Durante anos, perseguimos a estética impecável dos ambientes minimalistas, na qual o branco, o bege e o cinza reinavam soberanos e a vida parecia se resumir a linhas retas e superfícies limpas.

Mas 2020, com a pandemia, mudou tudo. A necessidade de criar espaços que acolhessem nossa rotina real ficou mais evidente. Assim nasceu a tendência da decoração: a desordem intencional.

Segundo Rose Chaves, arquiteta e especialista em design de interiores, essa tendência não significa abrir espaço para bagunça de verdade, mas valorizar ambientes que contam histórias.

"É uma curadoria emocional. Você exibe memórias, paixões e detalhes da sua vida. Um espaço com alma tem mais poder de acolhimento do que qualquer ambiente impecável e impessoal", afirma.

O maximalismo renovado que surge agora é sobre autenticidade. São prateleiras com livros lidos e relidos, objetos trazidos de viagens, coleções inusitadas e até pequenos rituais do dia a dia à mostra.

Rose orienta que a composição desses elementos deve ter ritmo e intenção. "A casa não precisa parecer um showroom. Ela precisa fazer sentido para quem vive nela."

A especialista ressalta que para criar essa atmosfera vibrante e única, a sobreposição de objetos é uma grande aliada. Itens de diferentes alturas e profundidades se complementam.

Já misturas de materiais como madeira, vidro e cerâmica adicionam texturas e camadas visuais. "A beleza está em composições espontâneas, mas que refletem a identidade do morador", explica.