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Tesouros arquitetônicos de Veneza submergem com inundações

O fenômeno, mais forte dos últimos 50 anos, foi provocado por marés altas e um sistema de tempestades de baixa pressão no Mar Adriático

Por Yara Guerra
Atualizado em 28 fev 2024, 15h48 - Publicado em 14 nov 2019, 16h26
(Reuters/Divulgação)

Há dois dias, a maior inundação em 50 anos atingiu a cidade de Veneza, na Itália. Segundo autoridades municipais, 85% da cidade submersa na noite do dia 12 de novembro, com o nível da água chegando a pouco mais de 1,80 m.

Dada a realidade caótica, o prefeito Luigi Brugnaro declarou estado de emergência, citando as inundações como mais do que apenas um problema em toda a cidade, mas uma questão global e resultado das mudanças climáticas.

(Divulgação/Casa.com.br)

O “Acqua Alta”, como o fenômeno está sendo chamado oficialmente, foi causado esta semana por marés altas e um forte sistema de tempestades de baixa pressão no norte do Mar Adriático, segundo o Washington Post.

Lobbies de hotéis, igrejas e até praças, como a de São Marcos, estão submersas e agora não podem ser percorridas.

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Interior da Basílica de São Marcos. (Divulgação/Casa.com.br)

Outros relatórios indicam que a Basílica de São Marcos, de 925 anos, foi severamente danificada pelo evento. É a segunda vez que o ícone da arquitetura é inundado nos últimos dois anos.

Veneza tem voltado esforços, nas últimas décadas, para impedir que estas catástrofes aconteçam. Seu MOSE Project, que começou a ser construído em 2003, visava proteger a cidade e a Venetian Lagoon através de um sistema de comportas subaquáticas para vedar as entradas da cidade durante a Acqua Alta.

(Divulgação/Casa.com.br)

Devido a excedentes de custos, atrasos na construção e corrupção no governo italiano, entretanto, a construção de todos os 78 portões parou por cinco anos e não cumpriu o prazo previsto de entrega.

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Com o objetivo de proteger Veneza de inundações de até 3 metros, o trabalho no MOSE deve ser concluído em 2022, embora este prazo possa mudar graças à devastação desta semana.

A Conversation US relatou em setembro passado que, sem intervenções como a conclusão do MOSE Project, Veneza poderia estar totalmente submersa até 2100.

A publicação conduziu um estudo de pesquisa com o National Research Center of Venice e descobriu que tais inundações desastrosas poderiam ocorrer com quase todas as marés altas em 50 anos.

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