Cinco projetos de alma vintage e visual ultracontemporâneo
Pastilha, granilite, azulejo decorado, cobogós... Acabamentos de apelo vintage conferem toque nostálgico a cinco ambientes.
Por Por Carolina Diniz e Deborah Apsan (visual) e Silvia Gomez (texto) | Fotos Luis Gomes
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19 Jan 2017, 15h40 - Publicado em 16 Sep 2013, 20h29
As memórias nunca foram tão importantes para a casa. “Há hoje um desejo de resgatar a própria história – e a dos lugares onde moramos. Daí o sucesso dos materiais retrô, releituras de épocas como os anos 50 e 60”, afirma a consultora de tendências Ruth Fingerhut. Inspire-se em cinco projetos de alma vintage e visual ultracontemporâneo.
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Pastilha: da fachada para a sala. É imediata a nostalgia evocada por uma parede toda de pastilhas, revestimento considerado arrojado e muito usado no Brasil durante as décadas de 50 e 60. Dessa época, a sala deste apartamento ganhou recentemente as mesmas peças cerâmicas acinzentadas de 2 x 2 cm (Jatobá) que cobrem a fachada do prédio paulistano. “A ideia da reforma era trazer um pouco da arquitetura do edifício para dentro da casa, um procedimento típico do modernismo”, conta o arquiteto Tomás Zaidan, do Bistrô de Reformas. No piso, os tacos originais foram restaurados. Acima do móvel antigo, o bar espelhado tem desenho de Tomás.
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2.
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Azulejo decorado: alegria na parede. Os árabes levaram a arte da azulejaria para a Espanha e, de lá, ela contagiou toda a Europa com seus arabescos e traços geométricos. Aqui no Brasil, herdamos dos portugueses o gosto de aplicá-la nas paredes – basta lembrar nossas melhores casas coloniais e seus painéis azuis e brancos. “Atualmente, vemos um resgate dos desenhos dos anos 60 e 70, dispostos em forma de patchwork, com vários padrões misturados”, comenta a arquiteta Maristela Faccioli, que assina, ao lado da designer de interiores Anne Caroline Ryckeboer, esta área de lazer de um apartamento. “As peças da Calu Fontes trazem colorido ao espaço em tons de cinza.”
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3.
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Granilite: resistente e uniforme. Ao renovar sua casa, uma construção da década de 40, a arquiteta Alice Martins trocou a ardósia do piso da entrada por granilite na parte interna e fulgê na externa, revestimentos ainda muito vistos em halls e escadarias de prédios antigos. “Feitos de pedrinhas de mármore, granilha moída e cimento, ambos condizem com a idade do imóvel. A diferença é que o fulgê não recebe polimento”, diz Alice. Segundo Jorge Wiszniewiecki, da Casa Franceza (empresa que executou este projeto), tais materiais foram bastante utilizados dos anos 20 aos 40. “Passaram um tempo esquecidos, mas voltaram em plena forma”, afirma. Poltrona da Desmobilia.
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Caquinho: simplicidade neutra. A memória da casa da mãe motivou o arquiteto Cícero Ferraz Cruz a reformar o chão de sua cozinha com caquinhos. “É um piso barato e antiderrapante. As cerâmicas de 15 x 15 cm são quebradas na obra, e os segredos estão no rejunte, o mais claro possível, e na instalação superartesanal”, detalha Cícero. Uma dica? “Compre peças com PEI [índice que mede a resistência] mais alto.” No Brasil, os caquinhos viram seu auge nos anos 50. “A moda pegou quando um operário da Cerâmica São Caetano reaproveitou em seu quintal o descarte da fábrica paulista. Logo, a classe média estava toda usando”, conta o engenheiro e escritor Manoel Henrique Campos Botelho.
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Elemento vazado: rendilhado de luz. A história do cobogó é um clássico da nossa construção. Foi criado no início do século 20 por três engenheiros pernambucanos inspirados pelas tramas vazadas mouras, os muxarabiês. Seu nome resulta da junção dos sobrenomes dos inventores: Coimbra, Boeckmann e Góis. De cimento, logo conquistou versões de louça, caso do modelo desenhado pela arquiteta Renata Pedrosa, do Sub Estúdio, e executado pela Elemento V. “Adoro essas peças para separar ambientes sem vedar a luz ou a ventilação. E elas ainda proporcionam certa privacidade, como neste banheiro integrado ao quarto”, diz Renata. Banheira da IDT.