo Pozella)
À esq.: a parte de cima de ambas as janelas abre-se em direção à banheira, orientação que libera a circulação de ar mesmo quando o painel segue fechado, pois o vento corre entre seus trechos vazados. À dir.: o movimento do treliçado de madeira se dá em giro para o lado externo. A peça é inteiriça e feita de cumaru, material que ganhou uma camada protetora de óleo natural. Hidratante sem vedar os poros, ele é reaplicado anualmente. (Ilustração: Campoy Estúdio)