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Estantes: aprenda a escolher o modelo certo para sua casa

Vendo as dicas de especialistas, você saberá o que levar em conta ao definir a melhor estante para seu projeto.

Por Reportagem visual Fernanda de Castro Lima | Texto Flávia G. Pinho | Fotos Levi Mendes Jr.
Atualizado em 14 dez 2016, 11h58 - Publicado em 19 out 2012, 20h16
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Além de salas de estar, escritórios e a estante é um curinga em cozinhas, banheiros, lavanderias e quartos de criança, para armazenar brinquedos. “só não deve ser confundido com armário, pois pode virar um acumulador de bagunça”, lembra o arquiteto vitor hugo rebello junior, de porto alegre. Quanto à área de jantar, as opiniões se dividem. para a arquiteta paulista stela maris sartori, uma estante ao lado da mesa deve se limitar a exibir itens decorativos. já a arquiteta vanessa féres, também de são paulo, defende a presença de livros: “essa mistura dá um ar intelectual à decoração”.

Nesta reportagem, publicamos mais 11 perguntas e respostas importantes sobre medidas, materiais, acabamento e organização que pode ajudar na sua decisão.

Modelo pronto ou projeto sob medida: quais as vantagens e desvantagens de cada opção?

 

As peças prontas têm a seu favor a rapidez da instalação e o preço, quase sempre mais atraente. “São uma boa para a sala, em que o móvel costuma receber objetos decorativos e a TV”, comenta o arquiteto paulista Décio Navarro. A estante sob encomenda, por sua vez, é imbatível para fazer o espaço render. “Ela aproveita cada cantinho e permite desenhar os nichos conforme a necessidade”, afirma Stela Maris. Essa é a melhor aposta para o escritório, na opinião de Décio, já que livros, pastas e caixas demandam vãos de diferentes dimensões.

E se eu quiser construir uma peça fixa no local?

 

Em casas térreas, o peso dos modelos de concreto e de alvenaria não costuma oferecer problema. Mas, em apartamentos, a sobrecarga deve ser calculada. “Nos prédios atuais, as lajes tendem a suportar até 150 kg por m², desde que bem distribuídos”, alerta o engenheiro civil Roberto Watanabe, de São Paulo. Nesse caso, melhor investir no concreto celular, com poros que o deixam 30% mais leve, ou no drywall (gesso acartonado), material que permite fazer prateleiras fininhas, de até 5 cm de espessura. Todos os sistemas construtivos, porém, apresentam duas desvantagens: a sujeira durante a execução e a impossibilidade de mudar o móvel de lugar.

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Que tipo de estante pode dividir cômodos?

 

Entre as peças prontas, as vazadas cumprem bem esse papel, porque não barram a luz e ficam visíveis de ambos os lados. “Mas frente e verso precisam ter acabamento caprichado”, lembra a arquiteta paulista Luiza Altman. Já os projetos sob medida admitem recursos interessantes, como painel giratório para a TV e nichos com portas voltadas para as duas faces. E não é obrigatório que a estante vá do chão ao teto, pelo contrário. “Prefiro as versões baixas, que dão mais amplitude ao espaço”, opina Vanessa Féres. Os itens expostos nas prateleiras abertas devem ser selecionados com cuidado: lombadas de livros, por exemplo, ficarão de costas para um dos ambientes.

Qual o material mais adequado para livros e objetos pesados?

 

“Prefira pranchas de madeira com, no mínimo, 25 mm de espessura”, orienta Décio Navarro. Atenção, ainda, ao tamanho do nicho: quanto mais largo, maior o risco de a prateleira envergar com o peso. Por isso, evite vãos com mais de 1 m. Prateleiras de MDF são menos resistentes. Ao contrário do que parece, as estantes construídas não são necessariamente mais fortes, a não ser que as prateleiras sejam moldadas sobre tábuas de madeira e armação de ferro. O mesmo vale para as de drywall, cuja estrutura deve ser reforçada com perfis metálicos internos. No caso dos móveis prontos, informar a capacidade é dever do fabricante, o que nem sempre acontece.

Como determinar as dimensões dos nichos?

 

Faça um inventário do que será guardado na estante e tire as medidas, porém lembre-se de reservar uma sobra de área. “Os CDs têm 12 cm de altura, mas o vão para armazená-los deve medir, pelo menos, 15 cm. Senão, será difícil manuseá-los”, alerta Vitor Hugo. E nada de prateleiras com profundidade superior a 40 cm – elas são um convite à desordem e ao desperdício de espaço.

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Quando usar módulos fechados?

 

Em lugares onde há muita poeira, eles protegem livros e objetos. É quando as portas de vidro podem entrar em cena. “Ainda fazem sucesso os compartimentos para taças, que lembram as cristaleiras”, aprova Stela Maris. Contudo, se quiser guardar documentos ou até um cofre, melhor escondê-los atrás de portas opacas. “Para que não pesem no visual, alterne nichos abertos e fechados”, recomenda Luiza Altman.

