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Cozinha azul: como combinar o tom com móveis e marcenaria

Arquitetas explicam como incorporar o azul na paleta de cores da cozinha, seja na pintura, revestimento ou mobiliário.

Por Redação
10 mar 2023, 19h00

Se fizéssemos uma receita de bolo chamada “doce lembrança”, quais ingredientes seriam essenciais? Além do prato, nossa mente seria conectada por histórias que vivenciamos em momentos e com pessoas especiais, muitas delas envolvendo o ambiente da cozinha.

Cozinha com marcenaria azul com mesa de madeira voltada para quintal
Projeto de Raízes Arquitetos. (Edson Ferreira/Casa.com.br)

“Mesmo com a pressa do dia a dia, é inegável que ela une as pessoas dentro do cotidiano. É nela que nos sentamos para tomar o café da manhã com nossos pais e filhos ou preparamos um jantar para os amigos. “São essas relações que nos permitem criar uma memória de sabor”, explica a arquiteta Patricia Miranda, responsável pelo escritório Raízes Arquitetos.

Cozinha com marcenaria azul com mesa de madeira voltada para quintal
Na casa de praia realizada pela arquiteta Patricia Miranda, o azul exala a alegria de uma residência idealizada para os bons momentos entre familiares e amigos. Com a base neutra da paleta e o amadeirado que se destaca na mesa, a marcenaria ressalta a sua presença como um elemento a ser admirado por sua tonalidade. (Edson Ferreira/Casa.com.br)

Assim como na moda, a arquitetura de interiores é cíclica e exalta tendências – muitas delas, estilos consagrados e atemporais. É o caso das cozinhas azuis, que combinado com os traços de uma marcenaria vintage, trazem uma atmosfera doce, leve e sempre atual para os projetos de moradores que tem no ambiente muito além de uma área dedicada ao preparo de alimentos, mas sim lembranças e comunhão com os sentimentos.

Mas, como o azul entra no décor de cozinhas, especialmente na marcenaria?

Cozinha pequena com armários azuis e brancos; cozinha estreita
Estreita e no formato corredor, a marcenaria dessa cozinha, idealizada pela arquiteta Patricia Miranda, combinou uma marcenaria predominantemente branca com salpicados de azul. (Edson Ferreira/Casa.com.br)

Para Patricia Miranda, as definições de um projeto dependem do que acontece no conjunto. “Por exemplo, se eu tenho muita informação em um revestimento de parede, acho melhor uniformizar a marcenaria dentro de dois caminhos: sob uma ótica monocromática ou com pequenos detalhes diferentes”, comenta.

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Cozinha pequena com armários azuis e brancos; cozinha estreita
(Edson Ferreira/Casa.com.br)

Outro aspecto a ser observado diz respeito às dimensões do ambiente. Em cozinhas menores, a recomendação de Patricia é reduzir o trecho que apresentará um tom mais forte. “Uma área mais abrangente nos abre a possibilidade de ousar e brincar um pouco mais com as cores. Já fiz uma cozinha que era grande a ponto de ter dois ambientes, e aí pude usar branco, verde, madeira e um ladrilho hidráulico com linhas na cor laranja. E ficou muito bom”, lembra a arquiteta.

A liberdade de usar todos os tons

Cozinha com parede azul e bancada branca
Integrada com a área social do apartamento, a cozinha executada pela arquiteta Cristiane Schiavoni ressalta a clássica marcenaria almofadada e a graciosidade do azul-claro. Com bem-estar e esse clima que afaga os moradores e convidados, o lettering na parede ressalta uma mensagem de carinho e também destaca o tom. (Luis Gomes/Casa.com.br)

A arquiteta Cristiane Schiavoni, responsável pelo escritório que leva seu nome, é uma grande apreciadora dos projetos de cozinha com cores, seja na marcenaria, paredes ou revestimentos. De acordo com ela, o azul uma cor muito versátil. “Embora esteja em uma paleta fria, ela provoca as sensações de tranquilidade e consequentemente o aconchego. Sem contar que não é cansativo como tonalidades mais quentes como o amarelo, vermelho e laranja”, discorre.

Para conciliar o azul em seus projetos, Cristiane revela seu apreço por incluir tons que atuam como um contraponto na paleta. “Tanto o branco, como o preto e cinza são cores que conciliam muito bem com o azul na marcenaria. Outra dica, mas fora da marcenaria, é trabalhar o amarelo, que complementa o azul de forma perfeita!”, avalia a profissional. Mas entre as escolhas, o branco costuma ser aquele coringa que concilia e abre inúmeras possibilidades no décor.

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Marcenaria azul x base neutra

Cozinha com armários vintage azuis e backsplash de azulejos coloridos
No projeto executado pela arquiteta Cristiane Schiavoni, a atmosfera aconchegante de uma cozinha retrô, pautada na marcenaria azul-claro, puxadores concha e o subway tile branco que reveste as paredes. (Raul Fonseca/Casa.com.br)

Na hora de projetar, a arquiteta Cristiane Schiavoni explica que a cozinha que a paleta pode adotar bases neutras, mas que não existe uma obrigatoriedade. “Tudo depende da proposta. Atualmente, estou debruçada em um projeto onde a marcenaria será azul e as paredes amarelas. Trata-se de uma proposta mais vintage e mais descontraída que aceita esse contexto”, comenta.

Sobre as nuances, o gradiente mais claro, comumente conhecido como azul bebê, é o preferido. “Eu acredito nessa valorização da memória afetiva, pois cada vez mais as pessoas desejam uma casa não apenas bonita, mas que traga o senso de pertencimento e as emoções”, ressalta.

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Verdadeiro ou falso: o uso de cores é indicado apenas para cozinhas pequenas?

Cozinha com marcenaria azul e backsplash de tijolinhos brancos.
Nessa cozinha aberta e integrada com a área social, a arquiteta Cristiane Schiavoni mesclou o azul com um branco com um desenho inspirado em um viés afetuoso. O resultado ficou moderno e atemporal. (Fábio Jr Severo/Casa.com.br)

Falso! “Embora a ideia seja adotar com parcimônia, precisamos desmistificar um pouco a ideia de ‘se é pequeno, precisamos trabalhar com tons claros”, responde Cristiane Schiavoni.

Cozinha com marcenaria azul e geladeira de duas portas
(Fábio Jr Severo/Casa.com.br)

Tanto para ela, como para Patricia Miranda, deve-se tomar cuidado com a aplicação, em demasia, dos tons claro, pois pode-se incorrer no risco de perder profundidade, contrastes e outros aspectos importantes para trazermos proporção aos espaços. “Podemos sim usar o azul em cozinhas pequenas, desde consigamos trazer todas as noções de proporção que o projeto precisa”, finaliza Cristiane.

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