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Família Dumont: a tradição une três gerações em torno de tramas e bordados

Para pintar verdadeiros quadros com linha, as bordadeiras da família Dumont dispensam o dedal e tudo o que possa interferir na liberdade das mãos

Por Da redação
Atualizado em 20 dez 2016, 20h10 - Publicado em 12 ago 2009, 14h56
Um título para uma foto sem titulo

No noroeste de Minas Gerais, as mulheres ainda urdem o fio na roca (bastão em que se enrola o algodão) e tingem no quintal os novelos para tecerem colchas, xales e tapetes em antigos teares. O trabalho anônimo ganha reconhecimento nos grandes centros, que aprenderam a valorizar o fazer artesanal. Com linha e agulha, as mãos criam tesouros inestimáveis: toalhas de renda irlandesa, lençóis com rendendê, fronhas com ponto de cruz. Técnicas seculares que se misturam a tantas outras neste Brasil afora. Uma tradição feminina aprendida em família – muitas vezes, reunidas em casa, mães, filhas e netas bordam felizes, repartindo seus saberes com quem se dispõe a aprender.

Quando desenhos alinhavados viram obras de arte

O bordado faz parte da história da família Dumont há três gerações. Dona Antônia, a matriarca, aprendeu o ofício com a mãe, ainda menina, e influenciou cinco de seus oito filhos nessa arte, adotada por eles como profissão. “Começamos ilustrar livros em 1988 e, de lá para cá, já somamos 21 obras, que incluem autores como Thiago de Mello, Rubem Alves, Marina Colassanti e Jorge Amado”, conta Sávia, uma das filhas. O trabalho é feito em conjunto. Demóstenes, formado em artes plásticas, cria os desenhos. Marilu se encarrega de passar o traço para o tecido e, com a mãe e as irmãs Sávia, Martha e Ângela, colore com linhas e agulha as imagens que contam belas histórias. As netas de dona Antônia também ajudam a perpetuar a técnica. Elas percorrem o Brasil para capacitar mulheres de baixa renda por meio do Instituto de Promoção Cultural Antônia Dumont, criado em 2004. E se você também gosta da delicadeza dos bordados, saiba como usá-los na decoração.

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