Por que instalar iluminação embutida nas prateleiras?

 

“O resultado é muito bonito”, declara Stela Maris Sartori. A escolha das lâmpadas pede atenção: elas não devem produzir muito calor, sob risco de danificar os itens expostos e a própria estante. As fitas de LED não aquecem e combinam melhor com modelos mais arrojados, enquanto os spots tamanho míni só podem ser embutidos em pranchas com mais de 5 cm de espessura.

Como esconder os fios na estante que acomoda TV e outros eletrônicos?

 

Nas peças sob medida, fundos falsos com portas técnicas escondem os cabos e permitem acessá-los para manutenção. Já os modelos prontos exigem criatividade: “Se houver muitos nichos abertos, coloque algumas caixas com miudezas logo abaixo da TV, disfarçando os fios”, ensina Décio Navarro.

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Como definir a cor da estante?

 

Regra de ouro: espaços pequenos pedem tonalidades claras e padrões amadeirados suaves. Não se esqueça de considerar o equilíbrio com os tons do piso e das paredes e com o que ficará aparente no móvel. “Se a ideia é evidenciar objetos coloridos, adote uma base neutra”, aconselha Vitor Hugo. Agora, se a estante for receber uma coleção especial, nichos escuros com iluminação embutida proporcionam efeito cenográfico.

Laca ou laminado: por qual acabamento optar?

 

Lisinha e brilhante, a laca seduz, apesar de configurar a opção mais cara e cheia de melindres: “Pode arranhar ou lascar facilmente e não admite emendas”, avisa Stela Maris. Por isso, o laminado melamínico tem conquistado lugar nas estantes feitas sob encomenda. É prático, economicamente mais acessível e está disponível em infinitos padrões e cores. “Mas as versões amadeiradas não devem ficar expostas ao sol, porque mancham”, alerta Décio.

Como evitar o aspecto bagunçado na estante multiúso?

 

A ordem é esconder aquilo que não deve ficar à vista. Nichos fechados, gavetas, caixas e cestos resolvem a questão. No entanto, pense na matéria-prima dos dois últimos itens antes de comprá-los: enquanto o papel e o papelão desbotam, tecidos tendem a acumular poeira. Assim, Stela Maris recomenda as opções de plástico ou fibra sintética. Quanto aos itens que ganharão as prateleiras, Luiza ensina: “Alterne peças de alturas diferentes, com intervalos para que não fiquem grudadas, e arrume alguns livros deitados, dispondo enfeites sobre eles”.

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Como acoplar uma bancada de trabalho ou refeições no projeto?

 

Segundo Vanessa Féres, estantes sob medida costumam ser pouco profundas, com até 35 cm de profundidade. Já as bancadas exigem, no mínimo, 60 cm de profundidade. Há três soluções possíveis. A mesa, encaixada no corpo principal do móvel, pode avançar para a frente, conquistando os necessários centímetros extras. Outra possibilidade é ser instalada na posição perpendicular (em T). Uma versão mais que colabora para ambientes compactos é que esse tampo perpendicular sejá dobrável, que se levanta e fica disfarçado quando está fora de uso. Todas elas demandam iluminação especial. “É necessário um abajur ou luminária direcionada à área de trabalho, pois o ponto de luz do teto faz sombra sobre a mesa.”

Como improvisar uma estante no endereço temporário, sem gastar muito?

 

Caixas de feira pintadas ou cubos de MDF, empilhados, fazem bonito e podem ser reaproveitados de outra forma depois. Mas não basta colocar um sobre o outro, avisa Stela Maris: “Se o conteúdo é mais pesado, melhor aparafusar uma caixa na outra e fixá-las à parede”. Décio dá mais duas ideias bacanas: apoiar tábuas sobre cavaletes ou tijolos cerâmicos, do tipo baiano ou baianão, revestidos de tecido colorido.

Como valorizar coleções de pequenos objetos?

 

Agrupe todos os itens de uma mesma série e os exponha em nichos especialmente reservados para esse fim, sem interferência de outros objetos. “Fundos escuros ou de espelho produzem um contraste interessante”, recomenda Stela Maris. E capriche na iluminação direcionada – lâmpadas dicroicas lançam um foco definido de luz sobre um único conjunto que se queira destacar.

Como guardar os brinquedos na estante?

 

De novo, as caixas com tampa e os baús são a melhor solução. Coloque-os nas prateleiras mais baixas, acessíveis aos pequenos, se possível agrupando os brinquedos por assunto: bolas, bonecas, jogos de armar e assim por diante. Quando a brincadeira terminar e todos voltarem para os seus lugares, ninguém vai dizer que a sala também tem função de brinquedoteca.PERGUNTAS E RESPOSTAS

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Como acoplar uma bancada de trabalho ou refeições no projeto?

