Dois apartamentos em um: reforma anexou a unidade do vizinho
A reforma dos 135 m² totais resolveu a questão dedicando uma das antigas unidades ao uso social e a outra, ao íntimo
Por Texto e produção Simone Raitzik | Projeto InTown
Atualizado em 9 set 2021, 14h09 - Publicado em 25 dez 2015, 08h00
Vigas e pilares que sobraram quando todas as paredes vieram abaixo ficaram aparentes. “Usamos escora metálica durante o quebra-quebra, mas não foi necessário reforço estrutural”, avisa Hugo.
(Foto: André Nazareth/)
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Ele é um publicitário carioca e ela, uma empresária gaúcha. Jovens, morando em São Paulo e com duas filhas pequenas, entenderam que, em vez de comprar uma casa de praia no litoral paulista, melhor seria investir num apartamento gostoso no Rio de Janeiro. “O voo até lá, partindo de Congonhas, é mais rápido do que enfrentar o trânsito pesado para sair da capital. Minha sogra vive na Barra da Tijuca e queria que ficássemos por perto, mas resolvemos procurar num ponto mais central, onde pudéssemos andar a pé. Ou seja, na zona sul, que tem mais a ver conosco”, conta a proprietária.
Os dois haviam visitado apenas três imóveis quando toparam com um prédio antigo, de três andares, sem elevador nem garagem, numa rua tranquila e arborizada de Ipanema. Um charme. Fecharam negócio na hora de uma unidade em bom estado, no último piso, com 65 m². “Começamos a ir direto para lá e fazer tudo de bicicleta, uma delícia”, diz ela. Pouco tempo depois, quando souberam que o vizinho, de fundos, estava à venda, apresentaram logo uma oferta, já pensando em anexá-lo. “Era uma oportunidade irresistível. Nosso apê funcionava bem para estadias curtas, mas a possibilidade de crescer e deixar tudo com o nosso jeito nos seduziu”, revela a moça.
Para tocar essa obra de grandes proporções, já que todas as paredes seriam postas abaixo, o casal pesquisou sobre alguns profissionais cariocas e acabou optando pelos sócios Alexandre Gedeon e Hugo Schwartz, do escritório InTown, dono de uma arquitetura irreverente e bem contemporânea. “Já na primeira reunião falamos a mesma língua. E o melhor é que eles ainda fariam a obra, algo importante para nós, que moramos longe”, reflete ela. Os arquitetos, que admitem ter como marca-registrada um traço limpo e masculino, encararam o desafio de lidar com o universo feminino dessa vez. “Optamos por paredes brancas, muita madeira e um visual simples e leve. Quanto à planta, concentramos a área social e a cozinha na unidade de frente. A de fundos foi ocupada com três suítes. Há uma circulação natural, perfeita para a família deles. Todos os ambientes contam com luz natural”, explica Hugo. O resultado apareceu após oito meses de obra, muito material subindo escada acima e várias consultas ao calculista. Hoje, a sensação é uma só: a casa de praia suspensa, no coração de Ipanema, ficou exatamente do jeito que eles tanto sonhavam.
1/12 Como o apartamento ocupa todo o último andar do prédio antigo sem elevador, os últimos degraus da escada, no hall de circulação, se incorporaram à planta. “Assim, há um desnível de 1 m da porta de entrada para o piso da sala de estar”, explica o arquiteto. Luminárias de Maneco Quinderé para LZ Studio. (Foto: André Nazareth)
2/12 Vigas e pilares que sobraram quando todas as paredes vieram abaixo ficaram aparentes. “Usamos escora metálica durante o quebra-quebra, mas não foi necessário reforço estrutural”, avisa Hugo. (Foto: André Nazareth)
3/12 A parede revestida de tijolos de demolição foi um pedido dos proprietários. Ela emprega lajotas cortadas ao meio para diminuir a espessura. “Passamos escova de aço, para deixá- las bem rústicas”, explica o arquiteto Hugo Schwartz. O rejunte de cimento fica aparente. (Foto: André Nazareth)
4/12 O piso de tacos de perobinha cobre todo o estar e leva acabamento de resina Bona fosca. Entre os pilares mantidos, fez-se o banco com gavetões e tampo de MDF revestido de peroba mica. (Foto: André Nazareth)
5/12 O painel de correr (1,75 x 2,40 m), de MDF com peroba, faz a ligação com a cozinha. (Foto: André Nazareth/Casa.com.br)
6/12 Na cozinha, as paredes exibem cerâmica de 7 x 24 cm (Portobello, linha Liverpool). A bancada é de Corian (DuPont) e os armários, com acabamento de laminado branco, vêm da Ornare. No piso, o porcelanato de 60 x 60 cm traz textura cimentícia. (Foto: André Nazareth)
7/12 No teto, o rebaixo de gesso (12 cm) encaixa a iluminação, caixas de som e a fiação. “Adoramos esse pé-direito alto de prédio antigo”, explica o dono. (Foto: André Nazareth)
8/12 A cama e o aparador da suíte do casal ocupam um dos quartos antigos e parte de um banheiro que foi demolido. (Foto: André Nazareth)
9/12 Na suíte do casal, o branco prevalece nas paredes, trazendo leveza para o ambiente, que tem piso de tacos de perobinha (7 x 21 cm, da Forex). (Foto: André Nazareth)
10/12 O closet funciona como passagem para o novo banheiro. Toda a suíte tem o mesmo piso: tacos de perobinha (Forex), iguais aos da sala. O mix desse tom de mel com o branco, presente na pintura das paredes e na cerâmica (ao fundo), predomina. (Foto: André Nazareth)
11/12 A unidade de frente, em bom estado, contava com dois quartos. A dos fundos, bastante deteriorada e ainda mais fragmentada, tinha três. Com o aval do condomínio, dois depósitos da área comum, a coluna de lixo e parte do hall de circulação uniram-se à planta. Um desnível de cm no piso do corredor dos quartos acomoda as novas instalações hidráulicas. (Foto: André Nazareth)
12/12 As três novas suítes se concentram nos fundos. Como o prédio fica no centro do terreno, todos os ambientes se beneficiam de luz natural. (Foto: André Nazareth)