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Arquitetas superpoderosas: como é ser mulher no mundo da arquitetura

As arquitetas Débora Aguiar, Patrícia Anastassiadis e Fernanda Marques contam suas histórias profissionais e revelam como alcançaram o sucesso profissional

Por Texto: Marcel Antonio
Atualizado em 23 fev 2024, 09h45 - Publicado em 9 mar 2016, 20h08
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Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a CASA CLAUDIA participou do M/Live, uma ação das marcas femininas da Editora Abril para debater a presença da mulher em diferentes setores da sociedade. Em um transmissão ao vivo pelo Facebook, a redatora-chefe da revista Lúcia Gurovitz recebeu as arquitetas Débora Aguiar, Patrícia Anastassiadis e Fernanda Marques para um bate-papo sobre como é ser uma mulher à frente de um grande escritório de arquitetura no Brasil.

O canteiro de obras, um dos espaços mais masculinizados frequentados por quem trabalha na área, poderia ser, à primeira vista, um lugar opressor à presença feminina, mas as participantes foram unânimes em relatar que nunca sofreram machismo ali. “Se um projeto está bem resolvido, é muito mais fácil quando você chega no canteiro. E tudo depende da postura com a qual você lida com os outros profissionais: é preciso ter jeito para tratar o outro”, afirmou Débora Aguiar. No entanto, embora nunca ter tido problemas na obra, Patrícia Anastassiadis contou já ter sofrido machismo ainda na época em que estava na faculdade de arquitetura. “Um professor questionou um grupo de meninas da minha sala sobre o que estávamos fazendo ali e se não era melhor irmos buscar um marido, casar e lavar roupa”, disse a profissional.

Outro drama enfrentado por mulheres no mercado de trabalho é conciliar as tarefas do emprego e a maternidade. No caso de Fernanda Marques, esse momento foi triplamente dramático: “Tive trigêmeos e, de uma hora para outra, minha vida mudou completamente. O que me ajudou muito – e pode ajudar muitas mulheres – é que eu tinha uma sócia que segurou as pontas no escritório. Depois de um período, eu levava as crianças para o trabalho e as deixava brincando em uma sala ao lado da minha. É preciso se reorganizar e do apoio de quem está ao seu redor para conseguir conciliar a vida de arquiteta e a de mãe”, disse.

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Consideradas três das grandes arquitetas brasileiras, o poderoso trio revelou não ter chegado lá ao acaso e que ser reconhecida sendob mulher – em uma sociedade machista – demandou muita dedicação, atualização e trabalho. “Para ser uma profissional de sucesso é preciso perseverança, além de curtir o que faz. Estudar também é muito importante. Aliás, não basta se dedicar apenas aos temas relacionados à arquitetura. É preciso ter uma formação holística, compreender diversos assuntos, como antropologia e sociologia. No final, essa formação multidisciplinar é transmitida nos projetos”, afirmou Patrícia.

Para finalizar, quais mulheres inspiram essas profissionais? Zaha Hadid e Lina Bo Bardi foram as eleitas pelo trio. “A Lina foi uma profissional pioneira. Se hoje o machismo e o preconceito existem, imagine o que essa mulher teve de enfrentar para construir o seu legado? A Zaha também é uma mulher com uma história inspiradora, uma iraquiana que foi a Londres e, lá, venceu e conquistou o principal prêmio da arquitetura mundial, o Pritzker. Não foram poucas as barreiras que ambas tiveram que enfrentar”, defendeu Fernanda Marques.

O bate-papo completo pode ser visualizado no Facebook de CASA CLAUDIA.

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