Esta residência verticalizada volta seus espaços para as plantas, cultivadas em terraços, corredores, no quintal e até na cobertura
Por Letícia de Almeida Alves
Atualizado em 9 set 2021, 12h27 - Publicado em 20 out 2017, 18h52
No jardim dos fundos, a
varanda com poltronas
(Tidelli) é demarcada pelo pergolado com cobertura de cumaru (Eleve) e vidro,
estrutura embelezada pela trepadeira jade-azul.
(Divulgação/Ana Mello)
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Antes de mexer em qualquer porção do terreno de 611 metros quadrados localizado em um bairro arborizado da capital paulista, passaram-se dois anos.
Pensada de forma detalhada, a construção preservou a permeabilidade do solo e boa parte da vegetação existente e seu posicionamento tira proveito do sol e dos ventos para manter o interior agradável tanto no inverno quanto no verão.
Uma viga metálica (à direita, na foto) viabiliza o amplo vão entre sala de jantar e living, este com pé-direito de 5,60 m e imensas esquadrias de freijó (NC Arquitetura em Madeiras) e vidros fixos superiores (Primo Vidros). O pergolado da varanda avança até aqui, ajudando no controle da luminosidade. (Divulgação/Ana Mello)
“Estudei as características bioclimáticas locais como insolação, sombras das edificações vizinhas, ventilação e climogramas da cidade para acondicionar a casa naturalmente, com aberturas e proteções solares estratégicas”, explica a arquiteta Paloma Siqueira, autora da obra elaborada para um advogado, uma gestora de organização social e suas duas filhas.
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Na sala de jantar ligada ao estar, a viga metálica reforça a sustentação do mezanino e trava a estrutura, evitando mais pilares. Ao fundo, a janela de 2,30 x 3,40 m tem vidro fixo e lateral pivotante. (Divulgação/Ana Mello)
Constituída basicamente de quatro materiais – concreto, metal, madeira e vidro –, a moradia de três pavimentos preserva a privacidade dos donos, mas sem criar uma fortaleza.
Para oferecer espaço para as crianças andarem de bicicleta e patins, a arquiteta Paloma Siqueira e as paisagistas Alice Rocha e Camila Sesma bolaram um caminho pavimentado de 51 m revestido de fulgê (Casa Franceza). Ele percorre toda a lateral do terreno. (Divulgação/Ana Mello)
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“Os portões permitem enxergar o jardim e parte da altura da casa, que, vista da rua, revela apenas os dois primeiros andares, já que o terceiro é voltado para os fundos”, explica Paloma.
Apesar da altura, a casa exibe fachada discreta: repare como o terceiro pavimento surge recuado. No corredor lateral, a exuberância de plantas como palmeira rabo-de-peixe, bananeira e helicônia. Na entrada, vigas e pilares metálicos (Montreaço) foram previstos como futuros pergolados, mas os moradores preferiram mantê-los assim, simples linhas da arquitetura. (Divulgação/Ana Mello)
O paisagismo encontrou lugar em terraços e na cobertura, cuja função é melhorar o isolamento térmico dos quartos e funcionar como jardim para a suíte principal.
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Na fachada lateral direita, os volumes que se sobressaem foram pintados de marrom e azul. Os beirais, com estrutura metálica chumbada nas vigas de borda, têm ripas de cumaru protegendo as janelas. O último pavimento fica recuado 13 m em relação à fachada, suavizando sua verticalidade. (Divulgação/Ana Mello)
Da mesma forma, todo o interior contempla aberturas generosas, em alguns momentos protegidas por pergolados, beirais de madeira e venezianas para controle da insolação. “Há muita transparência. Sempre estamos acompanhados do verde do quintal e dos corredores laterais”, conta o morador.
1/6 No corredor lateral, à frente da cozinha, mesa (Tora Brasil) com cadeiras (Fernando Jaeger) para almoços ao ar livre. (Divulgação/Ana Mello)
2/6 A cozinha, com porcelanato claro (Portobello) na área de cocção e cimento queimado sob a mesa, exibe mobiliário de laminado de imbuia (Marcenaria MovArt). (Divulgação/Ana Mello)
3/6 Na cobertura, usada como solário, o paisagismo do Studio Cidade Jardim incluiu placas de fulgê de 1,10 x 1,10 m (Casa Franceza), canteiros com capim-do-texas-rubro e vasos com cactos e aspargos-pluma. As plantas aumentam o conforto térmico do interior da casa. (Divulgação/Ana Mello)
4/6 No último piso – o da suíte principal –, este ambiente se liga ao terraço, alcançado por uma escada (Serralheria SãoPaulo) com a mesma estrutura de ferro galvanizado e telas metálicas presentes nos gradis externos. A madeira é um elemento marcante no piso de cumaru (Recoma) e nos caixilhos com folhas fixas e portas de correr. (Divulgação/Ana Mello)
5/6 A suíte do casal conta com dois banheiros. Este, voltado para a rua, ganhou de presente a visão da copa das árvores do bairro. Com a janela recuada na lateral da edificação, a privacidade fica garantida. (Divulgação/Ana Mello)
6/6 A disposição alongada acompanha o terreno: ligeiramente deslocada para a face sudoeste, a casa permite que os ambientes principais aproveitem a insolação e a ventilação naturais durante todo o ano. Área: 435 m²; arquitetos colaboradores: Vivian Tonglet e Claudio Helzel; fundação: Stec do Brasil Engenharia; construção: Antônio Tiburcio (Tiburcio Dias Engenharia); projetos elétrico e hidráulico: Denise Lameza (Dlameza Engenharia); Paisagismo: Alice Rocha e Camila Sesma; luminotécnica: Lumini. (Ilustração/Campoy Estúdio)