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Na arquitetura, Brasil e Alemanha seguem empatados

No dia histórico do 7x1, relembramos que tanto Brasil quanto Alemanha possuem dois prêmios Pritzker, o Nobel da Arquitetura

Por Jéssica Michellin
Atualizado em 19 jan 2017, 14h16 - Publicado em 8 jul 2015, 15h08

Há exatamente um ano, os brasileiros choravam pela derrota por 7 a 1 contra a Alemanha, nas semifinais da Copa do Mundo. Se, no futebol, a Alemanha está anos-luz à frente da nossa seleção, seja pelo talento ou pela técnica; na arquitetura, é um pouco diferente.  As duas nações estão empatadas em 2 x 2,  se considerarmos o número de ganhadores do Pritzker, o prêmio “Nobel” da Arquitetura. Na disputa, a Alemanha saiu na frente com Gottfried Böhm, que recebeu a nomeação em 1986. Depois, foi a vez do Brasil com Oscar Niemeyer em 1988, laureado junto com outro arquiteto, Gordon Bunshaft. Mais tarde, em 2006, Paulo Mendes da Rocha foi agraciado com a premiação. E, no ano passado, foi a vez do alemão Frei Otto ser contemplado. Confira, abaixo, cada um dos arquitetos e suas principais obras:

1. Gottfried Böhm

Nascido em Colônia, cidade do oeste do país, Gottfried era bastante preocupado com os espaços urbanos e tinha especial interesse nas conexões, como a integração do antigo com o novo e a interação da arquitetura com o ambiente urbano, por exemplo. “Eu acho que o futuro da arquitetura não reside tanto em continuar a encher a paisagem, como em trazer de volta a vida e para nossas cidades e vilas”, contou ao receber o Pritzer. Entre os seus trabalhos mais famosos, estão a prefeitura de Bensberger, o Teatro Municipal de Itzehoe e o Teatro Hans Otto, todos em seu país de origem.

godofredo

2. Oscar Niemeyer

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Niemeyer foi autor de projetos ousados, de estrutura e linhas audaciosas. Desde o início de sua carreira, lançou luz à arquitetura brasileira e revolucionou o movimento modernista no país, ao lado de nomes como Lúcio Costa e Burle Marx. Nascido no Rio de Janeiro (RJ), o arquiteto fez história com o impensável projeto de Brasília, num país que carecia de um desenho para seu futuro. Sua característica de projetar formatos orgânicos é, talvez, a mais marcante em seus trabalhos. “O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu país. No curso sinuoso dos sentidos, nas nuvens do céu. No corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo”, disse Niemeyer. A Igreja São Francisco de Assis, em Minas Gerais, o edifício Copan e o projeto do centro político do país em Brasília, com destaque para o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.

copan

 

3. Paulo Mendes da Rocha

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Nascido em São Paulo (SP),  o arquiteto Paulo Mendes da Rocha pertence à geração de arquitetos modernistas brasileiros, grupo que inclui João Batista Vilanova Artigas. O arquiteto é conhecido por utilizar concreto armado aparente, grandes espaços abertos e estruturais racionais em suas obras. “a primeira e primordial arquitetura é a geografia”, Paulo costumava dizer em entrevistas. O Museu Brasileiro da Escultura, o pórtico da Praça do Patriarca e a reforma da Pinacoteca são algumas de suas obras mais emblemáticas.

paulo

4. Frei Otto

Nascido em Siegmar, Frei Otto apresenta leveza e abertura à natureza em suas obras. A cobertura do Estádio Olímpico de Munique, em 1972, feito com Günter Behnisch, o Pavilhão japonês na Exposição Mundial de Hannover, na Alemanha, no ano 2000, feito com Shigeru Ban; e também o pavilhão da Alemanhã Ocidental, em parceria com Rolf Gutbrod, na Exposição Mundial de Montreal em 1967 são algumas de suas principais obras. Sobre o prêmio Pritzker, teria dito antes de morrer: “Eu nunca fiz nada para ganhar este prêmio. Ganhar prêmio não era o objetivo da minha vida. Eu tento [através da arquitetura] ajudar pessoas pobres, mas eu estou muito feliz”.

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frei otto
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