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Apartamento térreo parece casinha de vila

Com dois andares, chuveirão no quintal, churrasqueira, horta e cachorros, essa delícia de endereço, conquistado após extensa reforma, fica em um edifício

Por Deborah Apsan e Cristiane Teixeira (texto)
Atualizado em 22 nov 2022, 10h52 - Publicado em 5 abr 2018, 17h00

Criança que mora em edifício toma banho de mangueira? Os filhos da carioca Manuella, de 3 e 4 anos, tomam. E também comem morango e amora diretamente do pé, colhem alface, tomatinho e cenoura para a salada e acampam no gramado. Tudo isso no próprio apartamento. “Eu não sinto que vivo em prédio. Isso aqui é praticamente uma casa de vila, o sonho que eu e meu marido tínhamos desde que viemos para São Paulo, seis anos atrás.”

casinha de vila
Pedras moledo (Pedras Bellas Artes) formam a parede do ambiente da churrasqueira, sobre o qual existem horta e pomar. (Evelyn Müller/Divulgação)

 

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Uma escada externa conecta as áreas de lazer e de serviço, no andar inferior, ao restante do apartamento, no térreo. (Evelyn Müller/Divulgação)

Antes do sonho se concretizar, Manuella e Henrique se estabeleceram em um bairro paulistano superadensado, depois trocado por um apartamento alugado no condomínio onde vivem hoje, com praças, piscinas e ambientes de lazer. Mas a realidade só chegou perto da perfeição quando o casal soube de um apê à venda no térreo. “A metragem era pequena, mas tinha a área externa privativa. A gente percebeu aquilo como uma oportunidade”, continua a moradora.

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O jardim vertical, sonho dos moradores, encanta dentro do home theater. Para assegurar a luz natural às 22 espécies que se alastram pelo muro – entre elas chifre de-veado, bromélia verde pendente, lírio-da-paz gigante e samambaias –, uma claraboia com vidro laminado (12 mm) recorta o teto do ambiente. (Evelyn Müller/Divulgação)

 

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O ateliê fica ao fundo da brinquedoteca, permitindo a Manuella interagir com os filhos enquanto costura. Os materiais da mãe, os brinquedos dos meninos e a TV se distribuem pelos nichos da estante que, deste lado, tem acabamento de laminado branco. (Evelyn Müller/Divulgação)

 

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Outra face da marcenaria, aberta para o home theater, substitui o branco pela lâmina de freijó, mantendo as prateleiras de jatobá. Reparou no painel de venezianas no lado de fora? É a porta para as áreas de serviço (Evelyn Müller/Divulgação)

E foi assim, movida por ideias que colecionava no Pinterest e pela indicação de uma amiga, que a moça procurou o arquiteto André Luque. “Ela chegou com uma lista de prioridades: uma terceira suíte, uma cozinha maior, brinquedoteca, ateliê de costura, churrasqueira e jardim”, lembra ele, que logo notou o gosto de ambos por madeira, concreto e vidro combinados em construções contemporâneas acolhedoras.

 

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Novos revestimentos tomaram o living: o cimento queimado foi moldado no chão e a parede principal recebeu o tijolo Anatólia Anticato Tradicional, da Palimanan. (Evelyn Müller/Divulgação)

 

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Abertas, as portas de correr de freijó com palha (Torcetex) revelam a bancada em L de quartzo stone superbranco (Pedra Grande). Por dentro, para proteger a palha da gordura, acrescentou-se vidro jateado à esquadria. (Evelyn Müller/Divulgação)

Ao coordenar necessidades e materiais com as possibilidades – e limitações – do terreno, o arquiteto entregou o projeto imaginado: o imóvel ganhou 83 m² construídos no nível inferior e 101 m² de jardins. O novo pavimento, para onde foram transferidas as instalações de serviço e os espaços de lazer, pediu o reforço de pilares e vigas de aço, que exibem pintura no tom corten em harmonia com o freijó da marcenaria.

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Pedras moledo (Pedras Bellas Artes) formam a parede do ambiente da churrasqueira, sobre o qual existem horta e pomar. (Evelyn Müller/Divulgação)

O cimento queimado virou protagonista no piso (só não comparece nos quartos). No ambiente da churrasqueira, uma minicozinha gourmet esconde-se dentro de um armário. Para quem adora receber os amigos, caso desta família, o resultado não poderia ser melhor. “Todo sábado tem festa aqui. Quando há muita gente, eu espalho duas ou três mesinhas no jardim. Vêm os casais e as crianças e todo mundo se diverte”, conta Manuella. “O espaço não é grande, mas ficou funcional. Queríamos uma casa urbana e bem aconchegante, e é isso o que temos.”

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