 

Segundo Vanessa Féres, estantes sob medida costumam ser pouco profundas, com até 35 cm de profundidade. Já as bancadas exigem, no mínimo, 60 cm de profundidade. Há três soluções possíveis. A mesa, encaixada no corpo principal do móvel, pode avançar para a frente, conquistando os necessários centímetros extras. Outra possibilidade é ser instalada na posição perpendicular (em T). Uma versão mais que colabora para ambientes compactos é que esse tampo perpendicular sejá dobrável, que se levanta e fica disfarçado quando está fora de uso. Todas elas demandam iluminação especial. “É necessário um abajur ou luminária direcionada à área de trabalho, pois o ponto de luz do teto faz sombra sobre a mesa.”

Como improvisar uma estante no endereço temporário, sem gastar muito?

 

Caixas de feira pintadas ou cubos de MDF, empilhados, fazem bonito e podem ser reaproveitados de outra forma depois. Mas não basta colocar um sobre o outro, avisa Stela Maris: “Se o conteúdo é mais pesado, melhor aparafusar uma caixa na outra e fixá-las à parede”. Décio dá mais duas ideias bacanas: apoiar tábuas sobre cavaletes ou tijolos cerâmicos, do tipo baiano ou baianão, revestidos de tecido colorido.

Como valorizar coleções de pequenos objetos?

 

Agrupe todos os itens de uma mesma série e os exponha em nichos especialmente reservados para esse fim, sem interferência de outros objetos. “Fundos escuros ou de espelho produzem um contraste interessante”, recomenda Stela Maris. E capriche na iluminação direcionada – lâmpadas dicroicas lançam um foco definido de luz sobre um único conjunto que se queira destacar.

Como guardar os brinquedos na estante?

 

De novo, as caixas com tampa e os baús são a melhor solução. Coloque-os nas prateleiras mais baixas, acessíveis aos pequenos, se possível agrupando os brinquedos por assunto: bolas, bonecas, jogos de armar e assim por diante. Quando a brincadeira terminar e todos voltarem para os seus lugares, ninguém vai dizer que a sala também tem função de brinquedoteca.

Depoimento trágico de uma leitora que viu sua estante desmoronar

 

“Sonhava com uma estante de aço colorida para organizar os livros em meu escritório: acho o modelo bonito, prático e barato. Depois de fazer vários orçamentos, optei por um modelo de seis prateleiras de uma empresa paulistana especializada em móveis de escritório. A primeira pergunta que fiz à vendedora, na encomenda por telefone, foi quanto à capacidade de peso. Diante da promessa de que a estante suportaria 25 quilos por prateleira, comprei duas unidades e fechei o negócio.

Quando as estantes chegaram, estranhei a instabilidade das peças, que balançavam para os lados. Mas não podia imaginar a surpresa reservada para dali a oito meses – um belo dia, entrei no escritório e topei com um verdadeiro desmoronamento. Os pés haviam entortado, trazendo toda a estrutura abaixo (como uma foi aparafusada à outra, ambas caíram). Por sorte eu não estava trabalhando, já que todo o aço retorcido dasabou sobre a cadeira onde passo boa parte do dia, e onde minhas filhas pequenas costumam circular.

Na troca de e-mails com o fornecedor, ouvi uma explicação aterrorizante: a vendedora afirmou, por escrito, que as prateleiras suportam 25 quilos, mas as hastes que as sustentam não têm capacidade para aguentar os 150 quilos acumulados nas seis pranchas. Segundo Daniel Mendes Santana, advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o artigo 6ª do Código de Defesa do Consumidor, inciso III, determina que é obrigação do fornecedor prestar “a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem”. Constatei, porém, e da pior maneira possível, que algumas empresas não agem de boa fé. Outras simplesmente “chutam” a capacidade, já que não investem em testes adequados, conduzidos por institutos equipados para tal.

O fato é que, mesmo após o fim do prazo de garantia, a empresa deve arcar com a responsabilidade, seja substituindo a peça com problema ou devolvendo o dinheiro. “Configura vício de qualidade quando as características do produto não condizem com as informações prestadas”, diz Daniel. Procurei orientação no Procon-SP, mas a atendente informou que não poderia me ajudar, já que a garantia havia terminado – argumento do qual o advogado do Idec discorda. “A garantia para produtos duráveis é de 90 dias, mas vícios ocultos nem sempre podem ser observados dentro desse prazo.” Diante do impasse, só me restou iniciar o processo no Juizado Especial.”

(Identidade da consumidora preservada, em função do processo na Justiça.)

 

*Largura x profundidade x altura. / preços pesquisados entre 1º e 5 de outubro de 2012, sujeitos a alteração. / Agradecimento às lojas Oren, Rica Festa, Tok & Stok e Etna.

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