Continua após publicidade

Arquitetos discutem sustentabilidade e tecnologia em São Paulo

No 2º Simpósio de Arquitetura e Urbanismo, que aconteceu no Centro Universitário Senac, em Santo Amaro no dia 3 de novembro, arquitetos brasileiros e europeus discutiram soluções sustentáveis para construção de edifícios

Por Por Vanessa D'Amaro
Atualizado em 16 fev 2024, 11h13 - Publicado em 4 nov 2010, 16h09
Um título para uma foto sem titulo
 (/)
Continua após publicidade

Não dá mais para fugir: a sustentabilidade permeia todas as discussões atuais sobre arquitetura, novos jeitos de morar e novas formas de interação em centros urbanos. E foi este o tema que costurou as palestras do 2º Simpósio de Arquitetura e Urbanismo, que aconteceu no dia 3 de novembro no Centro Universitário Senac, em São Paulo. Com dois palestrantes internacionais, o espanhol Enric Ruiz Geli e o dinamarquês Andreas Klok Pedersen, o Simpósio apresentou soluções arquitetônicas funcionais no continente europeu.

Enric Ruiz Geli, do escritório catalão Cloud 9, começou a sua exposição com um tom provocativo: “nós somos a geração Star Wars. Vivemos a cultura pop!”. Depois de ensaiar alguns movimentos no palco, o arquiteto catalão jogou para a plateia folhas em branco. “A vida é uma performance”, completou. Entre as apresentações de projetos – claramente inspirados pela arquitetura orgânica de Antoni Gaudì em Barcelona, cidade natal do arquiteto -, Enric contou que trabalha com estrutura metálica, corian, concreto, fibra óptica e leds. Para criar seus prédios curvilíneos, o profissional usa máquinas que realizam o corte digital, isto é, através de um arquivo de computador as máquinas trabalham e produzem uma fachada. “É como Matrix, mas neste caso, as máquinas estão aqui para nos ajudar”, conta. Todas as explicações sobre a utilização da tecnologia na arquitetura foram salpicadas com referências a cultura pop. Em uma hora de apresentação, Enric mencionou: Guerra nas Estrelas, Edward Mãos de Tesoura, Miami Vice, Matrix, Michael Jackson e Avatar.

Enric justificou a sua preferência pelos materiais que usa em suas obras: “Peso é igual a CO2. Quanto mais leves forem os nossos edifícios, menos poluentes eles serão”, concluiu.

Um título para uma foto sem titulo

O dinamarquês Andreas Klok Pedersen falou sobre o uso de carros e contou qual foi a solução para este problema em Copenhague: “lá, até o prefeito vai trabalhar de bicicleta”, disse. Para inspirar os chineses e o resto mundo, a pavilhão Dinamarquês na Expo Xangai 2010 pode ser totalmente percorrido de bicicleta. O espaço, assinado pelo escritório BIG (Bjarke Ingels Group) do qual Andreas faz parte, procurou levar o melhor de Copenhague para a China: os passeios, os jardins e até o mar. Uma grande piscina foi instalada no edifício e a famosa estátua dinamarquesa da pequena Sereia foi levada para Xangai. Em seguida, Andreas explicou para a plateia a idéia do carro sem motorista, um sistema em que o veículo trafegaria guiado por um computador de bordo. De acordo com o arquiteto, este método seria eficaz para reduzir acidentes e facilitar o fluxo nas cidades. Conheça alguns pavilhões da Expo Xangai 2010!

Continua após a publicidade
Um título para uma foto sem titulo

Palestrantes Nacionais Os palestrantes nacionais do 2º Simpósio de Arquitetura e Urbanismo apresentaram projetos sustentáveis e realistas. Com as obras completas, a os edifícios estão localizados em regiões bem conhecidas pelos paulistas: em bairros populosos da capital ou no litoral do estado. Quem iniciou os debates e preparou a platéia para absorver o que estava por vir foi Lauresto Esher. O arquiteto e professor universitário expôs, de forma didática, projetos de sua autoria, como o prédio da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Vinícius Andrade, do escritório Andrade e Morettin Arquitetos, apresentou casas construídas de forma sustentável que fazem uso da luz e de sistemas de ventilação natural. Para Vinícius, um edifício sustentável precisa levar em consideração as características geográficas e climáticas da região. Assim, uma construção sustentável brasileira não deve ser feita aos moldes de uma construção européia.

Publicidade